Uma festa de sentimentos ruins

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Eu sempre tive medo do futuro, de como eu lidaria com as mudanças da vida, se eu seria alguém que faz escolhas certas e que colhe os bons frutos dela, me perguntei a vida inteira se eu teria pessoas que me amam ao meu lado, amigos, família.

Quando se perde a esperança muito jovem o mundo fica um pouco mais escuro. Meu pai nos abandonou quando eu só tinha 7 anos, as brigas eram tantas que eu não gostava de ficar em casa com eles, minha mãe como a guerreira que sempre foi lutou por nós duas para conseguir fazer com que tivemos um teto sobre nossa cabeça todas as noite. Quando invadi o quarto de Riley ainda criança eu senti a primeira pontada de alegria em muito tempo, algum nela me lembrava os raios de sol que entravam sem autorização pela minha janela, algum nela me dava a sensação de melhoria para minha vida.

Toda a família de Riley cuidou de mim desde então. Fui feliz aos lado da minha melhor amiga, não esperei nada em troca e recebi a motivação para viver um dia de cada vez sem a culpa que me consumia pelas escolhas erradas que um adulto fez.

   Quando olho para mim hoje vejo que finalmente estou feliz, que consegui perdoar a mim mesma, que consegui seguir enfrente e encontrar a maya que sempre fui. Eu ainda tenho medo do futuro, mas agora também tenho esperança nele.

{....}

   Semanas mais tarde eu era a única aluna dentro da sala de aula, não fazia ideia de horas eram é nem de quanto tempo eu estava ali. Mas sabia que desde que o professor nos liberou eu não havia mais saído. Em vez disso eu estava concentrada demais na tela em minha frente, em como as cores laranjas e violenta documentava o põr do sol lindamente sobre o desenho. Não tinha nada além daquilo, do desenho e da minha respiração um pouco cansada  pedido por uma pausa mas por algum motivo eu não conseguia parar.

   Foram semanas agitadas, eu havia conhecido a minha colega de quarto no mesmo dia da minha primeira aula, ela se chama Harper, era europeia e por sorte uma garota silenciosa, não falávamos muitos, pouco nos víamos, éramos de cursos um pouco diferentes e com rotinas diferentes... embora falássemos as vezes sobre nossos professores ou dos trabalhos aos fins de semana, essa parte estava perfeita. Por outro lado Riley não parecia se dar bem com sua colega de quarto, quando nos reuníamos duas vezes por semana durante o almoço para conhecer algum diferente da cidade ela tinha um assunto novo a qual reclamar da sua parceira de dormitório, as vezes era tão engraçado que Zyan e eu só sabíamos rir enquanto Lucas tentava acalma-la e garantir que as coisas melhorariam.

   A algum tempo atrás essa função era minha, ainda é, mas as vezes eu preciso dar espaço pra que eles tenham seus momentos, eles são um casal a bastante tempo e precisavam aprender a lidar com os estresse um do outro. Isso me fazia pensar em como Farkle e Smarkle estavam, eu sentia falta deles quanto todos estávamos juntos, então sempre ligávamos pelo menos uma vez durante a semana para falar com eles, isso dava uma falsa sensação de tê-los perto novamente.

   Em minhas aulas as coisas iam bem, meus professores gostavam de mim e por incrível que pareça eu estava me me adaptando muito bem em todas as matérias, principalmente as práticas onde eu podia perder horas e horas pintado tudo o que sentia sem medo de ser julgada. Minha mais nova colega Suh também se saia bem e sempre almoçamos juntas e sentamos em dupla nas aulas, era bom ouvir outra pessoa que entendiam a minha paixão pela pintura, aquilo me dava uma sensação boa e acolhedora.

   Tudo estava indo bem, por mais que meu lado pessimista sempre estivesse em alerta, eu me sentia bem em todos os sentidos... menos em um.

   - okay, é sexta à noite e você está aqui trancada em uma sala pintando? -. Ouvi uma voz que não era familiar, levantei meu olhar e encontrei uma garota encostada sobre o batente da porta.

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