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Longas duas horas de viagem novamente, chegamos.
Era um prédio abandonado bem distante do centro da cidade.

No entanto, quando eu acordei olhei para os lados e via tudo girar.

-Não pode ser... me doparam?  Como? - Falei mentalmente.

-Vem, gostosinha. - Disse o homem enquanto me esperava desembarcar da van.

Não falei nada, apenas sai em silêncio, pois estava tentando manter a calma.
Nesses últimos dias em que fui sequestrada, usava um absorvente, mas como não haviam mais... tive que substituir por papel higiênico. E sim, foi terrível. Mas por sorte as peças de roupas em que eu usava, foram trocadas, pois sempre tinha alguma recepcionista me ajudando, era raro mas havia.

Adentramos o local abandonado. Eu tentava enxergar, mas eu não conseguia, eu estava fraca e acabada.
Lembrar que eu não estava tomando meus remédios para anemia não me ajudava.

Eu via tudo rodar, até que um silêncio absoluto zuniu no meu ouvido, e foi questão de segundos para que eu desmaiasse.

Fiquei apagada por uns 3 minutos no chão, e quando acordei, o velho só me olhava maliciosamente.
Enquanto eu tentava me recordar do local em que estava me levantando do chão.

-Vem, não tenho tempo pra ficar aqui com você. Precisamos conversar. - O velho me respondeu enquanto ria com uma cara de deboche.

Não o respondi e nem concordei, apenas tentei caminhar e segui-ló.

Eu estava muito mal para reparar nas coisas que estavam acontecendo ao meu redor, nada mais fazia sentido. Pensei que era apenas o meu fim doloroso.

Depois de algumas memórias felizes que eu tinha com o meu pai que fez eu tomar coragem e fazer de tudo o possível para viver por ele.

Chegamos a um quarto, mas só havia uma cama no meio de uma sala vazia.

-De novo não! - Pensei, mas apenas vi ele sentando no colchão e dizendo que teríamos que conversar.

Fiquei em pé ao lado da porta, pois não queria ficar no mesmo ambiente que ele, por mais que não fosse possível.

-Fale. - Falei em um tom frio.

-Bom, você sabe que estamos no mesmo barco, e que não temos mais condições financeiras.
Não temos casa e nem abrigo, apenas ficamos em lugares abandonados como esse.
Mas, se você trabalhar, conseguiremos dinheiro, e eu lhe trará uma moradia.

Mas o único jeito de conseguirmos dinheiro, depende apenas de você, pois Myrean ficou em Mohonk Mountain House. - Disse ele enquanto falava totalmente sério.

-Que? Como assim caralho, cadê a garota?
E não, eu não irei trabalhar para sustentar você, seu porco obeso! - O respondi

-Ah gostosinha, vai sim! - Disse ele pegando uma faca.

-Você acha que me assusta com essa faquinha de serrinha? Coitado. - Falei em tom irônico.

-Ah, é? - Logo após falar isso, ele foi em minha direção e raspou a faca no meu braço, até que começou a sair sangue, e não era pouco.

-FILHO DA PUTA! - Fui bater de frente com ele, embora eu tivesse uma grande diferença de altura perto dele.
Peguei uma pedra que havia na frente da porta do quarto para que a porta ficasse aberta, e taquei nele. Pegou no estômago dele, e era mais uma oportunidade para mim sair de lá.

Assim que sai de lá, a primeira coisa que fiz, foi fazer um curativo no meu braço onde tinha uma grande perfuração.
Arranquei minha blusa, tirei a parte da manga e enrolei no meu braço, enquanto corria em direção aleatória da estrada.

483. the hotel roomOnde histórias criam vida. Descubra agora