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Zinaida

Estava na sala terminando de embalar algumas coisas que papai queria que eu levasse para vovó e seus irmãos, quando a campainha tocou

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Estava na sala terminando de embalar algumas coisas que papai queria que eu levasse para vovó e seus irmãos, quando a campainha tocou.

Atendo a porta e para a minha surpresa era o Walker que segurava um buque de flores em suas mãos.

Ele me olhava, e eu sentia algo que se apertava no peito. Ele me encarava, hipnotizado, enquanto sua ansiedade virava determinação e transformava o azul-oceano em azul ardente.

Após um longo silêncio ele falou:
- feliz aniversário, Zinaida

Eu não falo nada, mas meus olhos são como espelhos, que refletiam todas as emoções.

- obrigada - falei

Ele me entregou o buque com um sorriso simples. No momento de receber-lo ele me abraça de supersa.

Eu queria rodopiar.
Ele me amava.
E me amava.
E me amava.
E me amava.
E eu o amo.
Eu o amo.
O amo tanto.
Não existe nada tão real quanto a forma que nós olhamos. Nossos olhos tinham amor e desejo de ver a felicidade um do outro.

Sinto algumas lágrimas rolarem em meu rosto. Eu não queria partir e deixa-lo aqui. Eu queria está com ele.

Ele saiu do abraço e me viu limpar algumas lágrimas.

- ah, querida, te vê chorar é o mesmo que me matar - fala sentindo-se estrangulado

Ele volta a me abraçar e beija a minha testa

- sou mesmo a sua querida? - falei me aconchegando em seus braços
- sempre e sempre, minha querida - determinou

Em um ato inesperado lhe dou um selinho demorado.

- não! - falo me tocando no que acabei de fazer

E se eu não fosse embora?
E se eu ficar aqui?
E se, para variar, eu realiza-se a minha vontade?

- você não precisa se sentir assim, não mesmo - falou enquanto acariciava meu rosto

Fiquei um bom tempo encarando ele, e ele me fala coisas confortantes, porém, eu estava presa em meus pensamentos sombrios.

Estou sendo egoísta?
Não me era permitido ir embora?
Estou sendo traiçoeira?
Ele me considera?

Sinto minha respiração acelerar. Imediatamente começo a me imaginar em um filme acelerado.

Era isso mesmo que eu queria?

- vem! Vamos entrar! - ele ordenou

Ele me guipu pelo braço em direção a sala

Sentei-me no sofá e ele foi providenciar um copo de água na cozinha para mim.

- por que amar é estar presente quando não se pode está? - perguntei com meus olhos fechados

Ele me entregou o copo de água

- eu não sei te responder... - falou nervoso

Bebo um golo de água e o olho no fundo de seus olhos.

- merecemos coisas melhores... - falei pensativa

Ele ficou calado

- você é a coisa mais magnífica que já me aconteceu - afirmou
- eu sou um caos. Um trabalho em andamento... - antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele me interrompe
- tenho certeza que não existe universo algum em que eu desisti de você
- você fala com tanta certeza...
- é porquê eu te amo, Zinaida. Quero que você me veja através da fumaça, do fogo e dos quilômetros que existem entre nós. Você me vê? - ele falou

Nos encaramos

- quero tocar você, mas tenho medo... - falei
- medo de que?
- você cansar de mim - sussurrei
- é impossível - sussurrou de volta

Me sinto tímida

Ele pegou minha mão e começou a acaricia-la

- minha querida e amada Zinaida - o ar escapou dele

Sei que sou mais forte do que pensava e sentia. Não vou temer. Vou continuar.

Me aproximo e o beijo

Ficamos ali nos beijando por alguns segundos que pareciam minutos eternos.

Papai chegou em casa

- o que está acontecendo aqui? - perguntou ao vê a cena na sala

Nos afastamos nos olhando.

- nada - falei e desviei o olhar - o Walker ja estava de saída, não é?
- sim sim - ele se levantou - tchau Zinaida - sorriu
- tchau - sorri de volta

Ele saiu de casa e papai o acompanhou com os olhos. Ele preferiu ignorar o que acabará de vê.

- já terminou os embrulhos? - perguntou
- não, mas já estou quase - falo me levantando do sofá
- vou te ajudar. Irei apenas guardar as comprar da cozinha

O resto da nossa manhã foi para terminarmos os embrulhos.

𝑹𝑬𝑳𝑰𝑪𝑨́𝑹𝑰𝑶 || Walker Scobell Onde histórias criam vida. Descubra agora