X

420 55 10
                                    

Jisung não sabia que era capaz de ficar nervoso por algo como aquilo, era só um encontro normal, que acontece com todo mundo, certo? Mas suas mãos insistiam em tremer e seu ar a faltar, estava ansioso, claro, tinha medo de não saber se portar em um restaurante chique como o que Junhoe perguntou se ele queria conhecer.

Deveria ter escolhido o fast-food. Era a segunda opção que Junhoe deu para si, mas o ruivo temeu que ele só estivesse sendo gentil. "Droga" pensou batendo o solado do sapato caro — que comprou morrendo de dó — no chão enquanto esperava o mais velho chegar. Não estava demorando, Jisung havia se arrumado muito rápido que agora estava parado e tendo que esperar porque estava antecipado.

Enquanto Junhoe não chegava, Jisung ficou ouvindo música no celular enquanto lia algumas coisas sem muito interesse.

Ao chegar, Junhoe notou que Jisung estava impaciente, por isso pensou se estava atrasado ou algo assim. Saiu do carro com um sorriso no rosto e caminhou até estar de frente para Jisung.

— Eu me atrasei, não é? Você parece impaciente. — Estava sem graça por ter que se explicar, mas tentou não demonstrar nada.

— Não, eu me arrumei rápido demais e acabei muito antecipado… Você chegou cinco minutos antes do que marcamos. — O Han não evitou a risada ao notar Junhoe soltar o ar preso, aliviado. — Eu não sabia o que vestir, acha que está bom?

O ruivo vestia um terno simples, preto com uma gravata azul turquesa bem clara e uma calça justa, juntando o social ao casual, normalmente não fazia essas coisas, mas Joohyun acabou dando a dica, então Jisung preferiu acreditar nas palavras de uma mulher bonita e bem vestida do que na sua própria intuição.

— Está lindo. Podemos ir? — Jisung assentiu e deixou Junhoe abrir a porta do carro para si. Dentro do veículo apenas o som ligado em uma música baixa excluía o silêncio, não era desconfortável e Jisung realmente adorava aquela música, então sequer se preocupou em falar algo.

O restaurante era puro luxo, Jisung até tentou cogitar quão rico o Koo era, mas desistiu da ideia segundos depois de se sentar na cadeira em frente ao outro e o viu sorrindo um tanto sem graça.

— Eu não costumo vir em lugares assim… Só quando é algum encontro com empresários ou algo assim. — Junhoe explicou, entregando o cardápio para Jisung. — Te trouxe aqui porque no cardápio específica o que tem em cada prato. Então é só escolher, você bebe vinho? Vou escolher um.

— Bebo sim. — Sorriu de volta. Era estranho para si estar em um encontro como qualquer outra pessoa, mas estava sendo bom e confortável, Junhoe não se importava com Jisung já ter se prostituído ou por ter sido um dos clientes dele, o moreno estava agindo como se nada daquilo já houvesse acontecido e Jisung se sentia completamente agradecido por isso.

Depois de fazer os pedidos e finalmente começar a comer, os dois engataram uma conversa simples qualquer durante alguns bons minutos.

— Você e Minho trabalham juntos a quanto tempo? — O mais novo perguntou e Junhoe se perdeu um pouco, tentando se lembrar.

— Creio que fazem uns oito anos já. Não sou bom com essas coisas. — Junhoe riu, bebendo mais um gole do vinho. — E você, de onde o conhece?

— Do mesmo lugar que conheço você. — Junhoe arregalou os olhos, quase que imediatamente começando a pedir desculpas, mas Jisung riu. — Está tudo bem. Não dói falar sobre isso, não sobre Minho, ele me ajudou a sair daquela vida e me deu um emprego, sou grato por isso.

— Tudo bem… — Junhoe suspirou, estava envergonhado por aquilo mesmo que o menor tenha dito que não doía, estava explícito nos olhos pequenos que doía sim. — Gostou da comida?

— Sim… Esse vinho também é ótimo. — Comentou antes de tomar um gole maior da bebiba. — Mas me deixou um pouco solto demais.

— Seu rosto está vermelho. — O maior falou rindo e Jisung acabou o acompanhando na risada, virando demais a taça e derramando o líquido sobre si.

— Merda… — Resmungou mas riu mais uma vez.

— Vem, eu te levo até o banheiro, molhou só a gravata tira ela e lava na pia, com sorte não mancha. — Jisung seguiu Junhoe e fez exatamente o que havia sido dito pelo maior. — Não vai manchar… Deu sorte.

Jisung assentiu, dobrando a gravata — enrolando, tanto faz — e se virou de frente para o maior, sorrindo.

— A gente vai ficar para sobremesa?

— Depende, você gosta de doces? Eu não gosto mas se você quiser pedir não tem problema.

— Não gosto de doce de gente rica, é mais fácil ir numa loja e comprar bombom. — O menor fingiu não notar a mudança leve no comportamento de Junhoe, ou na aproximação dele, deixaria para ver até onde ele iria.

— Então eu vou pagar a conta e nós vamos atrás de um lugar para comprar doces para você. — Jisung piscou devagar, aproveitando quando sentiu a palma da mão do outro em sua bochecha, num carinho singelo.

Depois de pagar a conta sem deixar Jisung ver o valor, Junhoe o levou para o carro, tentando pensar onde achar os doces para o menor.

— Por onde a gente começa? — Junhoe perguntou, ele não costumava comprar doces, então sabia onde encontrar os doces que Jisung queria. — Ei, o que você tá fazendo?

— Esquece os doces. — Jisung sussurrou, havia passado para o colo do maior ao vê-lo concentrado no celular, olhando endereços de docerias abertas naquele horário. Jisung não era idiota, notou todas as investidas implícitas do outro, e aceitou claro, ele também não era nenhum santo para ficar esperando Junhoe ser direto.

— Tenho uma caixa de chocolates perdida na geladeira do meu apartamento. Quer ir lá buscar? — Junhoe disse, beijando o pescoço do menor com cuidado.

— Quero.

Second Life » minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora