Capítulo 20

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— Tem certeza que a senhora não quer ir dona Helô? —  Creusa perguntou.

— Tenho sim Creusita, eu tô meio indisposta, esses dias foram pesados demais.... — Helô disse.

— E como está o amigo de Doto Stenio? — Creusa perguntou.

— Muito mal, os médicos já desenganaram a filha... — Helô disse. — E ainda teve aquela história do Hackemento das contas da prefeitura e o caso do pedófilo, hoje eu só preciso de paz e sossego com a minha gatinha.... — Helô disse beijando a bochecha de Drika.

— Porque a senhora não liga e chama o Dotô Stenio pra vim lhe fazer companhia? — Creusa sugeriu.

— Que Stenio Creusa, ele tá muito ocupado tendo que livrar o cliente dele das suspeitas dessa tentativa de assassinato contra o Guerra. — Helô disse bufando, mesmo sem querer admitir, o relacionamento dela com Stenio estava cada vez mais profundo.

— Olha que esse mundo está perdido mesmo, onde já se viu, dois amigos um tentar matar o outro. — Creusa comentou.

— E também, eu tenho que estudar algumas coisas e o Stenio aqui só vai atrapalhar e me distrair..... — Helô disse massagem a têmpora.

— Mas eu me preocupo em deixar a senhora sozinha com ela passando mal. — Creusa falou.

— É só cansaço, eu prometo que tá tudo bem, pode ir tranquila! — Helô disse.

— Tá bom, assim que o show lá do bar do seu Joel acabar eu volto! — Creusa disse.

— Se quiser pode dormir na sua afilhada e voltar amanhã...— Helô disse.

— Não porque Tonho vai dormir lá, ela tá toda feliz que parece que o Juíz vai devolver a guarda pra ela! — Creusa disse.

— Que bom saber disso! — Helô sorriu.

— Deixa eu ir porque se não, vou chegar só no fim...— Creusa falou.

Helô ficou brincando com Drika até da hora da menina dormir. O que antes era fácil, havia se tornando muito difícil pois cada vez mais, Drika se recusava a parar de brincar pra dormir e essa hora estava se tornando um verdadeiro caos.

Depois Helô tentou jantar, mas estava sem fome, beliscou apenas algumas frutas e bebeu suco de goiaba. Ela riu pois nunca foi tão fã do suco e ultimamente esse tinha se tornado o preferido dela.

Helô pegou os documentos sobre o caso do Primo e começou a estudar minuciosamente e fazer algumas anotações. Do nada ela teve uma insight e começou a rever os álbuns de fotos. Percebeu que as páginas estava numeradas de forma diferente e começou a anotar essa numeração.

Ela estava entretida com as conexões que estava fazendo e possivelmente uma grande descoberta,  quando ouviu uma batida urgente na porta, na verdade parecia que iam derrubar a porta dela.

Ao abrir a porta se deparou com todos seus vizinhos dos andares inferiores. Antônio e Paula o casal de idosos que moravam no decimo andar junto com suas duas netas Ana de 5 e Antônia de 10, Gustavo e a filha Clara, ele tinha a guarda da menina então ela morava com ele no nono andar e Luiz com a esposa Michele que estava gravida de uns seis meses, eles moravam no sétimo andar.

— O prédio está pegando fogo, não dá pra sair. — Gustavo disse.

— É O QUE? — Helô quase gritou.

— Será que podemos entrar? — Paula perguntou.

— Claro, claro...— Helô deixou que todos entrassem.

— Vovó, nós vamos morrer? —  Ana perguntou assustada.

— Não, ninguém vai morrer! — Helô disse. — O que exatamente está acontecendo?

Surpresas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora