012.

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Acordamos com alguém batendo na porta do meu quarto. Eram 07:12 da manhã, acordamos assustados, mas Tom foi abrir a porta.

-Oi, Melissa. Tudo Bem? Aconteceu alguma coisa? - Tom perguntou.

-Oi Tom! Tudo sim, só vim avisar que o Senhor Smith tá no estacionamento esperando por Amélia Scarlet. - A mulher respondeu.

-Já? Ok avisarei ela. Obrigado! - Tom respondeu e logo fechou a porta.

-Quem era? - Perguntei.

-A recepcionista, Lia. Ela veio dizer que o Senhor Smith já está aqui. E que ele espera por você. - Tom falou enquanto ia em direção a um casaco dele.

-O nome dela é Melissa? Não sabia.
Ele já tá aqui? - Falei assustada.

-Então, mano. Falei a mesma coisa, achei que ele viria mais tarde. E sim, o nome dela é Melissa. - Tom falou enquanto pegava um cigarro do seu bolso e ia em direção à janela.

-Caralho, vou me arrumar. - Falei levantando da cama e indo em direção ao banheiro para escovar meus dentes e pentear meu cabelo.
Já levei comigo minhas roupas e malas ao banheiro para dar uma organizada rápida lá mesmo.

Enquanto eu me arrumava. Tom continuava na janela tragando o seu cigarro.

-Tô pronta, Tom. Vou indo, ok? - Falei indo em direção ao mesmo para dar um abraço.

-Lia, você tem certeza? Não acho que seja uma boa ideia. - Tom falou tragando seu último trago e se afastando do meu abraço.

-Tom, você sabe que te visitarei. Não precisa se preocupar comigo.

-Tudo bem. Amanhã tenho ensaio com os rapazes então não conseguirei te buscar. Mas dia 09/10 você tá livre, não tá? -Tom perguntou.

-Creio que sim, mas te aviso. Beijo! - Dêmos um selinho demorado e com muitos sentimentos. O beijo que era apenas selinho virou um beijo de língua bem intenso.
Tom deslizou sua mão suavemente pela minha cintura enquanto a sua outra mão apertava minha bunda.

-Se cuida! - Tom me abraçou forte.

Tom era meu conforto, minha paz, meu menininho, minha paixão.
Tom foi quem eu confiei em perder a minha virgindade, Tom foi quem EU escolhi para que fosse o primeiro.
Embora eu não fosse a sua primeira vez.

Entreguei minha chave para Tom e desci com as minhas malas até o estacionamento.


-Oi, Senhor Smith. Bom dia. - Respondi ainda sem olhar para o motorista.

-Eai, gostosinha.

Assim que olhei para o motorista pude ver que não era o Senhor Smith. E sim o cara em que tentou me estuprar.
  Embora eu tentasse sair já era tarde demais.
Eu já estava dentro do veículo no banco de trás e as portas já estavam trancadas.

Peguei meu telefone para ligar para o Tom. Mas o sinal não pegava no estacionamento.

-Velho filho da puta! - Tirei um canivete do meu cinto e enfiei no ombro dele.

-AH, VADIA! - Nesse momento ele parou o carro. O carro nem se movimentou do estacionamento, pois nem deu tempo.

Assim que ele parou o carro eu puxei a chave do volante e destravei as portas.
Corri em direção as escadas, pois o elevador estava no sétimo andar e demoraria para descer até o térreo.

Não olhei para trás, apenas saí correndo em direção as escadas o mais rápido possível.
Eu só queria me encontrar com o Tom, nada mais importava.

Sai gritando às pressas na escadaria pelo Tom, mas faltava muito. Eu recém estava no segundo andar ainda.

-TOM! TOM... TOM, ME AJUDA! - Gritava em prantos enquanto tentava puxar o ar suficiente, mas era inútil.

Eu entrei em uma crise de pânico e por conta da adrenalina estar muito disparada, acabei desmaiando.
Minha ansiedade atacou, meus nervos também.
Eu não podia fazer nada, apenas vi minha visão embaçando e tudo ficando preto.

*alguns minutos depois.*

Fui abrindo os olhos devagar, rezando o máximo possível para estar no meu quarto, mas não.
Eu estava dentro de uma ambulância com as sirenes disparadas e com várias enfermeiras ao meu lado.

-O que tá acontecendo? - Perguntei confusa.

-Calma, iremos ao Hospital o mais rápido possível. Tudo ficará bem! Seu pai está junto com você, e permanecerá contigo. - Uma das enfermeiras respondeu.

-Pai? Eu nem tenho pai! - Gritei. Elas ficaram um pouco assustadas com a minha reação, mas tentaram me acalmar.

-MEU PAI MORREU, TÁ ENTENDENDO! Eu não tenho pai, eu não tenho mãe, eu não tenho NINGUÉM! - Desabafei.

-Moça, fica calma, você não pode se estressar. Assim que chegarmos no Hospital você se recuperará. - Uma outra mulher tentou me acalmar novamente.

-Caralho, cara! Cadê o Tom? - Perguntei nervosa.

-Entendemos que está preocupada com o seu namorado, mas o foco agora é você. Seu namorado está bem. Eu acho. - Esse "eu acho" que ela falou foi mais baixo do que a sua frase inteira dita.

-Ele não é meu namorado, ok? Só estou confusa, por que eu estou aqui. Por que ele não tá comigo? - Falei exaltada.

-Olha, tudo ficará bem. Seu pai ligou para a ambulância, pois você desmaiou e bateu a cabeça no chão enquanto brincavam de esconde-esconde na escadaria. Mas ele está te acompanhando. Você precisa de ferro e de proteínas, mas trataremos de você no Hospital e tudo ficará bem novamente, Amélia! - Uma enfermeira falou em um tom de voz mais rude pra mim.

-Olha só! Você realmente acha que eu tenho cara de quem brinca de esconde-esconde ainda? Porque tá meio evidente que não, sua vadia. Eu falei que não tenho pai, meu pai faleceu quando eu tinha cinco anos de idade.
Eu não tô acompanhada com ninguém nesse caralho. Apenas com o Tom! - Falei enquanto me levantava da maca e sentava.

-Olha aqui mocinha. Você pode ir baixando esse seu tom de voz comigo, e de falar palavrão, ok? Não estamos falando com nenhuma criança aqui! - A mesma retrucou.

-Mas parece. Porque achar que eu ainda brinco de esconde-esconde é sacanagem!

-Chagamos! - O motorista falou.

As enfermeiras me desceram da maca no puro ódio e me levaram para dentro do Hospital às pressas. O meu quarto era o 062 no quinto andar.

Eu não parava de falar e xingar as enfermeiras até que elas me dopassem com sonífero.

Tinha um relógio no meu quarto e a última vez em que pude ver o horário era 08:15.
  Só acordei quando já era 16:47 da tarde, acordei com soro na minha veia e com vários remédios em cima da mesinha ao meu lado.

Assim que acordei e olhei para os lados, estava lá. O velho fodido sentado no sofá de visitas me esperando acordar.

483. the hotel roomOnde histórias criam vida. Descubra agora