Capítulo 1

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Helô tentou conversar com a menina, mas parecia que isso fazia a criança se irritar mais ainda, desajeitada ela parou o carro de qualquer jeito no estacionamento da farmácia. A menina berrando no colo dela atraía olhares e atenção de clientes enquanto ela se contorcia para pegar as coisas.

— Tadinha, o que ela tem? — Uma senhor empática perguntou.

— Eu não sei, acho que é fome... — Helô disse nervosa balançando a menina tentando fazer ela parar de chorar.

— Ela não tem chupeta não? — Uma outra senhora perguntou em to mais acusatório.

— Verdade, vou procurar na bolsa. — Helô disse enquanto pagava.

— Ai, ai, essas mães de hoje em dia que só querem filho ou por status ou pra segurar o marido e quem sofre é a pobre da criança. — A mulher disse enquanto Helô saia.

Apesar de tudo ela tinha que agradecer a mulher, encontrou a chupeta da menina dentro da bolsa e assim que colocou na boca da criança ela se acalmou. Então ela prendeu a criança na cadeirinha novamente e foi rumo a casa dela.

Ao chegar em casa, Heloisa se atrapalhou para abrir a porta, segurar a criança que havia voltado a chorar e as sacolas. Com cuidado ela colocou a criança em cima do sofá junto com as sacolas e voltou para fechar a porta. Por sorte ela voltou a tempo antes da criança cair do sofá. Ela pegou a Bebe e a lata de leite, a mamadeira e a água mineral. 

— Calma, calma, por favor... — Ela falava como se acriança entendesse, mas sem sucesso, a menina chorava incessantemente.

Helô preparou a mamadeira conforme indicava no rotulo, e deu para criança que mamou de forma esfomeada. Chegando a engasgar uma vez pelo desespero da fome.

— Olha, você vai precisar ter muita paciência com a tia Helô por que não faço ideia do que fazer. — Helô disse chorando de desespero enquanto a criança terminava a mamadeira.

Após terminar a mamadeira, outra batalha se iniciou, Helô não sabia trocar fralda, então ela assistiu um vídeo no youtube e foi fazendo igual. Sorriu quando percebeu que era mais facil do que parecia. Depois colocou uma roupa limpinha na menina e deu a chupeta novamente para a criança que em questão de minutos pegou no sono. Com medo da criança cair no chão, Helô colou ela na cama dela e alguns travesseiros em volta, tomou um banho rápido, depois requentou uma sobra do jantar do dia anterior que teve com Yone e foi dormir, ela estava exausta e só queria uma boa noite de sono.  

Porém, a menina acordou as duas da manhã e só voltou a dormir cinco e meia da manhã com o sol já clareando. Helô só conseguiu pegar no sono novamente as sete da manhã, mas não durou muito, as nove a menina já estava chorando novamente.

Depois de dar uma mamadeira e trocar a fralda, Helô ligou a televisão, tinha que fazer hora até o shopping abrir para comprar tudo que estava faltando para a criança, inclusive comida pois sabia que a criança não poderia ficar a base de mamadeira já tendo nove meses.

— STENIO! — Ela quase caiu para trás vendo ele na televisão.

— È Ana, se trata de uma ex inconformada... — Ele falava com a cara mais sínica possível.

— Isso é muito sério, um advogado renomado como você sofrer assedio... — Ana Maria Braga disse.

— Mas não se preocupe, as devidas medidas já foram tomadas. — Ele disse sorrindo. — E o que ela fez não ficará sem a devida responsabilização.

— Cachorro, ordinário, salafrário. — Helô disse. Com toda a historia da menina, ela nem teve tempo de pensar sobre o anuncio que ele fez dizendo que estava sendo perseguido por uma ex que não aceitava o fim do relacionamento. Ela desligou a televisão irritada, tantos problemas que ela tinha, ter que aturar ele debochando dela era o auge e ela não precisava passar por aquilo.

Surpresas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora