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•𝗛𝗲𝗻𝗿𝗶 𝗽𝗼𝘃•

Paris, a cidade das luzes, aguarda para ser capturada através da minha lente. Cada rua é uma história visual esperando para ser contada, e em cada clique, pretendo imortalizar a poesia das margens do Sena e a elegância da Torre Eiffel ao anoitecer.

Meu nome é henri! Eu estou no último ano do ensino médio e fiz uma decisão que pode mudar a minha vida! Eu acabei de fazer 18 anos e meu irmão me encorajou a seguir meu sonho de ser fotógrafo!

Eu sempre tive o sonho de ser fotógrafo. Eu tinha sete anos quando meus pais me deram uma câmera de presente de aniversário. Eu estava tão animado para tirar várias fotos com eles. Mas alguns dias depois, tudo mudou. Um acidente de carro tirou meus pais de mim. Eu uso a câmera que eles me deram até hoje. Nem sei como ela ainda funciona. Eu guardei a câmera por todo esse tempo porque eu sinto que meus pais ficariam muito irritados se eu a jogasse fora.

Eu não gosto de admitir, mas acho que a minha câmera é a única coisa que faz eu sentir a presença deles perto de mim, cuidando de mim. É patético! Eu sei. Eu sempre sonhei em morar em Paris. Meus pais já me levaram uma vez quando eu tinha 6 anos, mas nós não ficamos muito tempo. Meu pai teve uma emergência no trabalho e tivemos que voltar. Ele...prometeu que me levaria para Paris de novo. E que nós iríamos na torre Eiffel e em todos os pontos turísticos de lá... Ele infelizmente não pode cumprir essa promessa.

Eu irei viajar para Paris para estudar fotografia! Eu estou no último ano do ensino médio e eu vou me mudar para uma escola parisiense. Estamos no meio do ano e eu estou com medo de não me adaptar na escola. Assim que o ensino médio acabar, eu vou fazer minha tão sonhada faculdade de fotografia em uma Universidade de Paris! Minhas notas na antiga escola eram mais que suficiente para passar na Universidade. Eu só preciso continuar com boas notas em Paris e eu vou conseguir passar... Eu acho.

- Se acalma, você vai conseguir maninho! - Meu irmão fala pra mim ao ver meu nervosismo

- Obrigada Pierre - eu o abraço e sinto meus olhos lacrimejarem.

- Vai logo, Você está atrasado pro voo! - ele se solta do abraço e me olha.

- Obrigada! - Eu ando me afastando dele.

Quando os meus pais morreram, meu irmão cuidou de mim. Sou muito grato por ter ele.

Eu entrei no avião e senti meu coração apertar por causa da ansiedade. Eu estava com medo de morar sozinho na capital da França. Eu já estava acostumado a ficar a maioria do tempo sozinho em casa, já que meu irmão estava sempre trabalhado para nos sustentar. Mas mesmo assim, eu tenho medo de mudanças. E se tudo der errado?

•𝗠𝗮𝗿𝗴𝗼𝘁 𝗽𝗼𝘃•

Ah, manhãs... parece que meu despertador tem uma relação complicada com o meu sono. Hoje, levantar da cama é como escalar uma montanha. As olheiras são quase um acessório fashion, e cada passo parece um desafio. O cansaço é meu despertar, e só consigo pensar no quentinho do meu travesseiro. Por que as segundas-feiras existem mesmo?

- Bom dia mãe - eu me sento na mesa e coloco um pouco de café em um copo.

- Bom dia Mag - Ela me entrega um
Prato com um croassaint.

Minha mãe é dona de uma pequena padaria, ela não ganha tanto dinheiro, mas é mais que o suficiente para nos manter. Ela cozinha muito bem. Eu amo as comidas dela, principalmente os macarons. Eu aprendi a cozinhar por causa dela. Nós sempre fomos muito próximas, então eu não sou aquela adolescente que faz tudo escondido.

Eu nunca conheci meu pai. Minha mãe me teve por causa de um estrupo, ela tinha 16 anos quando me teve. O meu pai era 28 anos mais velho que ela. Nunca tive vontade de conhecer ele. Minha mãe tinha medo que eu me sentisse sozinha sem uma figura paterna, então ela sempre fazia eu ter ótimas lembranças com ela. Ela é a mulher mais incrível que eu já conheci.

- Vá tomar banho! Você vai se atrasar para a escola! - Ela fala enquanto eu lavo meu prato.

