CAPÍTULO IV

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— Isso certamente não tava nos planos!! – Cardan gritou pelo corredor, correndo ao meu encontro.

Jude Duarte

Falei cedo demais. Bomba, Barata e Fantasma corriam atrás de Cardan e pararam na minha frente também.

— As parteiras já estão aqui – deixei claro.

Cardan me colocou entre seus braços. Minhas costas agora estavam guardadas por seu peito. Mesmo vestido, o volume de seu tórax cravava minha pele. Ele se esforçou para parecer um rei digno.

— Ela vai ficar bem, Jude – Vivi exclamou. Ela chegou correndo da mansão de Locke com Oak. Ele brincava no seu quarto com as criadas elfas.

— Eu sei que vai, Vivi. Mas é minha irmã que está lá! Não tem como eu não me preocupar!! – esbravejei com um nó de choro em minha garganta.

Os gritos de Taryn me apavoraram. Mas as parteiras diziam a ela que estava indo super bem. Pedi a Bomba que entrasse e averiguasse para ter certeza no que elas falavam. Ela assentiu com a cabeça por trás do biombo de madeira.

Eu andava de um lado para o outro. Como uma criança podia demorar tanto assim? Cardan abraçou-me por trás novamente e colocou suas mãos nas minhas, as entrelaçando. Seu calor me acalmava.
Ele me olhou com aqueles olhos negros brilhantes.

— Vai dar tudo certo – disse ele antes que um grito enorme invadisse o corredor. E logo em seguida um choro de criança.

Minhas pernas se aliviaram e minha respiração voltou ao normal. Bomba saiu imediatamente do quarto.

— É um menino! – exclamou ela, com um sorriso encantador.

Não pensei duas vezes e corri até o quarto. Uma das parteiras nixies estava arrumando tudo, enquanto a outra limpava o bebê no colo de Taryn. O rosto de minha irmã estava molhado de suor e de lágrimas.

— Sua irmã é muito forte, Majestade! – disse ela

Não consegui respondê-la. Minha visão focou no pacote de panos sobre o colo de Taryn. Fui vagarosamente até seu lado, tomando o lugar da parteira.

— Ele é lindo – disse em meio as lágrimas. Ele não era nada haver com Locke. Era a cópia de Taryn, só que de orelhas pontudas. Acariciei levemente o pequenino, como se fosse se despedaçar se o tocasse de qualquer maneira .

Ela não dizia nada, apenas me observava. Senti que queria me dizer algo.

— Me desculpa, Jude – começou, em prantos – Me desculpa por tudo que fiz. Estraguei nossa amizade e arruinei sua confiança em mim por causa de um homem qualquer.

Não tive palavras suficientes para falar. Todas elas sumiram da minha mente. Todos que estavam esperando no corredor escutavam atentamente.

Abracei minha irmã, chorando de raiva.

— Locke não merecia nenhuma de nós duas. Mas agora você tem uma prioridade maior – disse para ela, enquanto observava o pequeno garotinho dormindo em um sono profundo.

— Já escolheu um nome? — perguntou Vivi, se juntando a nós

— Escolham um nome bonito, senão eu mesmo vou escolher o nome do meu sobrinho! – avisou meu marido, se recostando na parede mais próxima de nós

- SWEET LOVE - Contos de O Príncipe Cruel ೀOnde histórias criam vida. Descubra agora