013 | Eva e Adão

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Norman poin't of view

FAZIAM DOIS DIAS que eu não voltava pra casa.

Uau porque? Dora e José me levaram pra casa deles e disseram que não sabia andar nessa floresta, pois não costumavam sair por aí pra caminhar igual eu fiz, por medo. Eles tinham medo de algo naquela floresta, e porra eu dormi lá, no meio do mato sem nada pra me proteger.

Eu fiquei bem receiosa em ir com eles pra sua casa mais quando vi que Dora ficou muito feliz em me ver pois seu sonho sempre foi ter uma menina, para fazer penteados, usar roupas rosas e comprar bonecas. Mais ela nunca conseguiu por conta de uma doença. Foi aí que eu vi que o casal era inofensivo, quem era o perigo ali era eu mesma.

Quando chegamos em sua casa no meio da floresta, era pequena casa de um andar e com a decoração muito simples. Eu fiquei tão apaixonada na casa que senti que meus olhos brilharam.

—— Fica a vontade viu, bem. Não e grande coisa como deve ser lá onde ce mora mais é o que temos pra te oferecer. —— Diz Dora com um sorriso meigo, me senti muito acolhida por eles.

Eu tbm sinto muita falta de meus pais e meus amigos, principalmente ela.
Mais o que eu posso fazer? Não sei andar nesse matagal e muitos menos Eva e Adão.

Foi assim que os apelidei.

Então prefiro ficar aqui do que me perder ou até pior nessa floresta.

[...]

Já era o segundo dia que eu estava na casa de Adão e Eva. E eu estava sentindo que estava incomodando, não da forma de que eles não me queriam ali mais que eu estava acabando com as despesas do casal, eles já não tinham muita comida e eu estava ajudando a acabar. Então decidi que seria melhor eu seguir meu caminho quando vi que eu poderia seguir o caminho indicado na bússola que me deram de presente. Eu morava no sul, a única coisa que sabia, acho que daria certo.

Mais antes uma ideia veio em minha cabeça.

—— Dora, José. —— Grito e corro em direção ao quintal onde os dois estavam colhendo plantas.

—— Diga querida, aí estou com tanta dor nas costas. —— Ela diz enquanto se levanta.

—— Lembrei da bússola que vocês me deram e acho que sei como volta pra casa. —— Digo animada mais sinto um olhar triste vindo dos dois.  —— Mais, não é isso que eu realmente quero dizer.

—— Pode dizer, fia. —— Diz José cabisbaixo.

—— Eu quero que vocês vá comigo pra casa.

—— O que? Minha fia não podemos, não podemos deixar tudo aqui e irmos viver nas custas dos teus pais. —— Diz José arrumando seu chapéu.

—— Seu 'tio' tá certo minha filha. Não podemos sair daqui. Não temos dinheiro pra uma casa.  ——  Diz Dora enquanto se apoia em José.

—— Não, não. Por favor, eu posso trabalhar e comprar uma casa pra vocês, lhes arrumo um emprego. Não vão precisar mais viver do jeito que vivem, por favor. Eu me acostumei com vocês, quero que fiquem
comigo. —— Sinto meus olhos arder e Dora põe a mão em meu rosto acariciando.

—— Filha você tem certeza?

—— Nunca tive tanta certeza em toda minha vida, Eva. —— sorrio pros dois que retribuem. Logo fomos pra casa e eles arrumaram uma mala com as pequenas coisas que tinham e esperamos o dia nascer para partimos. Eu já amos esses dois e é notável.

Billie poin't of view

Faziam três dias que Norman tinha sumido. Três dias de procura. Três dias colocando drogas no meu organismo e três dias sem dormir.

A mãe de Norman foi parar no hospital quando foi avisada que o sangue achado em uma lápide quebrada era dela.

O que me deixou com raiva foi quando fomos dar queixa do desaparecimento dela na delegacia e tinha que esperar dar vinte e quatro horas pra ver se ela voltava ou não. Eu fiquei tão puta que quase peguei a pistola do policial e meti dois tiro na cara dele.

O primeiro lugar que procuramos foi a floresta Elmer, e encontramos o casaco que ela usava no dia do enterro. Tentamos achar pegadas mais nada, parecia que alguém tinha apagado. Eu fiquei muito preocupada por terem achado o casaco dela lá, ainda mais por lá ser um dos abitates de uma gangue. Uau! A porra de uma gangue.

Eles poderiam ter pego ela e só Deus sabe o que devem estar fazendo.
Até os merdas dos polícias tem medo de andarem por lá.

Tudo uns pau no cu.

Eu sinto falta da minha garota.

[...]

Mais uma noite sem dormir e nada dela voltar, hoje completavam três dias sem poder ver seu sorriso, que raramente era mostrado.

—— Billie, amor. Tem que ir pra escola. —— diz minha mãe no outro lado da porta.

Não respondo, apenas me levanto tomo um banho e desço com um enorme nó na garganta.

Quando mamãe me vê a primeira coisa que faz e me abraçar, foi a primeira vez que chorei em meses.

—— Ela vai voltar, querida. Se acalme. ——

—— Eu juro mãe, que se aqueles merdas daquela gangue fizerem algo contra ela eu juro, juro por tudo que é mais sagrado, eu mato cada um deles. —— Digo entre soluços.

...

—— Sinto falta da Norman. —— Diz Camila com um pequeno sorriso enquanto desenhava com a unha no banco de pedra que ficava no refeitorio. Mesmo com essa merda toda acontecendo, tive que vir pra escola, minhas notas estão caindo muito.

—— Sinto falta do cheiro doce de seus cabelos. —— Diz Harry abraçado a Lauren.

—— Vocês vão me fazer chorar seus urubus. ——  diz Lauren.

Estava segurando minhas lágrimas , maia senti que uma teimosa desceu. Então virei meu rosto, mais todos perceberam e me abraçaram, coletivamente.

Foi aí que eu realmente chorei de verdade.

A melaçao já tinha acabado e junto a ela o intervalo, quando estávamos indo em direção a porta Ariana passa.

—— Meus pêsames pela recém falecida... —— Ela diz e sai rindo, não contive e andei em sua direção agarrando em seu pescoço com um colar de marca.

—— Se tiver envolvida com algo em relação ao desaparecimento da Norman Ariana, eu juro que você vai ter o mesmo caminho que sua mãe.

—— Sai sua estúpida, não me daria o trabalho de desaparecer com aquela menina. E outra, não gostei do jeito que segurou meu pescoço, prefiro que segure mais forte, é daquele jeito que eu gosto sabe, você sabe. —— Ela diz se aproximando encostando em meu cabelo mais me viro brutalmente para me afastar, só não esperava a escola toda ali atrás de mim.

—— Fofoqueiros do caralho. —— Digo baixo e puxo meus amigos pra sair de vez dali.

𝙃𝙞𝙜𝙝 𝙀𝙣𝙤𝙪𝙜𝙝 - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora