CAPÍTULO VII

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Era sexta feira e o dia amanheceu frio e chuvoso, eu estava todo agasalhado com minha mala em mãos. O trem havia acabado de chegar, me levantei do banco em que estava sentado e andei em direção a entrada do transporte logo me sentando no canto. Serão quatro horas de viagem, então eu estava preparado para aquele longo trajeto. Meus fones, um livro, alguns petiscos e não menos importante uma garrafa térmica com um cházinho.

Mandei uma mensagem para minha mãe para me buscar na ferroviária, e avisei ao Jimin e o Yoongi para irem na casa dos meus pais às uma hora da tarde que eu estava precisando de ajuda. Estava animado por estar de volta para minha cidade natal, mas ao mesmo tempo preocupado com a opinião de seus amigos. Ainda estava na dúvida sobre falar ou não como conheci Jungkook, mas não havia inventado nenhuma história também. Talvez dizer que o conheci num café, ou no lugar que trabalho, numa balada ou não sei. Eu não sei o que fazer, isso só me apavorava mais e mais.

...

Desci do trem, e andei até a avenida mais próxima. Era notório como o clima era diferente aqui, em Seul estava bem mais frio por volta de 19°C e agora em Daegu estava 23°C. Estava nublado mas não chovia. Coloquei minha mala no canto da calçada, e removi meu casaco de inverno, restando apenas uma camisa cacharel preta. O carro da minha mãe parou bem na minha frente, e ela correu em minha direção me abraçando apertado foi quando me lembrei da minha cicatriz.

— Amorzinho da mamãe, que saudades eu estava de você. — Ela espremia minhas bochechas enquanto me encarava e suas sobrancelhas franziram. — Você está tão lindo, seu cabelo está mais comprido, mas que cicatriz é essa, meu filho?

— É... — Eu não teria escapatória. — Eu sofri um acidente, mãe. Não precisa se preocupar, eu estou bem, fiquei no melhor hospital de Seul.

— Como assim, meu filho? — Sua preocupação era visível.

— Vamos entrar no carro e eu te explico. — Entrei e bati a porta, respirei fundo para iniciar a história. — Eu estava saindo de uma boate e fui atropelado.

— Eu sabia que algo tinha acontecido, eu senti. Eu tentei te ligar muitas vezes. Os meninos não conseguiam falar com você. Aí, meu filho. — Ela estava chorando.

— Mãe, não chore. Eu estou bem, eu não senti dor nenhuma. Acordei semanas depois, já estava sem os pontos. Já fui no dermato, estou usando uns cosméticos para ajudar a amenizar a cicatriz. — Ela ainda chorava, suas bochechas estavam avermelhadas.

— Você estava sozinho numa situação dessas, meu filho. Como meu coração pode ficar tranquilo? Se algo pior acontecesse eu nunca saberia.

— Claro que iria, mãe, mas não vamos pensar mais nisso. Que tal irmos para a casa, chamar os meninos e assistir um filme com direito a pipoca e chocolate quente. — Ainda resistente e chorona, ela aceitou.

Durante o trajeto até minha antiga residência, tentei fazer minha mãe parar de chorar. Liguei o rádio do carro conectando ao bluetooth e colocando a música que representou a adolescência da minha mãe Girls Just Want To Have Fun da Cyndi Lauper. Ela me olhou sorridente quando comecei a cantar, em poucos minutos se juntou a mim na maior animação.

Chegamos rápido em casa e os meninos estavam no portão aguardando minha chegada e toda história se repetiu após os abraços. Minha cicatriz virou o centro das atenções novamente. Fui direto para meu quarto, o Jimin estava sentado na porta do lado de dentro do banheiro, enquanto eu tomava banho e o Yoongi do lado de fora do banheiro me ouvindo contar sobre Seul.

— Eu conheci um cara. — Iniciei.

— Ui, como ele é? — Perguntou o Tae animado.

— Ele é lindo. Um pouco mais alto que eu, seu corpo é sarado, o cabelo escorrido abaixo do queixo, a pele dele é  clara. Ele é sexy, tem 35 anos e fode bem pra cacete.

Só mais uma noite | jjk + kthOnde histórias criam vida. Descubra agora