𝐃𝐀𝐔𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 ━━ ❝ Raven, uma jovem de presença fascinante e um mistério arrebatador. Aos olhos dos outros, ela é vista como uma garota singela e carismática, porém em seu íntimo carrega o peso da solidão e do abandono. Há...
OS DEDOS de Raven batiam com frequência na mesa, revelando sua impaciência crescente. A cada palavra proferida por Ares, seus olhos se reviravam involuntariamente, como se buscassem uma fuga na expressão arrogante do deus da guerra. Até mesmo o aroma de Ares, que permeava o ambiente, a perturbava. Ao lado dela, Grover expressava sua admiração pelo deus da guerra, um gesto que surpreendeu Raven e a deixou incrédula por um breve instante. Ela optou por não se envolver naquele diálogo, mas não pôde deixar de estranhar seu próprio comportamento. Nunca antes havia experimentado tamanha impaciência e desconforto diante de uma situação.
Uma garçonete surgiu, equilibrando bandejas repletas de cheeseburgers suculentos, batatas fritas douradas, anéis de cebola crocantes e milk-shakes cremosos de chocolate.
Ares entregou-lhe alguns dracmas de ouro.
Ela olhou nervosa para as moedas.
— Mas estas não são...
Ares puxou seu enorme facão e começou a limpar as unhas com um ar de desdém.
— Algum problema, benzinho? — a garçonete engoliu em seco e se afastou rapidamente, levando consigo o ouro.
— Não pode fazer isso. — disse Raven a Ares. — Não pode ameaçar as pessoas com uma faca.
O deus da guerra riu.
— Está brincando? Eu adoro este país. Melhor lugar, depois de Esparta. Você não anda armada, otária? Pois devia. O mundo lá fora é perigoso.
— Por que não voltou lá e pegou o escudo você mesmo? — Raven cruzou os braços.
— Porque um deus não tem tempo de fazer isso. Nada demais. Eu estava no meio de um... Encontro com minha namorada. Fomos interrompidos, deixei o escudo para trás.
— O que será que teria assustado o deus da guerra a ponto de sair tão apressadamente? — a garota inclinou a cabeça para o lado com uma expressão de falsa dúvida.
O fogo nas órbitas de Ares ficou um pouco mais incandescente.
— Por que não transformo você em um animalzinho e a atropelo com minha Harley? Porque não estou com vontade. Marilyn Raven. Eu me recordo de você no solstício de inverno. Uma garota não proclamada, agora me diga, você sabe quem são seus pais, pelo menos? — ele se inclinou para a frente. — Ou, quem sabe, um deles?
