⭐️ Violet Eyes ⭐️- Rhysand

CAPÍTULO 5

🎵 Lucy In The Sky With Diamonds🎵

Lucy

Todos os anos, na semana do meu aniversário, nós carregávamos a pickup do meu pai com barracas, sacos de dormir, guloseimas nada saudáveis e roupas quentes e confortáveis e partíamos em uma viagem de carro para acampar nas cataratas canadenses. Meu pai era um fã absoluto dos Beatles e rock antigo e eu ia sempre no banco da frente, encarregada de trocar os cds quando o álbum escolhido da vez havia chegado ao fim.

Foi em uma dessas viagens que surgiu o apelido “Lucy in the sky”. Lembro de ouvirmos a música dos Beatles e Nick comentar que meus olhos também eram um caleidoscópio. Meu pai riu e disse que um dia eu também encontraria os diamantes do céu.

Naquela viagem em questão, eu decidi que a noite estrelada seria a coisa mais bonita que eu veria em toda a minha vida e que eu perseguiria as estrelas para que um dia pudesse ser tão brilhante quanto elas.
Olhando para o céu estrelado da Corte Noturna, me dei conta de que essas eram as estrelas que havia almejado alcançar minha vida toda.

Meus pés ainda estavam presos no fundo do rio quando ouvi alguém me chamar. Percy estendia sua mão para que pudesse sair da correnteza uma vez que eu, novamente, havia me perdido em devaneios. Segurei sua mão firmemente e impulsionei meu corpo para a margem do lado esquerdo. Annabeth, Rhysand e Amren nos esperavam um pouco mais à frente.

Nós caminhamos em silêncio pelas ruas movimentadas de Velaris. Eu mal conseguia conter minha curiosidade, virando a cabeça para observar as lojas e o tilintar de seus sinos, a calçada de pedra clara e reluzente e as criaturas mais diferentes e interessantes que já havia visto: orelhas pontudas, peles rosadas, azuis e prateadas e asas negras e encouraçadas.
Podia perceber a atenção do feérico sob mim, mas decidi ignorá-la. Não o conhecia e, apesar de sonhar com ele constantemente, a vida de semideusa me ensinara a desconfiar das imagens que os deuses nos enviavam por sonhos.

Paramos em frente a uma casa grande, bonita, mas simples em uma das ruas. Havia um jardim na frente, com flores a desabrochar, e uma varanda de madeira.

– Somente eu e minha prima Morrigan podem entrar nesta casa. Vocês estarão seguros aqui e poderão descansar. Amanhã iremos encontrar meu Círculo íntimo para discutir o que faremos a seguir. – O feérico disse, seu olhar intercalando sobre nós três.

Eu troquei um breve olhar com Annabeth e subimos para os quartos no andar de cima que foram indicados para nós. Supostamente era para eu e Annie dividirmos um dos quartos, mas minha amiga resolveu me trair e dormir com o namorado.

O quarto no qual eu provavelmente passaria as próximas semanas era simples, mas confortável. Havia uma cama de casal no meio, uma cômoda, uma poltrona e uma outra porta do outro lado da parede que deveria dar ao banheiro. Deixei minha mochila ao lado da cama, peguei minha necessarie que havia preparado com alguns itens básicos de higiene e fui tomar um banho.

Mergulhada na banheira, contei até dez. Eu me questionava se havia feito a coisa certa, se havia colocado meus amigos em risco, se poderia ser a pessoa que ajudaria esse lugar, se meu irmão estava aqui. Sufoquei minhas lágrimas para que meu choro fosse silencioso e fui deitar debaixo da coberta quente que estava sobre a cama.
Naquela noite eu consegui dormir pela primeira vez em semanas e meus sonhos envolveram estrelas e olhos violetas.

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Franzi meus olhos com a abrupta claridade. Ainda grogue, eu tentava entender se havia acidentalmente feito com que as cortinas se abrissem, mas ouvi uma baixa voz ao pé do meu ouvido:

– Bom dia, senhorita, iremos te ajudar a se vestir. – Uma fêmea de alta estatura estava parada com as mãos cruzadas à frente da cintura ao pé da minha cama. Outra, se encontrava na janela, arrumando as cortinas. Em um reflexo, eu puxei a adaga dourada que sempre colocava embaixo do travesseiro e pus sob a garganta da que estava mais próxima a mim.