Dores

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Pov. Adrien

Nesse momento, estou deitado na minha cama com os braços atrás da minha cabeça, enquanto olho pro teto. Suspirava toda vez que pensava na Marinette, no nosso beijo, da minha visita de hoje, de tudo isso. Eu amava aquela garota de um jeito que nem eu sabia, só sabia que pensar nela me fazia bem, eu conseguia esquecer dos problemas e das brigas com meu pai. Não conversamos muito nas aulas, mas ainda sim, sinto meu coração acelerado quando a vejo.

E nesse momento o que tava me fazendo bem, era lembrar do beijo que demos na varanda dela. Aqueles lábios grudados nos meus, me faziam sentir mais leve, até o ponto de esquecer que eu era um super vilão. Posso ter beijado muitas meninas, mas nenhuma se compara com ela, nenhum beijo se comparou com esse.

Eu sou apaixonado por ela.

Pov. Marinette

No outro dia, ou melhor dizendo, na outra noite, tinha terminado de fechar a padaria do papai, quando vejo minha mãe com um vestido, logo me passou pela cabeça que ela ia sair.

- Aonde vai mãe?

- Ah, eu e seu pai vamos nos encontrar com nossos amigos, vamos jantar fora com eles.

- Mas e o meu jantar?!

- Você mesma pode fazer, já tem idade pra isso. Ah, e obrigada por fechar a padaria - essa mulher tá me dando nos nervos.

- Claro, porque é só pra isso que eu sirvo, pra ajudar na padaria! Vocês mau notam quando eu tô aqui em casa ou quando eu faço uma coisa boa... Que é bem raro.

- Não comece com seus escândalos, Marinette. Você não é mais uma criança e já entende muitas coisas. Eu e seu pai vamos sair com nossos amigos e não sabemos que horas voltaremos - ela começou a remexer na bolsa.

- É sempre assim! Vocês sempre me deixam sozinha, nunca posso fazer nada que eu quero! Nem uma festa eu posso dar!

- E quem você convidaria? Você não tem amigos e eu acho muito bom - arregalei os olhos com suas palavras. Eu queria chorar nesse momento.

- Só que eu prefiro ficar sozinha do que ter amigos como os seus! Eles não servem pra nada! Ficam manipulando vocês, dizendo coisas da vida deles que vocês nunca fizeram, ficam falando dos filhos como se fossem a melhor coisa do mundo, o melhor exemplo! Por favor, vocês não podem ter amigos tão falsos! - estava com tanta raiva dela.

- Não chame eles assim! Eles só ficam falando de como a vida deles é emocionante, das viagens que eles fazem, das coisas caras que compram, e sempre falam bem dos filhos e sentem orgulho deles. Já eu não posso dizer o mesmo, principalmente da minha filha, que é uma sem graça e imatura até pra ser super heroína!

- Eu não sou uma heroína, sou uma- - ela me interrompe.

- Uma super vilã, eu já sei. Mas eu iria adorar poder falar pros meus amigos que minha filha é uma super heroína, que tira ótimas notas, que me ajuda a fazer tudo na casa, que é aquela que me dá orgulho. Mas ao invés disso, prefiro nem falar de você, pois se não iria começar a falar de como você é uma péssima aluna, que não me ajuda em nada na casa, que é uma vilã, e que não me dá orgulho em nada! Enquanto os meus amigos falam bem de seus filhos, eu fico toda envergonhada e não digo nada sobre você! Eu sinto vergonha de você, Marinette - olhei incrédula pra ela. Não acredito que escutei isso da minha própria mãe - E é melhor você subir, tem que terminar de limpar a cozinha. Agora temos que ir.

Meu pai entrou na padaria com um terno preto. Abaixei meu olhar assim que eles saíram pela porta. Fechei os olhos com raiva, só querendo que isso fosse um pesadelo. Minha própria mãe pensava tudo aquilo de mim. A raiva e a tristeza me dominaram por completo.

A Love Of VillainsOnde histórias criam vida. Descubra agora