mar você está bravo.
mas porquê?
eu te acaricio e você espuma de raiva!
sinto seu cheiro e fico mais calmo,
você turbulento, instável
agita o seu corpo salgado,
e eu admiro-te de longe
vejo você mudar em um instante
turbulências enquanto tu se agita e tenta alçar os céus
mas porquê?
és tão azul quanto ele
movimenta-se mais que as nuvens
causa mais admiração do que todas as estrelas,
reflete o brilho de todos os astros
e eu não tardo
és mais próximo que o céu
eu toco-te
sinto seu cheiro
seu respingo no rosto
o instante certeiro
em que tu molha os pés dos transeuntes
encharca a areia com tua energia confusa,
tu dá a vida e és a vida!
a lua é sua musa,
sem ela você não se mexeria,
inerte, parado,
não teria magia,
o caos das pequenas marolas ,
a alva espuma na crista
o ritmo das pancadas na areia
é rave ou raiva?
tu pula e cai em seus próprios métodos
agitadamente indecifrável
no seu movimento rápido e enigmático
(o ritmo marítimo
encanta marujos e poetas
turistas e apaixonados
no fundo,
eu nado ou me afogo
pulso ou me debato;
deságua ou desabafo?)

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Tudo Uno
PuisiDelírios, poemas e divagações de um questionável jovem pós-moderno. A experiência humana de um mano em linhas poéticas, quase que um diário de subjetividades intenso e potencialmente fedorento. Textos pseudo-filosóficos e medíocres que vão explodir...