Capítulo 7

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Sakura se apressava pelo caminho de volta para casa, com a discussão com Sasuke ecoando em sua mente. As palavras trocadas, as emoções à flor da pele, tudo pesava sobre ela como um fardo. A noite estava calma, mas o turbilhão de pensamentos em sua cabeça criava uma tempestade interna.

O aroma familiar de ramen do Ichiraku pairava no ar enquanto Sakura se aproximava, buscando uma pausa em sua jornada tumultuada. No entanto, a atmosfera habitualmente alegre do lugar foi rapidamente substituída por uma cena que se desviava do comum. Ino, a sempre extrovertida e confiante Yamanaka, apresentava uma faceta inesperada. Seu semblante normalmente radiante estava tingido de timidez, e sua presença mais contida era um contraste marcante com a imagem vibrante que todos conheciam. A loira estava parada no balcão, uma mão nervosa repousando sobre ele.

Sai, o silencioso artista que frequentemente deixava suas emoções escaparem através de suas obras, estava ali ao lado de Ino. A delicadeza de seus gestos era evidente quando tocou suavemente a mão da amiga. O rubor no rosto de Ino intensificou-se, revelando a intensidade do momento compartilhado entre eles.

Sakura, escondida na penumbra da noite, observava a cena com mistos sentimentos. Uma alegria genuína florescia por ver Ino encontrar a felicidade, mas, ao mesmo tempo, uma sombra de inveja pairava sobre seu coração. A visão dos casais ao seu redor, cada um com sua narrativa de amor, destacava a complexidade de sua própria situação, ressaltando a lacuna entre suas expectativas e a realidade. A busca por respostas e o confronto com seus próprios sentimentos a aguardavam, e ela continuou sua caminhada pela vila, levando consigo o peso dessa reflexão.

A noite na vila de Konoha parecia estar impregnada de encontros românticos, e Sakura, enquanto seguia seu caminho, testemunhou mais um desses momentos. Naruto e Hinata caminhavam juntos, imersos em uma conversa íntima. O rosto corado da morena indicava que compartilhavam algo especial, algo que transcendia as palavras e se expressava nos rubores reveladores.

— Ótimo, só faltava eu esbarrar com todos os casais de Konoha na mesma noite.

Ao presenciar esse quadro romântico, uma onda de nervosismo percorreu Sakura, como se a vila inteira estivesse conspirando para mostrar a ela os diversos relacionamentos florescentes à sua volta. Resmungando consigo mesma, ela refletiu sobre a ironia de esbarrar com todos os casais de Konoha naquela noite.

A necessidade de encontrar um refúgio tornou-se premente, e Sakura acelerou o passo, ansiosa por alcançar a segurança de sua casa. Ali, esperava ela, teria a oportunidade de refletir sobre suas próprias emoções e dilemas, longe do espetáculo romântico que a vila parecia se tornar naquela noite.

[...]

A noite caía suavemente sobre Konoha quando Shisui e Itachi, acompanhados pela pequena Yuli, deixaram a residência dos Uchiha. O céu estava tingido de tons azulados e violetas, e o clima fresco da noite envolvia a cidade. Mikoto, visivelmente entristecida pela separação da neta, tentou persuadir o casal a passar mais uma noite em sua casa, buscando manter Yuli por perto.

No entanto, Shisui recusou a oferta com um aperto no coração. Ele não conseguia mais tolerar os olhares frios e desaprovadores de Fugaku, que pareciam queimar sobre ele cada vez que visitava a casa dos Uchiha. Itachi, percebendo a tensão e respeitando a decisão de Shisui, recusou educadamente o convite da mãe, alegando que era hora de Yuli voltar para casa.

Ao chegarem ao seu modesto apartamento, situado fora do distrito Uchiha, Shisui sentiu um misto de alívio e melancolia. Aconchegou Yuli nos braços, tentando dissipar a contrariedade que ela sentia por deixar a avó. A luz suave do ambiente dava um toque acolhedor, e a atmosfera parecia ser impregnada por uma mistura de sentimentos familiares e saudosos.

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