Meu pai, meu porto seguro

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Naquele mesmo dia, Tom voltou para casa, encontrando Sabine sentada no sofá assistindo novela. Ele fechou a porta atrás de si, fazendo a mulher olhar pra trás e se levantar em direção a ele com os braços cruzados. Ela estava irritada.

- Seu burro! Por que foi contar pra Marinette toda a história?! - gritou a mulher.

- Ela é minha filha, não podia ver ela triste por conta da sua maldade. E uma hora ou outra ela iria saber mesmo, não poderíamos esconder dela uma coisa tão importante!

- Essa maldade que nasceu em mim, é tudo culpa sua, da Merlia e da Marinette! Não sabe como eu amaldiçoou o dia em que me casei com você e tive que ter aquela pirralha como filha!

- NÃO FALE MAL DA MINHA FILHA! VOCÊ A CRIOU COMO SUA FILHA DURANTE ANOS, AGORA QUE SABE DA VERDADE, ESTA MACHUCANDO ELA COM SEU ÓDIO E DESPREZO! ELA NÃO TEM CULPA DE NADA DISSO! - gritou o homem bravo.

- ISSO É TUDO CULPA SUA E DA MERLIA! EU NUNCA ACEITARIA A MARINETTE SE EU SOUBESSE QUE ELA ERA FILHA DAQUELA PROSTITUTA! EU PREFERIA TER COLOCADO ELA NO LIXO!

- NÃO FALA ASSIM! O ERRO FOI MEU, E NÃO VOU PERMITIR QUE A MINHA FILHA PAGUE POR UM ERRO QUE RU COMETI!

- ENTÃO LEVA ESSA SUA FILHA EMBORA DAQUI E NUNCA MAIS QUERO VER VOCÊS DOIS NA MINHA VIDA! EU ODEIO VOCÊ, ASSIM COMO ODIEI A MERLIA E ASSIM COMO AGORA ODEIO A MARINETTE! - o homem ficou chocado com o que sua esposa disse. Nunca imaginou ouvir isso saindo de sua boca.

Enquanto toda aquela briga acontecia, Marinette escutava tudo em seu quarto e desejava que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo. Tentava conter as lágrimas, mas era impossível, elas já estavam descendo pelo seu rosto, então a menina se deixou levar pela tristeza e chorou mais ainda, se encolhendo em um lugar do quarto.

- Ótimo. Eu vou começar a guardar minhas coisas e vou conversar com a Mari sobre isso. Não se preocupe, nós vamos sair dessa casa e assim que eu te dê o divórcio, nunca mais vai precisar nos ver - o homem disse calmamente. Subiu até o quarto da filha, e a encontrou toda encolhida, abraçando sua pernas, chorando. Ele se aproximou dela e se ajoelhou em sua frente - Querida, você escutou tudo?

- Não tinha como não escutar. Os gritos de vocês foram tão altos, que acho que até os vizinhos escutaram - fungou, limpando as lágrimas.

- Me perdoe, filha. Eu não queria que fosse assim, não queria que você tivesse escutado a conversa... Me perdoe, Mari, a culpa é toda minha...

- Tudo bem pai, eu te perdoo. Sei que só fez isso porque não queria me deixar sem mãe. Bom, agora eu tô literalmente sem mãe. Minha mãe biológica morreu, e minha mãe que me criou, agora me odeia. Fiquei oficialmente sem mãe... - abaixou a cabeça novamente e soltou mais algumas lágrimas.

- Mas ainda te restou um pai, um pai que te ama muito e só quer o seu bem. A culpa disso tudo é minha, você é apenas uma envolvida nisso tudo, mas espero que a gente possa esquecer esse momento e começar a viver felizes, juntos, do jeito que sua mãe biológica queria - Tom tocou em uma mexa do cabelo dela - Tenho certeza de que teria adorado conhecê-la - o pai sorriu pra ela e a filha lhe correspondeu com o mesmo sorriso - Bom, agora temos que arrumar nossas coisas. Vamos embora dessa casa.

Assim que Tom se dirigiu ao seu quarto, Marinette e ele começaram a arrumar as malas. Em pouco tempo, Tom estava na sala com suas malas, encarando a esposa que estava com expressão séria.

- Quando é que sua filha vai descer? - perguntou a chinesa impaciente.

- Vamos Mari! A Sabine está ficando furiosa - disse olhando pra mulher à sua frente, que olhou pra ele com desgosto. Pouco tempo depois, Mari desceu com suas malas, Sabine olhava prós dois com total desgosto - Pronta querida? - perguntou olhando pra menina.

A Love Of VillainsOnde histórias criam vida. Descubra agora