- 𝐄𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐧𝐬 uma garota que tem sua vida completamente mudada quando vai para os Jogos Vorazes. Um evento anual que acontece com o objetivo de entreter as pessoas da capital. 24 tributos, 2 de cada distrito, 1 homem e 1 mulher, são...
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Ouvir o meu nome sair da boca daquele homem foi inacreditável. Eu tinha chances de ser escolhida por já ter 18 anos, mas acho que eu tinha só 24 papéis com meu nome lá. Eu sentia minha barriga virando ao avesso, eu queria apenas agachar lá e chorar até a minha morte chegar, mas eu não podia.
Eu sabia que se nenhum carreirista se oferecesse em meu lugar, a partir do momento que meu nome havia sido dito, eu seria da Capital. Minha vida seria posse da Capital e do Presidente Snow, e tudo que eu faria a partir daquele momento em que meu nome foi dito, eles ficariam sabendo ou vendo.
Depois de pensar mil coisas em um segundo, minha primeira reação foi olhar para minha mãe, que estava chorando rios na platéia. Depois escuto a voz incrivelmente alegre do homem de cabelo rosa .
- Venha cá querida, não tenha medo
Medo era tudo aquilo que eu mais tinha naquele momento, medo de morrer, medo do que eu iria enfrentar na Arena, medo de tudo que poderia acontecer. Mas ninguém podia saber das minhas fraquezas, afinal sou um tributo, e agora faço parte de uma peça, e as pessoas pagam para verem os melhores atores em cena, e é isso que tenho que ser.
Ergo a minha cabeça e pareço estar confiante, coloco um sorriso igualmente confiante no rosto, e vou andando calmamente, quase desfilando, até o palco.
- Muito bem, muito bem. Agora vamos para o tributo masculino. - Allan fala enquanto se direciona a bola com o nome dos meninos, eu continuo com o mesmo sorriso no rosto, mas desgostando completamente daquela citação.
- Leonel Crista! - o cerimonialista fala como se tivesse dando uma notícia incrível.
Não podia ser verdade, eu não conseguia acreditar, Leo não podia estar indo para a arena, e muito menos comigo. Assim que ouço o nome dele, meu sorriso se desfaz completamente, meu primeiro pensamento foi implorar que algum carreirista de voluntariasse, mas meu pedido não foi realizado. Olhei rapidamente para Leo, que estava caminhando devagar, não como eu caminhei, mas sim como alguém que estava caminhando para sua morte, o que era bem provável de ser verdade.
Desvio meu olhar para Anne, que estava chorando desesperadamente, ela sabia que ia perder alguém que ela amava muito, ou eu, ou o Leo, ou talvez até os dois. Ela já havia perdido a irmã mais velha nos jogos, Annie Crista, e seus pais nunca fizeram parte de sua vida. Os 3 irmãos sempre moraram em um orfanato, até Annie conseguir dinheiro para comprar uma minúscula casa para eles, pouco antes de falecer. Anne não merecia sofrer mais nada, mas a vida é injusta.
Lembro que sempre achei muito estranho as irmãs Anne e Annie terem praticamente o mesmo nome, mas pra algumas pessoas a escrita do nome é muito importante, pra mim tanto faz. A Sr. Crista queria que o nome de Annie fosse escrito de um jeito e o Sr. Crista de outro, como eles tiveram 2 meninas, quiseram colocar o mesmo nome mas com escritas diferentes nelas. Vai entender né.
Leo já estava no palco, olhando para mim como se pedisse socorro, lembro que tenho que sorrir, e olho para ele como se ele devesse fazer o mesmo, mas não o faz.
O homem de cabelo rosa pega as nossas mãos e as junta, insinuando que devíamos leva-las ao ar antes de falar:
