Capítulo 126: Eu Favoreço Você (1)

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Louise não conseguiu dizer nada por muito tempo. Ela nem sabia por onde começar. Ela olhou para a pequena vela brilhando sozinha no escuro, a chama laranja corroendo a vela branca.

"Há."

Ela falou as primeiras palavras, mas achou difícil continuar.

“Na verdade, quero dizer.”

Ela mexeu na jaqueta quente enrolada nos ombros.

“Eu eu sabia–”

Louise desviou os olhos da vela e olhou para Ian com cuidado.

“Eu conhecia você, presidente, antes mesmo de nos conhecermos…”

Ele lançou-lhe um olhar perplexo, mas seu rosto logo relaxou, como se a entendesse.

"Eu suponho que sim. A capital registra tudo, desde a infância até a velhice.”

“Não, não é isso que quero dizer!”

Louise corrigiu suas palavras. Eles teriam que conversar, mas seria uma conversa longa.

“Quero dizer que sei o que acontece agora, no presente. Não sobre o jovem príncipe herdeiro.”

Ele olhou para ela incrédulo. Graças a Deus ela falava com cuidado, ou qualquer outra pessoa teria perguntado imediatamente se ela era uma bruxa.

"Eu sabia que você se tornaria assim."

"Como o que?"

"Apenas."

Louise voltou-se novamente para a vela.

" …Perfeito."

Assim como ela leu no romance.

“Você é doce e tem uma boa mente, mesmo quando finge que não.”

“Em outras palavras, cresci de acordo com suas expectativas. Você deve saber que está muito além das minhas expectativas.”

“Não me refiro a expectativas!”

A jaqueta escorregou dos ombros por causa de sua resposta contundente. Ian ajustou a jaqueta sem dizer uma palavra, seu toque caloroso e amigável, como se para tranquilizá-la de que sempre estaria ao seu lado.

" …EU."

Louise conseguiu continuar.

“Quero dizer que eu conhecia o futuro.”

"Como?"

Ele perguntou sem qualquer hesitação.

"Eu vi."

“Alguém lhe deu uma profecia?”

“Não é uma profecia…”

Louise mordeu o lábio.

“Você vai pensar que estou louco quando eu te contar isso.”

"Eu duvido. A menos que você queira dizer que passou a me odiar.

“Como posso dizer isso…?”

“Está tudo bem, desde que não seja isso. Nada mesmo."

Suas palavras deram a Louise coragem para continuar.

“Bem, é tão antigo que quase esqueci.”

Ela agarrou o dedo anelar com cuidado.

"Um dia. Havia uma menina."

Ela inclinou a cabeça profundamente. Além da escuridão total da vela, havia o nome e o rosto de uma garota que havia desaparecido há muito tempo.

“A criança… sonhava em ser comum.”

Ela tinha medo da realidade.

“Às vezes era difícil respirar e ela não conseguia fugir.”

E assim, sempre que seu coração estava dolorido, ela lia romances. Ela devorava qualquer coisa, desde que o protagonista fosse amado, a história fosse comovente e o final feliz. Quando ela leu essas histórias, ela não teve que pensar na realidade.

“Alguns eram livros, mas havia um na tela.”

" …Tela?"

Poderia significar um PC ou uma tela de celular, mas ela leu em um PC. Ela também teve o benefício adicional de ver versões maiores da obra de arte. Ela queria dizer: “Eu te amo, ilustrador!”

Mas ela não conseguia responder a isso. Como ela deveria explicar isso?

“É como um orbe mágico de um livro de contos de fadas. Um reflexo de outro mundo…”

“Ah.”

Ele assentiu imediatamente.

“Eu vi você lá.”

"Certo."

“Para mim, era uma história de outro mundo que eu poderia assistir. Mas eu adorei, de verdade.

“Então, como a Louise Sweeney do mundo distante veio até mim?”

“Louise Sweeney estava... esteve lá desde o início.”

Louise torceu o dedo com um pouco mais de força.

"Um dia."

Sua mente se voltou por um momento. Foi um momento que não fazia sentido mesmo quando ela pensava nisso agora.

“Abri os olhos e estava aqui.”

Ele deu um pequeno 'Hmm?' som. Era óbvio que ela não entendia. Como ela poderia fazê-lo entender algo assim? Ela não sabia a resposta.

“Bem, eu abri meus olhos e estava aqui. Aqui no corpo de Louise Sweeney.”

"Quando foi isso?"

“Passou muito tempo antes de eu conhecer você. Desde muito jovem…”

“…”

"Desculpe."

Ela sentiu como se o estivesse enganando e murmurou um profundo pedido de desculpas. Mas a verdade é que ela o estava enganando. Ele e todos os outros que deram a ela seu amor incondicional. Sem motivo algum, Louise deslizou o dedo para baixo.

"Porque você está se desculpando?"

A mão dele seguiu a dela e pegou as pontas dos dedos que se afastavam. Então ela entrelaçou os dedos dele com os dela, como se pertencessem a ele.

Seu toque queimou vividamente em sua mão. A carne sólida, a sensação da pele um do outro e o calor que emanava da palma da mão.

Ele era real. Ele era um verdadeiro Ian Audmonial.

“…Eu sou uma farsa.”

O fato a incomodava há muito tempo. Sua felicidade era tão sombria quanto as sombras.

The Male Lead's Villainess Fiancée  [SEMI MTL]Onde histórias criam vida. Descubra agora