A rotina escolar parece um labirinto sem fim. Às vezes, tudo o que eu queria era um botão mágico para pular direto para o fim do dia. A escola, com suas aulas e lições, parece um mundo distante demais pela manhã.

Liguei o chuveiro e senti a água morna passar pelo meu corpo e levar meus problemas ralo a baixo. Minha vida ficou muito silenciosa esse ano. Eu sinto que não acontece nada de ruim ou bom, é estranho.

Eu coloco meu uniforme e pego minha mochila.

- Tchau mãe!

- Tchau Mag! Boa aula!

Eu saio de casa e ando um pouco até o ponto de ônibus

A monotonia se instalou na minha rotina, como se a vida estivesse presa em um loop sem fim. Cada dia parece uma cópia do anterior, e a empolgação se perdeu pelo caminho. Talvez seja hora de encontrar novas cores no meu quadro cinza, desafios que despertem a curiosidade e quebrar esse ciclo entediante.

Eu estava distraída com meus pensamentos e não percebi que tinha esbarrado em alguém

- Me desculpe! - eu olho para a pessoa e sinto que meu coração deu um salto ao ver um garoto de olhos azuis, que parecem esconder segredos intrigantes, e cabelos loiros e cacheados, como um raio de sol em um dia nublado. Por um breve momento, o mundo pareceu mais vibrante e meu coração bateu em sintonia com a leveza do encontro.

Ao olhar pra ele, meu coração fez uma pausa rápida, como se o tempo parasse por um instante. Ele era alto, e deu um sorriso tímido quando viu minha cara de quem estava se sentindo extremamente constrangida. Seus olhos encontraram os meus, e nesse breve segundo, algo mágico aconteceu. Meu pensamento é uma mistura de surpresa, nervosismo e uma dose sutil de felicidade.

- Tudo bem! - o garoto fala com uma voz suave e dá um sorriso.

Eu percebo que meu caderno caiu no chão, mas antes que eu possa fazer algo, o garoto se abaixa e pega. Meu caderno estava aberto em uma página que eu tinha uma margarida desenhada. Eu não sou do tipo que ama desenhar, eu só desenho quando estou entediada. Eu costumo desenhar caveiras, paisagens e flores. Principalmente margaridas. Eu amo margaridas.

Ele pegou meu caderno e olhou o desenho por um tempo, depoise me olhou e estendeu a mão para me entregar.

O-obrigada... - Eu falo enquanto pego meu caderno.

Ele sorriu para mim e se virou para ir embora. Enquanto ele dava passos para longe, eu sentia um pressentimento estranho, mas não era ruim. Era...Reconfortante.

Ele continua andando e eu fico parada por um tempo até voltar a realidade. Nossa, ele é bonito! Pena que eu provavelmente nunca mais vou ver ele denovo. Eu continuo andando até o ponto de ônibus e depois de algum tempo eu chego na escola.

𝗛𝗲𝗻𝗿𝗶 𝗽𝗼𝘃

Ao abrir as janelas do meu apartamento, a luz do sol flui diante dos meus olhos e os telhados históricos se tornam meu novo horizonte. Cada esquina é um enquadramento potencial, e a luz da Cidade promete transformar meu novo lar em um estúdio visual cheio de encanto.

Eu arrumei algumas coisas no meu apartamento enquanto ouvia música. Eu não fui para a escola hoje, pois eu tinha que arrumar algumas coisas, mas amanhã eu vou. Eu decidi sair um pouco para conhecer Paris.

Eu descansava minha mente enquanto andava. Estava pensando como seria minha vida a partir de agora, essa cidade é espetacularmente linda, espero que corra tudo bem.

Eu me afundava em meus pensamentos quando vi de longe alguém, eu olhei um pouco melhor e não pude deixar de reconhecer seus lindos olhos verdes. Era a moça que esbarrou comigo mais cedo. Ela tinha o mesmo olhar pensativo da última vez que a vi. Ela não percebeu a minha presença, nem deveria, afinal, ela nem me conhecia.

Eu continuei andando até perder ela de vista.

Essa garota me dava um pressentimento estranho...

Notas da autora
Oie gente! Esse foi o primeiro capítulo, deu muito trabalho pra fazer! 🥺 E me desculpem se tiver algum erro😰

Beijoss💞

Sob O Céu Do LouvreOnde histórias criam vida. Descubra agora