Jisung não sabia que era capaz de ficar nervoso por algo como aquilo, era só um encontro normal, que acontece com todo mundo, certo? Mas suas mãos insistiam em tremer e seu ar a faltar, estava ansioso, claro, tinha medo de não saber se portar em um restaurante chique como o que Junhoe perguntou se ele queria conhecer.
Deveria ter escolhido o fast-food. Era a segunda opção que Junhoe deu para si, mas o ruivo temeu que ele só estivesse sendo gentil. "Droga" pensou batendo o solado do sapato caro — que comprou morrendo de dó — no chão enquanto esperava o mais velho chegar. Não estava demorando, Jisung havia se arrumado muito rápido que agora estava parado e tendo que esperar porque estava antecipado.
Enquanto Junhoe não chegava, Jisung ficou ouvindo música no celular enquanto lia algumas coisas sem muito interesse.
…
Ao chegar, Junhoe notou que Jisung estava impaciente, por isso pensou se estava atrasado ou algo assim. Saiu do carro com um sorriso no rosto e caminhou até estar de frente para Jisung.
— Eu me atrasei, não é? Você parece impaciente. — Estava sem graça por ter que se explicar, mas tentou não demonstrar nada.
— Não, eu me arrumei rápido demais e acabei muito antecipado… Você chegou cinco minutos antes do que marcamos. — O Han não evitou a risada ao notar Junhoe soltar o ar preso, aliviado. — Eu não sabia o que vestir, acha que está bom?
O ruivo vestia um terno simples, preto com uma gravata azul turquesa bem clara e uma calça justa, juntando o social ao casual, normalmente não fazia essas coisas, mas Joohyun acabou dando a dica, então Jisung preferiu acreditar nas palavras de uma mulher bonita e bem vestida do que na sua própria intuição.
— Está lindo. Podemos ir? — Jisung assentiu e deixou Junhoe abrir a porta do carro para si. Dentro do veículo apenas o som ligado em uma música baixa excluía o silêncio, não era desconfortável e Jisung realmente adorava aquela música, então sequer se preocupou em falar algo.
O restaurante era puro luxo, Jisung até tentou cogitar quão rico o Koo era, mas desistiu da ideia segundos depois de se sentar na cadeira em frente ao outro e o viu sorrindo um tanto sem graça.
— Eu não costumo vir em lugares assim… Só quando é algum encontro com empresários ou algo assim. — Junhoe explicou, entregando o cardápio para Jisung. — Te trouxe aqui porque no cardápio específica o que tem em cada prato. Então é só escolher, você bebe vinho? Vou escolher um.
— Bebo sim. — Sorriu de volta. Era estranho para si estar em um encontro como qualquer outra pessoa, mas estava sendo bom e confortável, Junhoe não se importava com Jisung já ter se prostituído ou por ter sido um dos clientes dele, o moreno estava agindo como se nada daquilo já houvesse acontecido e Jisung se sentia completamente agradecido por isso.
Depois de fazer os pedidos e finalmente começar a comer, os dois engataram uma conversa simples qualquer durante alguns bons minutos.
— Você e Minho trabalham juntos a quanto tempo? — O mais novo perguntou e Junhoe se perdeu um pouco, tentando se lembrar.
— Creio que fazem uns oito anos já. Não sou bom com essas coisas. — Junhoe riu, bebendo mais um gole do vinho. — E você, de onde o conhece?
— Do mesmo lugar que conheço você. — Junhoe arregalou os olhos, quase que imediatamente começando a pedir desculpas, mas Jisung riu. — Está tudo bem. Não dói falar sobre isso, não sobre Minho, ele me ajudou a sair daquela vida e me deu um emprego, sou grato por isso.
— Tudo bem… — Junhoe suspirou, estava envergonhado por aquilo mesmo que o menor tenha dito que não doía, estava explícito nos olhos pequenos que doía sim. — Gostou da comida?
— Sim… Esse vinho também é ótimo. — Comentou antes de tomar um gole maior da bebiba. — Mas me deixou um pouco solto demais.
— Seu rosto está vermelho. — O maior falou rindo e Jisung acabou o acompanhando na risada, virando demais a taça e derramando o líquido sobre si.
— Merda… — Resmungou mas riu mais uma vez.
— Vem, eu te levo até o banheiro, molhou só a gravata tira ela e lava na pia, com sorte não mancha. — Jisung seguiu Junhoe e fez exatamente o que havia sido dito pelo maior. — Não vai manchar… Deu sorte.
Jisung assentiu, dobrando a gravata — enrolando, tanto faz — e se virou de frente para o maior, sorrindo.
— A gente vai ficar para sobremesa?
— Depende, você gosta de doces? Eu não gosto mas se você quiser pedir não tem problema.
— Não gosto de doce de gente rica, é mais fácil ir numa loja e comprar bombom. — O menor fingiu não notar a mudança leve no comportamento de Junhoe, ou na aproximação dele, deixaria para ver até onde ele iria.
— Então eu vou pagar a conta e nós vamos atrás de um lugar para comprar doces para você. — Jisung piscou devagar, aproveitando quando sentiu a palma da mão do outro em sua bochecha, num carinho singelo.
Depois de pagar a conta sem deixar Jisung ver o valor, Junhoe o levou para o carro, tentando pensar onde achar os doces para o menor.
— Por onde a gente começa? — Junhoe perguntou, ele não costumava comprar doces, então sabia onde encontrar os doces que Jisung queria. — Ei, o que você tá fazendo?
— Esquece os doces. — Jisung sussurrou, havia passado para o colo do maior ao vê-lo concentrado no celular, olhando endereços de docerias abertas naquele horário. Jisung não era idiota, notou todas as investidas implícitas do outro, e aceitou claro, ele também não era nenhum santo para ficar esperando Junhoe ser direto.
— Tenho uma caixa de chocolates perdida na geladeira do meu apartamento. Quer ir lá buscar? — Junhoe disse, beijando o pescoço do menor com cuidado.
— Quero.
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Second Life » minsung
Fanfictionconcluída 🔴 Jisung só precisa de uma única chance para sair daquilo, somente uma mão estendida, e ele teria uma nova vida. (minsung • tw: prostituição • drama & romance) ® ideuseok. não aceito adaptações.