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OLIVIA SINCLAIR

        Terminei de pegar os produtos que iria usar no rosto de Charles e voltei para o quarto me sentando de frente para o mesmo na cama. Precisava fazer um curativo se não acabaria ficando com uma marca horrível no rosto. Peguei um algodão com soro e comecei a passar pelo corte que to há em sua bochecha e o ouvi reclamar um pouco. Já estava reclamando e ainda nem tinha começado direito.

- Pare quieto ou vai doer mais. — Falei mandando um olhar feio para ele.

Estava feliz que ele ia ficar aqui comigo essa noite, depois do dia que tive definitivamente não queria ficar sozinha e sabia que ele não deixaria o meu lado até ter certeza que eu estou 100% bem.

- Está doendo. — Charles resmungou fazendo uma careta quando passei um algodão com um pouco de álcool no corte.

- Já vai passar. — Murmurei pegando a pomada que tinha ali e aplicando um pouco no meu dedo. - Está com dor em mais algum lugar?

Aproximei meu dedo do corte passando a pomada ali da forma mais delicada que consegui. Sabia que provavelmente estava meio dolorido.

- Minha mão. Infelizmente só consegui quebrar o nariz daquele filho da puta. — Ele disse olhando para sua mão e deu um sorriso.

- Não deveria ter ido tão longe. — Resmunguei pegando sua mão e vendo que realmente estava meio inchada. - A dor vai piorar pelos próximos dias.

Acho que ele já sabia sobre isso, mas de qualquer forma estava o relembrando. Me levantei abrindo minha mala e procurando ali por minha pomada de massagem. Não iria resolver mas ao menos iria aliviar.

- Deveria era ter ido mais longe. Vou descobrir onde ele mora e colocar fogo na casa dele. — Ouvi Charles dizer e acabei por rir. Charles estava tão bravo quanto eu, talvez até mais.

- Obrigada por ter acreditado em mim. — Falei voltando com a pomada e me sentei novamente em sua frente olhando para sua mão. - Acho que vai doer um pouco...

- Nunca duvidaria de você. — Charles disse e o vi fechar os olhos e negar com a cabeça. - Eu aguento, sou forte!

Dei um sorriso e assenti com a cabeça. Coloquei sua mão em cima da minha perna e vim a abrir a pomada, aplicando um pouco em meus dedos antes de aproximar da parte inchada que machucada da mão se Charles. Comecei a espalhar de forma devagar e o vi fazer uma careta. Sabia que estava doendo, mas se não passasse agora seria pior depois.

- Assim que a pomada secar vamos colocar gelo para tentar diminuir um pouco o inchaço. — Falei e ele assentiu.

Estava com medo que isso viesse a impedi-lo de ter um bom desempenho durante a qualificatória e a corrida. Sabia que o quanto isso importava para Charles.

- Pode ter certeza que ele saiu muito pior do que eu. — Charles falou dando um sorrisinho de lado. - Não me arrependo nada.

- Não acha que isso vai afetar seu desempenho na corrida? — Falei e apontei para sua mão.

- Não. — Ele negou com a cabeça. - E caso o faça pelo menos foi por uma boa razão. Não fique se culpando por isso, Olivia.

Dessa vez acabei por não conseguir segurar o pequeno sorriso que involuntariamente apareceu em meus lábios. Sentia-me segura ao lado de Charles não importa qual fosse a situação. Quando estava com ele nunca precisei me preocupar com o quão curta a roupa que eu usaria fosse. Pois segundo suas palavras, ele sabia como brigar e não mediria esforços para acabar com alguém caso eu me sentiesse desconfortável.

- Deveria descansar um pouco. — Ele voltou a falar, afastando o cabelo do meu rosto com sua mão. - Mais tarde podemos pedir sua comida favorita e assistir aqueles filmes péssimos de romance clichê.

Dessa vez fiz uma careta. Não eram péssimos.

- Não tão ruins assim. — Falei tentando me defender de seu ataque ao meu gosto cinéfilo.

- Não mesmo. São terríveis. — Charles disse abrindo um sorriso cínico nos lábios que eu já estava bem habituada. - Já decorei todas as falas de cartas para julieta e um amor para recordar. Deveriam me chamar para um remake.

- Não sei se gosto da ideia de ver você contracenando romanticamente com alguma outra mulher. — Murmurei e ele riu.

Não estava achando a graça e a simples ideia realmente não me agradou mesmo. Não estava pronta para o ver com alguma outra mulher novamente.

- Você é a única mulher da minha vida desde que coloquei meus olhos em você naquela festa. — Ele falou deixando um beijo rápido no canto dos meus lábios. - Não estava brincando naquele dia em que disse que você ainda iria se casar comigo.

- As coisas costumavam serem mais fáceis nessa época. — Falei ao lembrar-me. Éramos tão jovens ainda e tão apaixados, agora parecíamos correr contra o tempo.

Vi o olhar triste no rosto do charles ao perceber ao que eu me referia e mordi a parte interna de minha bochecha. Sabia que teríamos que conversar sobre isso mas ainda não parecia um bom momento. Não agora com todos os nervos ainda a flor da pele.

- Aceita tirar com cochilo comigo antes da nossa maratona de péssimos filmes de romance clichê? — Perguntei tentando aliviar a tensão e o cutuquei.

- Nunca negaria dividir uma cama com você! Estou aproveitando todas as oportunidades que a vida está me dando. — Charles falou sorrindo grande e tirando sua camiseta.

Me levantei indo em direção a janela do quarto e vim a fechar a mesma, para de seguida fazer o mesmo com as cortinas, deixando o quarto um pouco mais escuro. Charles jogou um cobertor para cima da cama e sorri apenas em imaginar o quão macio deveria ser.

[...]

bombas estão por vir 

tied hearts | charles leclercOnde histórias criam vida. Descubra agora