Capítulo 2 - Poderes Obscuros

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Seus passos pelo corredor faziam as pessoas presentes encolherem-se, essa era a melhor sensação para Héctor, ter o poder de provocar medo. Ele entrou no elevador, como sempre vazio, apertando o número 15, o andar das suas preocupações.

Héctor retirou o celular do bolso da calça jeans, verificando novamente a imagem de Clarice trazida pelos seus homens, ela parecia ter crescido de fato, dado que a última vez que a viu, ela tinha 8 anos. Ele levou as mãos aos lábios, mania adquirida inconscientemente, feita sempre que estava planejando ou resolvendo algo que desafiava sua capacidade.

Ao chegar no apartamento guardou o celular e verificou se tudo estava no lugar, puxou um pouco a camisa de moletom ajustando-a e por fim apertou a campainha, respirando pesadamente.

- Espero que seja realmente importante, sabe o que eu tive que cancelar para te receber? - Angelina falou assim que abriu a porta, tampando a passagem.

- É bom te ver também mamãe! - Héctor retribuiu sorrindo de lado.

Após estar devidamente acomodado no elegante sofá cinza, Angelina sumiu sob a desculpa de procurar um vinho, Héctor ao observar ao seu redor, percebeu que em nenhum lugar sequer tinha uma foto sua com ela. Pela primeira vez em muito tempo, se sentiu incomodado com isso, a senhora da máfia Angelina, nunca o tinha considerado da família.

- Está aqui! - ela falou, balançando duas taças nas mãos. - Não tenho muito tempo, se puder falar o mais rápido possível e dar o fora daqui eu agradeço.

Héctor respirou fundo, pegando uma das taças servidas.

- Serei breve. Clarice foi encontrada novamente. - ele falou estendendo o celular com a imagem a sua mãe. - Ela está em um hospital psiquiátrico, chamado Santa Rosalie, uma das filiais para tratamento intensivo na divisa de Depoloma e Abura. Mas dessa vez não foi intervenção de David, ao que parece. Chuto que há uma nova organização surgindo que pode abalar seus planos.

Angelina manteve-se em silêncio, tomando um pouco do vinho.

- Vamos começar por, não é intervenção de David - falou por fim.

- A princípio, quando encontraram Clarice, alguns homens relataram ter visto os mandados de David próximo ao hospital. Durante todos esses anos de perseguição, ele nunca interveio pessoalmente nessas situações. Não muito tempo depois, encontraram todos eles mortos na floresta ao redor. - Héctor descreveu. - Em outra hipótese, levando a condição mental de David como extremamente confusa, ele teria se vingado de traidores, ao mandá-los para uma armadilha sob a missão de resgatar Clarice. Mas mover peças desnecessariamente não é feitio dele."

Héctor parou por um momento, se arrumando no sofá.

- David não faria isso, não a vista de todos. - Angelina concluiu.

- Então, só há uma alternativa, somente um novato peitaria David sem medo de retaliação.

- Ou alguém que tenha em posse um segredo dele. - Angelina divagou.

- O dono do hospital é Joaquim Fernandes Ribeiro. Não há muita informação sobre ele, não tem família ou amigos próximos. Sua ficha é completamente limpa, como se nunca tivesse existido além de um papel.

- Identidade falsa... nova organização... sabe de um segredo de David e tem em posse Clarice?! - Angelina resumiu e logo após deu uma longa risada. - Adoraria ver David nesse momento, que notícia maravilhosa!

Héctor pegou novamente seu celular, entrando em outra pasta, entregando para a sua mãe em seguida.

- Continuará sendo uma boa notícia, mesmo essa organização acabando com a sua vingança? - Héctor indagou.

A Meia luz da Verdade - Trilogia Portal de Arold - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora