Capítulo 10

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A sala de descanso dos enfermeiros se banhava em uma serenidade quase terapêutica, um refúgio de calma no agitado hospital de Konoha. O crepúsculo tingia o ambiente com tons dourados, destacando a caneca de chá de Haruki, que repousava sobre a mesa diante da janela. Os últimos raios de sol delicadamente iluminavam o líquido, criando reflexos dançantes.

Enquanto a tranquilidade reinava, os corredores adjacentes eram apenas ligeiramente perturbados pelos passos suaves dos enfermeiros em suas atividades. Contudo, essa atmosfera serena contrastava vividamente com a agitação interna de Haruki, que se encontrava imerso em pensamentos profundos.

A chegada iminente de Ino Yamanaka não passou despercebida. Seu chakra familiar era como um sussurro nos sentidos de Haruki. Em um desejo momentâneo de evitar a inevitabilidade da conversa, ele escolheu a estratégia fútil de ignorá-la, talvez na esperança de que sua persistência enfraquecesse. No entanto, Ino permaneceu na entrada da sala, seus braços cruzados indicando uma determinação inabalável. O contraste entre a paciência silenciosa dela e a agitação interna de Haruki criava uma tensão palpável na sala de descanso, como se estivessem em um impasse que só poderia ser resolvido com palavras não ditas.

— Você sabe, ignorar não é a melhor estratégia para fazer com que eu vá embora, Haruki.- a Yamana suspirou.

O enfermeiro, Haruki, mergulhou em um silêncio reflexivo na sala de descanso. Seu olhar fixou-se na caneca de chá diante dele, como se aquele simples objeto pudesse conter respostas para as perguntas não formuladas que ecoavam em sua mente. A quietude na sala parecia ecoar a turbulência interior de Haruki, enquanto ele se perdia em pensamentos profundos, buscando clareza onde a confusão prevalecia. O suave crepúsculo lançava uma luz melancólica sobre a cena, acentuando a intensidade do momento de introspecção. Cada segundo de silêncio carregava o peso das emoções não expressas e das decisões não tomadas. Era como se o próprio ambiente estivesse suspenso, aguardando as palavras que, por enquanto, se esquivavam da quietude, deixando um rastro de expectativa no ar.

— Não vim aqui para deixar você sozinho com seus pensamentos sombrios. Realmente acha que pode me ignorar até eu desistir?- Ino aproximou-se do amigo e puxou uma cadeira na sua frente.

— Eu estava esperando que sim.- Haruki ergueu os olhos resignado.

— Bem, não vai acontecer. Estamos nisso juntos, lembra?

Um suspiro escapou de Haruki, reconhecendo a verdade nas palavras de Ino. A tranquilidade da sala começava a ser preenchida por uma conversa que se tornava inevitável.

A atmosfera na sala de descanso era permeada por um silêncio tenso. Ino, diante de Haruki, hesitava, ponderando sobre como abordar o assunto delicado que a impulsionara até ali. No entanto, ao encarar a verdade de frente, ela percebeu que sutilezas poderiam não ser a abordagem mais eficaz. Haruki, por sua vez, permanecia mergulhado em seus próprios pensamentos, aparentemente alheio à presença da loira.

O sol poente lançava tons quentes pela janela, iluminando a sala com uma luz suave que contrastava com a tensão no ar. Ino, finalmente decidindo-se a quebrar o silêncio, respirou fundo antes de começar:

— Haruki, sei que deve haver algo incomodando você. Não vim aqui para forçar a conversa, mas... sei que não é apenas sobre a terapia com a Yuli.

O Hyuga permaneceu com seu olhar fixo na caneca, como se buscasse respostas na superfície do chá. Era evidente que algo pesava em seu coração, algo que talvez precisasse ser compartilhado. Ino, determinada a apoiar o amigo, aguardou pacientemente, ciente de que a verdade eventualmente viria à tona. O silêncio se prolongava até ser rompido por Haruki, que, sem desviar o olhar de sua caneca, abordou o que parecia ser um tópico mais seguro.

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