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OLIVIA SINCLAIR

      Ontem pelo meio-dia quando Carlos falou sobre reunião de equipe eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria sobrar para o meu lado também. Nem nos meus momentos de descanso a ferrari me deixava descansar. Pela tarde havia recebido um email indicando que hoje pela manhã teríamos uma reunião com a equipe toda, e não apenas com os pilotos e os estrategistas. Possivelmente era para falar sobre o funcionamento de novas regras junto de algum discurso de coach.

Como já sabia o que me aguardava já estava parada no corredor me preparando psicologicamente para ir. Além de Charles provavelmente garantir a sua presença também teria uma sala de reunião com várias outras pessoas nas mesmas condições que eu: Funcionários entediados até a morte. Em dias como esse nem todo o energético do mundo fazia efeito, parecia impossível passar por uma dessas horríveis reuniões sem cair no sono. Isso tudo sem mencionar o fato de que tudo isso durava, em média, três horas — se fosse otimista —. E assim, todos nós ficávamos presos em uma sala de conferências mal iluminada.

Adentrei na sala de reuniões dando um último gole na latinha do meu energético e logo me sentei em meu lugar. Percebi que Carlos já estava aqui e Charles também, vestindo sua típica camiseta da ferrari. Resolvi o ignorar e peguei o folheto que estava em cima da minha mesa, onde explicava os tópicos que seriam abordados durante a reunião.

[...]

Era possível contar nos dedos a quantidade de minutos que havia se passado desde o início da reunião e eu já estava lutando para manter a cabeça erguida e os meus olhos abertos. Amava o meu emprego dentro da ferrari e tudo que o envolvia, mas eu classificava essas sessões de tortura como um preço que havia de pagar por ter uma vida profissional tão boa.

Foi necessário apenas um momento de devaneio para que perdesse a batalha contra mim mesma, até que algo pontiagudo cutucou minha coxa e eu despertei com um sobressalto, pulando na cadeira. Olhei assustada para Gracie que estava ao meu lado e ela discretamente me apontou Charles com o seu olhar. Eu estava tentando ignorar a presença dele, mas ele, pelo contrário tinha o olhar totalmente focado em mim como se fosse eu quem estivesse palestrando a reunião. Estava com tanto sono que se Gracie não tivesse me apontando a situação, eu nem iria ter percebido.

Passei de estar quase cochilando e totalmente absorta em meus pensamentos para incomodada com Charles me fitando nem sem piscar ou disfarçar. Sua expressão estava séria e só por isso eu já sabia que ele estava de mau humor, o conhecia o suficiente para saber que a carranca em sua testa franzida significava irritação. Desviei meu olhar do seu rosto e me levantei do meu assento de forma cuidadosa sem chamar tanta atenção para mim e caminhei em direção a porta de saída. Precisava ir até o banheiro e essa me pareceu a hora perfeita para sair sem sentir peso algum na consciência.

Fechei a porta e respirei fundo o ar puro e fresco, me sentindo até mesmo muito mais livre a aliviada. A medida que eu dava passos pelo enorme corredor as luzes iam se acendendo, me sentia até mesmo como se estivesse em um desfile da victoria's secret e fosse a super modelo. Mas estava mais para quem ficava responsável pela organização do show de luzes e era obrigado a trabalhar.

Cocei meus olhos ainda sonolenta e quando estava prestes a dobrar no corredor do banheiro eu senti minha cintura ser agarrada com certa força e meu corpo ser puxado para o caminho contrário. Meu coração disparou em susto mas em segundos se acalmou quando chegou até meu nariz um cheiro de perfume específico. Charles. Inferno. 

Charles parou em minha frente e corpo foi encostado contra parede, o olhei totalmente indignada e ainda meio assustada com sua atenção repentina e totalmente sem nexo. O que se passava pela cabeça dele?

tied hearts | charles leclercOnde histórias criam vida. Descubra agora