DE LULA PARA BOLSONARO OU DA LAMA PARA O ESGOTO

Part 12: TODOS SOMOS A SOMATÓRIA DO PASSADO VIVENCIADO

O QUE SOMOS? QUEM SOMOS?

Lendo o título acima talvez você tenha se sentido ofendido e respondido: "Ora, carambolas, sou humano e meu nome é tal!", e pareceria haver satisfeito o questionamento. Mas, no fundo, você sabe que não.

Na verdade, para a maioria, nós somos um mistério para nós mesmos. Começando pela complexidade da estrutura orgânica que opera incessantemente dentro de nós, aquilo que os especialistas chamam de regulação homeostática. Sequer temos consciência dela em nossa vida normal. Só para exemplificar, você se lembra com frequência de seu esófago? Sabe qual a sua função, onde se localiza, com quais órgãos se interliga? Estou certo de que você terá sua atenção tomada por ele apenas quando lhe der algum problema, não é?

Vamos, então, por partes: a primeira, a homeostase.

Homeostasia são reações biológicas coordenadas e automáticas necessárias para manter estáveis os estados internos de qualquer organismo vivo (controla a temperatura, a concentração do oxigênio ou o PH de nosso corpo). É a inter-relação entre os sistemas endócrino (que prioriza a produção de hormônios), imune (responsável pela defesa do organismo) e nervoso (que se presta à comunicação interna) e é o trabalho conjunto deles que produz o bom funcionamento de nosso corpo.

Talvez em épocas em que não éramos tão absorvidos pelo mundo que nos cerca houvéssemos aplicado atenção maior sobre o nosso organismo, para melhor percepção de seu funcionamento, compreendido e controlado com mais eficácia a mecânica e o processo vital (que em filosofia moral recebe o nome de temperança – a capacidade de conservar a medida certa em nossos apetites).

Então, resumindo o acima dito, somos o exemplo vivo de engenharia e arquitetura excepcionalíssimos e, enquanto não nos agredirmos e buscarmos conservar essa mecânica em seu processo natural, teremos saúde, usufruiremos de bem-estar.

Para atender o requisito "humano" outros componentes demandam explicação e compreensão.

Segundo Aristóteles o que nos diferencia dos animais é a capacidade de compreender (racionalizar) e o apetite que temos de admirar a própria natureza (entender e gostar do que somos). Depreende-se disso que necessitamos, como humanos, da consciência e da emoção para viver plenamente – e também para sobreviver.

Segunda parte: a consciência.

Você tem ideia de como adquirimos consciência? E sabe exatamente no que consiste a consciência?

Desde o momento em que nos dão à luz – nascemos – o nosso principal esforço é de sair da ignorância completa e ingressar no conhecimento das coisas e de si mesmo: quem sou e o que faço aqui neste mundo.

O dicionário nos ensina que consciência "é a percepção que o organismo (você!) tem de si mesmo e do que o cerca", e é dela que se originam a moral, a religião, a organização social e política, as artes, as ciências e a tecnologia.

É a consciência que nos permite saber o que sentimos (ou seja, nos dá conhecimento também das emoções que possuímos).

A sua consciência é a substância do seu "eu", é a sua identidade e ocorre como parte de um processo mental exclusivo e privado e vincula-se estreitamente ao seu comportamento em relação a tudo que cerca a sua pessoa. Existe em você toda uma arquitetura neural que sustenta a sua consciência.

Lembre-se: a sua consciência é inseparável da emoção que coexiste em você. Se a primeira é, de algum modo, comprometida, a segunda também é, e vice-versa.

Sem ações concretas e efetivas é impossível manter a vida em nosso organismo (comer, dormir, trabalhar, etc.). Isto se obtém ao você se relacionar com o mundo em que vive. Quanto melhor - otimizado - for esse relacionamento, melhor qualidade de vida. É a consciência que permite a você a escolha das ações, através do conhecimento indispensável e aprimorado dos padrões mais adequados, bem como dos mecanismos, para a manipulação da realidade conhecida.