Viva os malucos

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ANDREA  SACHES 

Miranda me olhava como quem estava extremamente incomodada, quando pergunto o que cozinharíamos ela faz menção de falar, mas as palavras morrem em sua boca, depois de uns segundos em silêncio constrangedor a linda mulher se decide, dava para ver que tinha decidido o que faria, pois seus olhos ficavam diferente quando estava em dúvida, tinham um pontinho de vulnerabilidade, mas isso apenas por uma fração de segundo depois eles já voltam a ser rígidos e acho que até um pouco mais escuros, tão lindos. 

- Venha - ela sai e aperta o botão da chave do carro, destrancando a mesma BMW em que voltou para casa ontem a noite. 

- Onde vamos? - pergunto entrando na porta do passageiro. 

- Ao mercado - responde avisando Cristine por mensagem, depois dá partida e passamos metade do caminho em silêncio. 

- Então, vamos cozinhar o quê? - tento quebrar o clima estranho. 

- O que sugere? - responde olhando a rua. 

- Que tal pastel? ou cachorro quente...

- Sinto como se tivesse perguntado a Caroline e Cassidy, isso não é almoço Andrea. 

- Por que ? É final de semana. 

- Seu comportamento se assemelha cada vez mais a duas crianças de sete anos. - ela diz séria estacionando e fico irritada, porque ela quer uma sugestão se iríamos cozinhar o que ela quisesse? Saímos e na entrada ela pega uma cestinha. Era engraçado a ver fazendo essas coisas,  dirigindo e com uma cesta de mercado na mão, ela parecia demais para o lugar e para funções tão simples, imaginem como se a princesa Daiana fosse as compras no mercado próximo a casa de vocês, com todo o charme, beleza e elegância, bom essa era a impressão que Miranda passava. Quando ela desceu do carro todos a olhavam admirados com aquela maravilha, eu entendia eles, fazia a mesma coisa toda vez que via ela.  Efeito Miranda Priestly. 

- Pode deixar - pego na alça da cesta. Miranda me olha e tira a mão devagar, sinto suas unhas raspando nos meu dedos e o cheiro delicioso de perfume. Ela entra em um corredor e pega dois  pacotes de massa espaguete de uma marca caríssima e volta a procurar outros ingredientes com os olhos. Sorrio com a cena. 

- Andrea, você e sua mãe comem camarão? 

- Sim, comemos. - respondo e ela pega dois pacotes. - Ah então isso que vamos fazer? Macarrão com camarão? Eu adorei - digo animada. 

- Chama-se camusquim, quem bom que gostou. - Diz e volta a pegar azeitonas, palmito e vários temperos. Em alguns minutos já estamos no caixa, Miranda era bem ágil e não ficava enrolando, nem se distraia, ia direto nos ingredientes que queria. Passamos no caixa e ela paga tudo com uma aproximação do celular, sem nem saber o valor ou pegar a nota o que só reforça a minha hipótese de que era bem rica. Dou risada com meus raciocínios enquanto carregávamos os pacotes até o porta malas. No caminho de volta o clima já estava bem melhor,  tínhamos nos adaptado a presença uma da outra. 

- As meninas tem sete anos então? - puxo assunto.

- Tem sim, são gêmeas idênticas.  

- Ah isso é notável, quando as vi achei que tinha levantado rápido demais do sofá e estava tonta, olhando rápido mal dá pra notar que são duas. - ela sorri, que sorriso meus amigos, que sorriso. 

- Imagino, Cristine não soube identificar até elas começarem a falar, ela diferencia pela voz e pela personalidade, em fotos não sabe quem é quem, só finge que sim. - rimos 

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