Capítulo 8 - Fingindo de morto para não ser presa.

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Será possível mesmo que você havia quebrado o braço por uma besteira assim?

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Será possível mesmo que você havia quebrado o braço por uma besteira assim?

A dor fazia parecer que sim, sua visão até havia escurecido por um momento, fazendo você sentir como se tivesse saído da realidade por um segundo.

O homem moreno foi o primeiro a agir, tirar você da posição que estava e te ajudar a se sentar, você teve a leve lembrança de dizer para ele não tocar no seu braço, que estava muito dolorido ainda.

Você teve que morder sua língua com força para não gritar de dor quando caiu, então agora sua língua também estava machucada e sangrando, ótimo.

"Ah meu Deus, ótimo, agora temos uma criança machucada." O ruivo bufou, estressado e irritado. "Sério mesmo que a menina quebrou o braço com uma quedinha dessa?"

A mulher de cabelo preto se apressou para fazer um rápido exame em você, tocando seu braço para encontrar o problema. Dessa vez sua língua já estava machucada então você não podia morde-la novamente, te fazendo grunhir e gemer, quase trincando seus dentes pela força que você estava usando para manter sua boca fechada.

"Não está quebrado. Só deslocado." A mulher suspirou, mais relaxada.

"Claramente ela não é uma ameaça então. Quer dizer, talvez ela seja uma ameaça para si mesma, mas para nós não, pelo menos." O moreno deu de ombros.

"Não quer dizer que ela não tenha informações, ela não terminou de falar, lembra?" O ruivo ainda parecia suspeitar de você estar envolvida no crime, de alguma forma.

"Realmente, não, mas quer dizer que ela precisa de um médico." A mulher se levantou.

"Não é só você empurrar o braço de volta, não? Você mesma pode fazer isso." O moreno perguntou.

"Se você quiser que ela grite e arranje mais problema para nós." A mulher fez cara feia para o homem, ou pelo menos pareceu que fez, pelo seu tom de voz. Você ainda tinha seus olhos fechados e estava se guiando pelo som.

"Oque, você está defendendo ela agora?" O ruivo logo perguntou, nem um pouco feliz.

A mulher logo abriu a boca para retrucar no mesmo tom, mas antes que ela pudesse sequer completar uma palavra, o moreno interviu.

"Querendo ou não, ela está certa, qualquer coisa agora pode pegar mal para nós. Podem suspeitar de nós."

Houve silêncio um tempo depois daquilo, como se eles estivessem pensando, ou se encarando.

De certa forma, você ficou feliz, seus pais não ficariam sabendo disso, provavelmente. Se é que seus pais se importariam se você se machucasse, você duvidava que eles sequer encontrariam seus pais em casa.

Mas espera aí, eles falaram que poderiam suspeitar deles? Mas eles não eram policiais?

Antes de qualquer coisa, uma pessoa veio entrando na escola e atrapalhando a linha de pensamento de vocês. Pela voz, você assumiu que a pessoa em questão era o policial que você havia visto do lado de fora, principalmente já que o moreno logo começou a conversar com ele.

Ou talvez ele também não era um policial? Você não sabia bem no que confiar agora.

"Tiago?" O homem de voz macia falou, a voz dele fazia parecer que ele estava sempre angustiado, talvez até medroso.

"Merda!" O ruivo reclamou em voz baixa, debaixo da respiração dele, fechando completamente o zíper do saco preto em um movimento rápido.

"Ah, opa Gonzales!" O moreno - ou seria Tiago? - respondeu, com um tom de voz mais alegre e carismático, diferente do tom mais baixo que estava usando agora pouco. Ele começou a conversar com o homem, como se estivesse tentando ganhar tempo o distraindo.

A mulher se abaixou do seu lado, e, raciocinando rapidamente, sussurrou no seu ouvido.

"Se finge de desmaiada!"

E sem pensar duas vezes, você obedeceu.

"Oque? Outro corpo?" O homem recém-chegado exclamou, exasperado. "Mas eu estava aqui logo agora? Como eu não vi-"

"Ela estava mais adentro do edifício." A mulher interrompeu, mentindo.

"Vocês simplesmente não procuraram direito, provavelmente." O ruivo deu de ombros, completando a mentira de maneira quase natural.

"Não acho que ela esteja morta, só desmaiada." O moreno continuou, te dando um pequeno empurrão com o pé, como se estivesse tentando demonstrar de alguma forma que você estava viva.

A mulher empurrou o pé dele.

"Ela tem batimento cardíaco mas está com o braço deslocado." Ela continuou. "Caiu um..."

Ela não parecia saber oque usar em sua mentira, mas precisava dar uma desculpa convincente para você estar com o braço deslocado e "desmaiada".

"Uma estante de livros estava em cima dela quando a achamos." Tiago explicou. "Talvez seja por isso que vocês não viram ela."

O homem concordou com a cabeça lentamente.

"Ah... Verdade, faz sentido, por isso ela está até suja de cinzas..."

Houve uma concordância comum entre o trio em resposta, você podia até ter acreditado que eles tivessem verdadeiramente notado isso, se você não soubesse a história real.

Você se esforçou para não reagir quando sentiu um dos homens pegando seu corpo no colo, um braço debaixo de seus joelhos e o outro passando por suas costas.

"Vou levar ela para o hospital." A voz soando acima de você te deu uma ideia de quem seria a pessoa te carregando, Tiago.

"Sim, nós levaremos ela para o hospital." A mulher adicionou, levantando e andando até Tiago, que levava você nos braços.

"Nós vamos?" O ruivo reclamou de maneira sutil.

"Nós." a mulher apontou para ela mesma e Tiago. "Nós vamos. Mas você pode ficar aí, se preferir."

Gonzales olhou para os dois, um pouco confuso, antes de olhar para Tiago com um olhar de questionamento. Em resposta, Tiago simplesmente deu de ombros.

"Eu vou, espera aí." O homem suspirou irritadiço, caminhando rapidamente para seguir atrás de Tiago e da mulher, deixando Gonzales para trás, sozinho na escola.

"Estranho, eu não vi nenhuma estante caída..." Gonzales contemplou por um momento.

"Ah, tanto faz, eu nem estava prestando atenção mesmo."

O homem desistiu de pensar e foi saindo também, chamando a outra mulher de uniforme que estava do lado de fora para falar algo.

"Acredita que nós deixamos um ferido para trás? Uma estudante..."

Você não conseguiu escutar o resto, já fora dos muros da escola e indo em direção ao carro de alguém.

Você podia apenas esperar que seus amigos ficassem bem. Algo estava muito errado na escola, sem falar nesse crime. Mas infelizmente, no momento você não podia fazer nada para ajudá-los ou alertá-los disso, apenas rezar para que eles não acabassem esbarrando em algo ainda pior do que aquilo que você havia visto mais cedo.

"...𝚅𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚏𝚒𝚌𝚊 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚕𝚒𝚗𝚍𝚘 𝚎𝚖 𝚟𝚘𝚌ê..."Onde histórias criam vida. Descubra agora