Part 4: MASOQUISMO TUPINIQUIM

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Em qualquer pesquisa que se faça sobre a qualidade do atendimento público prestado no país aos cidadãos, as queixas são a nota predominante e só os ingênuos, os muito ignorantes ou tolos sinalizam alguma satisfação.

É notório que em todas as áreas sob o controle do Estado - salvo raras e honrosas exceções - reinam a ineficiência, a lentidão, a burocracia irracional, o desrespeito à sua clientela, a desídia e incompetência dos funcionários e, em muitos casos, uma corrupção disseminada em todos os níveis (operam com dificuldades para vender facilidades).

Quanto maior a presença do Estado nas atividades, mais problemas a seus usuários. Em se tratando de setores produtivos de bens ou de serviços, os prejuízos se acumulam, demandando injeções financeiras dos bancos estatais para mantê-los operacionais, isto porque seus dirigentes e assessores não são os mais qualificados tecnicamente, mas os que melhores padrinhos políticos têm.

A Petrobrás é o exemplo perfeito e acabado de o que pode acontecer com uma empresa onde o Estado tem presença predominante. Mesmo operando com petróleo, o principal produto energético do mundo atual, um político e seu partido conseguiram destroçá-la, precipitando-a da condição de uma das maiores do mundo para a de insignificante entre seus iguais.

Outrossim, as poucas empresas desestatizadas durante a década de 90 hoje são modelos de sucesso e de eficiência, nada custando para os cofres públicos, gerando lucros, empregos e enormes receitas em tributos, o que antes não acontecia, pois eram cronicamente deficitárias.

A China de Mao Tse Tung, de um povo miserável e escravo, com bilhão e tanto de famintos, hoje, sob o comando de Xi Jinping, é o segundo maior PIB do mundo, havendo superado até o Japão e pretende, dentro de poucas décadas, ultrapassar os EUA.

Como lograram tal "milagre"?

Desde 1976, quando assumiu o poder Deng Xiao Ping, foi iniciada a abertura econômica do país, com o explícito amparo de Richard Nixon, então presidente dos EUA. Deu-se prioridade à plataforma de exportações, com a venda de imitações (produtos pirateados) dos fabricados em países industrializados, a países do terceiro mundo, a preços bem inferiores. Umas prestavam, a maioria não. Mas os compradores, prioritariamente de países subdesenvolvidos, não eram tão exigentes, desde que fossem baratos.

Com Jiang Zemin subiram de patamar e, desde 2001, passaram ao socialismo de mercado, com escancarado convite a grandes empresas multinacionais a se servirem de isenções, áreas cedidas generosamente e mão de obra quase escrava, desde que se instalassem na China com franquia tecnológica e associadas a minoritários chinesas (sempre membros do Partido Comunista). Os mais prestigiosos logotipos do mundo inteiro, afoitamente, aceitaram a oportunidade, fechando cinicamente os olhos para a questão dos direitos humanos. Trilhões de dólares foram despejados quase que instantaneamente e fez da China um imenso dragão vermelho capitalista. O regime político em nada mudou, mas o econômico deu-lhe novas feições e o mundo não sente o menor escrúpulo ou remorso, em ser o coadjuvante para o engrandecimento de um país com sistema político tirânico e ditatorial.

Em suma, uma nação essencialmente estatizada (tudo estava nas mãos do governo) resolveu utilizar o natural dinamismo de empresas privadas, de onde quer que viessem, desde que investissem e levassem junto a tecnologia de ponta que detinham. Assim, empresas privadas substituindo as estatais, foi o motivo do extraordinário e rápido crescimento de uma nação que estava estagnada há séculos.

Os brasileiros, entretanto, nadando contra a corrente teimam em não aceitar o que o bom senso e a sua prática ensinam. Em recente pesquisa revelaram-se contrários às privatizações (70% dos entrevistados), com o falso (e estúpido) argumento de que "não podemos entregar nossas riquezas aos estrangeiros".

DE LULA PARA BOLSONARO OU DA LAMA PARA O ESGOTOOnde histórias criam vida. Descubra agora