Uma grande conquista.

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     Fazer 16 anos na hora certa foi um grande marco na minha vida. Eu não havia crescido muito desde o primeiro dia no ensino médio, mas estava diferente daquela Maya que aos poucos aprendia mais sobre a vida. Meus cabelos agora eram maiores e pareciam mais loiros, eu sorria com mais frequência e tinha mais força de vontade agora. Havia me encontrado e aceitado que estava crescendo e que teria que estar pronta para o próximo passo. As pessoas precisam seguir em frente e agora estava na minha vez de ver o que a faculdade tinha preparado pra mim.

[...]

Encarar o quadro cheio de cores azul e violeta me deixava pensativa, eu não fazia ideia do que estava pintado, no que aquelas cores queriam me dizer, mas, eu sabia que qualquer coisa que eu tentasse fazer não me levaria para longe da ansiedade, os resultados das faculdades começariam a chegar, talvez hoje, talvez amanhã ou talvez nunca, eu não sabia se tinha sido aprovada e temia isso.

A minha vida toda eu acreditei que esperança era para os bobos, mas nos últimos anos isso mudou. Minha vida inteira mudou. Quando encarei o desafio do fundamental eu estava tentado me descobrir, fui reprovada, fiz amigos e me perdi no meio do caminho quando me transformei na minha melhor amiga.

Quando o ensino médico chegou as coisas ainda estavam confusas, tinha mais gente agora; Lucas, Riley e eu tínhamos sido um triângulo horrível perdidos em sentimentos que não podíamos explicar. Smackle é Farkle estavam se descobrindo também, Zayn que chegou fazendo uma bagunça ao dizer que Lucas já foi diferente do que conhecíamos agora também fazia parte do grupo. Só que a maior mudança foi que agora eu tenho um pai, Shawn Hunter, que como um furacão mudou nossas vidas para melhor, agora eu era Maya Penélope Hunter. Em casa eu tinha uma família, na escola eu tinha bons professores (não deixem Matthews ler isso) e amigos, tudo estava perfeito ou quase. Mas chegou a hora de um passo a mais.

Tenho 17 anos agora, não sou mais uma patriota da Abigail Adams, sou uma universitária, era o que esperava. É a esperança que tenho, talvez soe bobo, mas para alguém que se odiou por tanto tempo e se perdeu tantas vezes, esse é um bom começo.

- Maya!!! O correio chegou, tem cartas para você!! -. A voz da minha mãe me fez rapidamente larga as tintas sobre o achoado do colchão e correr em direção a sala, onde ela estava, parecia tão animada, eram boas notícias?

- Me fala mãe... é de alguma faculdade?-. Senti minhas mãos suarem e não ousei me aproximar quando ela estendeu o envelope para mim.

- É sim minha filha -. Sua voz tão carregada de emoção me fez lembrar de quando estava enfrente ao altar olhando para Shawn, aquele mesmo olhar de esperança que eu fugi por muito tempo. - Você quer abrir agora? -. Eu neguei.

- Riley e eu combinamos de abrir juntas...

- Na janela?

- Na janela -. concordei estendendo o braço para pegar o envelope.

- Tudo bem querida, pode ir. Mas lembre-se Maya, independente do resultado eu estou orgulhosa por você, por ter tentado -. Ela me entregou o envelope e puxou-me para um abraço caloroso, aquele abraço disse mais do que mil palavras. - Agora vai lá e não se atrase para o jantar, Shawn vai cozinha para a gente comemorar.

Eu concordei e não tardei em sair de casa apressadamente em direção ao prédio dos Matthews, estava eufórica, assustada, ansiosa. Eu teria um futuro? Meus quadros era bons o bastante para a Universidade de Nova York? Ou eu seria mesmo uma caixa de supermercado ou plantadora de batatas? Eu não sabia as respostas mas quando cruzei a porta do apartamento de Riley e encontrei os olhares de todos os meus amigos e familiares eu senti meus pés vacilarem, não conseguiria.

- Maya...

- Riley....

- Juntas? -. Ela me estendeu a mão, como sempre fez.

- Juntas -. Concordei e aceitei sua mão e juntas deixamos a sala em direção ao seu quarto.

Sentamos no lugar que por todos os anos até ali foi o nosso refúgio, onde planejamos nossos primeiros dias da escola, onde fizemos grandes escolhas, onde aprendemos uma sobre a outra, onde nos apoiamos, rimos, choramos, vimos uma fantasma, vimos nosso passado e superamos tudo, até uma quase despedida, onde tudo começou. Ali era o lugar perfeito. Então sentamos, olhamos uma para outra e respiramos fundo.

- pronta para isso Maya? -. Eu poderia negar, porque de fato não estava tão pronta mas precisávamos saber.

- Quando quiser lindinha. Eu sorri para ela tão nervosa, concordamos e quando eu quase abrir o envelope Riley me parou.

- Não espera! Eu vejo o seu é você ver o meu, assim não ficamos tão nervosas -. Aquilo não parecia melhorar as coisas mas eu não conseguia negar nada naquele momento.

- Como quiser Riles.

E então trocamos, lentamente como as folhas das árvores caindo no fim do verão eu abri o envelope da faculdade, tirei de lá o papel que importava, olhei para Riley mais uma vez e ela fez o mesmo, sorrimos uma para outra e unimos nossas mãos para enfim ver o resultado, não era uma novidade o que li eu já esperava que ela tinha sido...

- APROVADA!! -.Não, aquela não era minha voz, Riley tinha dito aquilo. -MAya você passou!! Você passou maya!!

- Passei?? Eu..e-eu passei??

- Sim!! Eu sabia que ia conseguir -. Então um abraço, tão forte que me senti sufocada mas a felicidade em mim era tanto que eu não conseguia sequer reagir. - Você passou!!

- não, nós passamos!! Vamos para a faculdade juntas Riley -. O abraço foi rompido e quando eu olhei em seus olhos lágrimas de alegria estavam ali, não seríamos separadas na faculdade.

- Juntas?

- Juntas!!

- como raio..

- E Trovão..

- Pra sempre -. Voltamos ao abraço.

- Pra sempre docinho -. Garanti.

Bom, o abraço não durou muito porque segundos depois a família Mathews inteira invadiu o quarto e nos sufocaram em abraços, incluindo nossos amigos, que também tinham suas aprovações nas mãos deixando todos ainda mais felizes. Todo o quarto vibrava por todos nós termos um futuro esperando.

Mas ali, no meio da comemoração o olhar de uma pessoa me chamou atenção, um olhar que até então havia passado despercebido por mim. O par de olhos que ajudou a me trazer de volta quando eu estava perdida em ser a minha melhor amiga, o par de olhos que me fez sentir coisas inexplicáveis, que me faz ficar boba e com as bochechas vermelhas demais, um par de olhos que me tem a muito tempo. Naquele momento, aqueles olhos me diziam algum, algum que eu traduzi por ser; "parabéns Maya, você merece, é uma universitária agora e eu estou orgulhoso por você". Eu me senti realizada, meu coração bateu mais forte com aquele olhar de Joshua e eu sabia que iria pintar aquele olhar quando chegasse em casa, mas naquele momento a única coisa que respondi foi um: "obrigada" e voltei a comemorar com meus amigos.

  É talvez nosso a longo prazo estava prestes a ter seu fim, finalmente.

A longo prazo Onde histórias criam vida. Descubra agora