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OLIVIA SINCLAIR

      Nesse instante estava jogando todas as almofadas do sofá de Charles no chão. Estou procurando a chave que ele não faz ideia de onde colocou, e eu muito menos, já que quando cheguei aqui não estava em condições de guardar a chave.

Solto um suspiro pesado e respiro fundo para não acabar enforcando Charles que me olhava do outro lado da sala, tinha uma expressão calma em seu rosto, como se nao estivesse ligando muito para o fato de que a chave estava perdida.

- Da pra começar a procurar ou tá difícil? — Pergunto em um tom ríspido e Charles me ignora se levantando e começando a tirar algumas coisas do lugar.

Ao menos ia procurar a chave.

Volto minha atenção para a bagunça que tinha feito na sala e volto as almofadas no sofá, não que ele merecesse que eu arrumasse, mas não conseguiria simplesmente deixar tudo bagunçado.

Ouço o Charles suspirar e quando me viro ele estava sentado novamente, não estava nem tentando.

- É melhor chamarmos um chaveiro, já estou cansado de procurar. — Ele diz cruzando os braços. Ele nem tinha procurado nada, dramático.

- Você nem procurou. — Falei o olhando indignada e negando com a cabeça. - Como não se lembra onde colocou? É uma chave! Não deve ter escondido tão bem.

- Você não deve se lembrar, mas ontem a noite quando cheguei minha prioridade não era a chave. — Ele diz dando um sorriso cínico, estava falando de mim.

Choraminguei me jogando des costas no sofá e passando as mãos no rosto em um ato de desespero. Precisava retornar para Itália.

- Isso não pode estar acontecendo... — Resmunguei e olhei para Charles novamente que parecia tentar conter um sorriso. Estava começando a desconfiar.

- Você fala como se fosse péssimo estar presa comigo. — Ele diz sorrindo e revira os olhos, caminhando até o sofá e se sentando.

- Pode ter certeza que não é uma das oitavas maravilhas do mundo. — Vim a falar para deixar claro meu descontentamento e o vi fechar a cara.

Teria um longo dia pela frente.

- Pois eu acho que é a oitava maravilha do mundo sim, deveria aproveitar minha presença. — O moreno da de ombros e vem a se aproximar mais de mim, com um sorriso de lado no rosto. - Como vamos aproveitar nosso dia juntos?

- Pensei ter ouvido você dizer que iria ligar para o chaveiro. — Falei o olhando com as sobrancelhas franzidas e meus braços cruzados. Ele só podia estar brincando.

- Voce que está incomodada, pode ligar! — Ele diz me entregando seu celular. - Eu costumo perder minhas chaves com frequência, já tenho o número salvo.

Respirei fundo ao perceber que Charles não iria colaborar com isso.

- Qual é a senha? — Questionei tocando na tela do celular e o olhando esperando por uma resposta.

- Tenta oliviavoltapramim16 tudo junto. — Ele diz me dando um sorriso cinico e reviro os olhos em resposta.

- É numérica. — Falei o olhando e realmente não duvidando caso a senha anteriormente citada fosse a correta caso fosse alfabética. Nada mais me surpreendia.

- Nosso aniversário de namoro. — Charles fala virando o rosto para mim, esperando que eu desbloqueasse o celular.

Respirei profundamente sentindo minha mão tremer um pouco e ignorei pressionando os números 260821. Havia desbloqueado. Engoli em seco ao ver que seu plano de fundo era uma foto nossa do ano anterior e senti minha respiração ficar presa em minha garganta. Me recordar de lembranças como essa ainda me faziam sentir coisas que nem eu sabia descrever o que era.

- Supera. — Resmunguei após um longo minuto de silêncio absoluto e abri em sua agenda de contatos.

- Não tenho o que superar, ainda vai voltar pra mim. — Charles diz dando de ombros e pude sentir que continuava me olhando.

- Nem nos seus melhores sonhos. Desista. — Falei passando meu dedo pela tela do seu celular, rolando por sua agenda de contatos até um nome me chamar a atenção. - Quem é Beatrice?

Levei meu olhar até o seu e vi um sorriso de lado aparecer em seus lábios. Cínico

- Beatrice é uma amiga. — Ele diz sem dar muita importância para o nome. Talvez não fosse alguém importante. - Está mexendo onde não deve ao invés de procurar o número.

Revirei meus olhos achando o número do chaveiro logo abaixo e realizando a chamada. Levei o celular até minha orelha ouvindo tocar do outro lado da linha enquanto eu aguardava de forma impaciente quase roendo minhas unhas.

Não sei se estava com mais cedo do sermão que Sienna ou me daria ou de ter que ficar presa com Charles em sua casa.

As duas ideias eram aterrorizantes.

- Acho que você vai ter que quebrar a fechadura. — Comentei quando a ligação se encerrou por falta de reposta e disquei novamente.

- Não vou quebrar a fechadura. — O moreno diz cruzando os braços e negando com a cabeça repetidas vezes. - Não tem necessidade disso, não é como se você não estivesse confortável aqui.

- Não estou. — Vim a falar largando o celular e passando as mãos em meu cabelo segurando a vontade de arrancando os fios. - Trabalhar com você já é um pesadelo! Agora imagine ficar presa aqui sabe Deus até quando.

- Voce fala como se eu fosse um monstro, quando na verdade sou super legal e fácil de conviver. — Ele vem a falar e eu dou uma risada em resposta. Definitivamente não era fácil de conviver.

- Só você acha isso. — Murmurei me levantando e o vi me olhar com curiosidade no olhar. Apenas ignorei.

Caminhei até a cozinha pegando a primeira faca grande que encontrei e caminhei até a fechadura da porta, torcendo os lábios e vendo que não seria possível. Precisava de um martelo ou de uma desparafusadeira.

- Não, não, não! — Charles diz vindo até mim, pegando a faca da minha mão. - Você não vai destruir minha fechadura, sossega que uma hora ou outra o chaveiro vai atender.

- Tenho certeza que criou essa situação de propósito! — Falei fechando a cara e cruzando meus braços. - Está me mantendo em cárcere privado.

- Se eu quisesse te prender poderia ter feito isso antes, não foi algo planejado. — Ele diz soltando um suspiro e revira os olhos. - Tente parar de reclamar um pouco, a situação não é tao ruim.

Voltei a me sentar no sofá apoiando meus cotovelos em minhas pernas e meu rosto em minhas mãos. Por um lado Charles tinha razão: As coisas não estavam tão ruins e poderia ser pior. Ao menos não estávamos brigando e eu não estava presa com um homem desconhecido.

Queria o agradecer por ter me salvado de mim mesma na noite anterior mas não iria alimentar o seu ego, então apenas optei pelo silêncio e o observei discar pelo número do chaveiro mais uma vez.

Minhas esperanças estavam se esvaindo.

[...]

o que vcs acham que vai acontecer hein hei hein?

tied hearts | charles leclercOnde histórias criam vida. Descubra agora