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-Lá em cima? - Ele pergunta enquanto me levanta do chão.

-Sim... parece ser um homem. - Eu começo a limpar minhas calças.

-Vou lá ver. Vai verificar se o Dener permanece desacordado, por favor. - Tom começa a subir as escadas.

-Amor... tem certeza? - Eu o pergunto.

-Sim, minha florzinha. - Ele continua a subir.

-Jae. - Eu me viro e vou em direção ao carro.

  *Tom's Vision On:*

Assim que comecei a subir, comecei a escutar sons de passos tentando se afastar.

-Ei... tem alguém aí?

Nenhuma resposta.

Continuei subindo as escadas até ver uma placa que indicava ser o terceiro andar.
Assim que cheguei no terceiro andar, pude escutar um gemido bem baixinho.
Fui me aproximando desses gemidos, para tentar ver o que era, ou o que estava acontecendo lá.

Percebi que esses gemidos vinham de uma sala ao lado esquerdo, estava um pouco escuro, mas, conforme a visão ia se acostumando com a escuridão, passei a enxergar melhor.

Fui caminhando lentamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível até chegar à porta.
Quando cheguei na porta da sala, haviam duas pessoas lá.
As únicas coisas que pude ver, foi: à silhueta de uma mulher de quatro em um colchão no chão e um homem, fodendo ela.

Fiquei um pouco incrédulo sobre essa vista, mas continuei olhando.

Homem: - Eu vou gozar...

Mulher: - Tá bom...

Assim que escutei a voz dos dois, pude finalmente perceber o que estava rolando.
Eles não eram adultos. Eram adolescentes entre 13/14 anos.

-Meu Deus! - Cochichei e sai da porta.

Nenhum dos dois me viram. Eu apenas me retirei e fui em direção às escadas, para ver o que Amélia Scarlet estava fazendo.
Enquanto descia as escadas, vi um lençol no segundo andar e peguei.

  *Tom's Vision Off:*

  *Amélia's Vision On:*

Assim que Tom começou a subir as escadas, eu fui indo em direção ao carro para checar se Dener permanecia instável.
E sim, ele permanecia.

Enquanto Tom não voltava, eu apenas me escorei no carro e fiquei pensando no que poderia ter sido aquela silhueta.

  Vi um vulto preto passando em direção à um matagal que havia do lado direito. Era a mesma silhueta de antes. Aquilo se agachou e ficou me observando.
Fiquei com um medo do caralho, mas não podia pedir ajuda ao Tom.

Aquilo continuou me observando por mais alguns minutos, até que Tom finalmente aparece.

Tom estava segurando um lençol, e isso me aliviou porque eu não precisaria entrar lá novamente.

   *Amélia's Vision Off:*

-Está tudo bem, Lia? Você parece assustada. - Tom me encara.

-Tem alguém ali no matagal... e é o mesmo que eu vi antes, Tom. - Aponto o dedo no lado direito.

Tom não pensa muito e vai na direção que eu apontei.

-Tom... - Eu o sigo.

-Qual foi a tua, seu drogado!? - Tom chega apontando uma arma na silhueta.

-Perdão, senhor. Eu sou desabrigado, e, eu moro aqui. - O homem aponta o dedo indicador para o hospital abandonado.

-Tá cuidando da minha mulher por quê? - Tom pergunta enquanto eu me agarro em seu braço esquerdo.

-Não... eu não... eu não estava. - O homem gagueja.

-Vai foder pro teu lado se tu tiver mentindo! - Tom dá uma coronhada no cara e ele desmaia.

-Tom! Por favor. - Eu puxo ele.

-O que foi, Amélia? - Tom me encara.

-O cara é literalmente um mendigo, Tom... não precisava de uma coronhada no nariz! - Outra coisa. De onde você tirou essa arma? - O encaro soltando seu braço.

-Tive que dar meu jeito. - Tom responde sério. - E você estava com medo dele antes, não estava? - Tom encara profundamente nos meus olhos.

-Antes sim, Tom... mas- Ele me interrompe.

-Então deu! Se você estava com medo dele, alguma coisa que ele fez te assustou. Você é uma garota de bom coração, Lia. E não se pode confiar em ninguém hoje em dia, principalmente em pessoas estranhas.
Você precisa aprender isso. - Tom me agarra pela cintura e me leva em direção ao carro dele.

-Tudo bem, Tom... - Eu escoro minha cabeça em seu ombro.

Tom forrou o porta-malas com o lençol e pediu minha ajuda para colocar Dener dentro.
E assim nós fizemos.

Tom trancou o porta-malas e disse para esperar por ele.

-Pode entrar, princesa. - Tom abre a porta do carro para mim e logo em seguida fecha.

-Por isso disse para te esperar? - Eu sorrio boba.

-Sim. - Ele fala adentrando no carro.

-Você está tão linda hoje, Lia. - Ele me encara. - Você fica muito gostosa toda de preto. - Ele se aproxima e sussurra na minha orelha direita.

-Obrigada... você também está lindo. - Eu o encaro de cima a baixo dando um sorriso.

483. the hotel roomOnde histórias criam vida. Descubra agora