Entramos no apartamento de Aline, o local já me é familiar. Desde que cheguei em São Paulo, meu irmão sempre me incluiu nas atividades com seus amigos, e esse apartamento é um ponto de encontro constante do grupo.
A sala é decorada com um sofá grande e confortável, complementado por poltronas amarelas vibrantes. O piso é de madeira e o forro de cimento queimado confere um toque moderno e elegante ao espaço, enquanto a integração entre a sala e a cozinha proporciona uma sensação de amplitude.
Uma porta de vidro se abre para a sacada, inundando o ambiente com luz natural e oferecendo uma vista encantadora da cidade. Os quadros adornam as paredes, adicionando um toque de arte e personalidade ao ambiente. Cada detalhe parece refletir a essência de Aline, com um toque especial das presenças de Isa e Sofia, suas companheiras de apartamento.
Me acomodo no sofá e peço para Aline me emprestar um blusão para dormir e lençóis.
_Você vai dormir comigo._ ela sorrindo e dar a mão para me ajudar a levantar do sofá.
O quarto de Aline é uma extensão da beleza e do conforto que encontrei na sala. Não é surpresa que seja tão encantador quanto o resto do apartamento. Fico feliz por entrar mais em seu espaço pessoal e me pergunto se não estou atrapalhando algum esquema dela, se ela queria trazer aquela menina que beijou na festa.
Tomo um banho delicioso apesar do frio da madrugada, me sinto confortável com o blusão que ela me da para dormir e um sorriso escapa do meu rosto ao sentir aquele cheiro tão bom que ela tem. Sua cama é enorme, eu poderia facilmente dormir aqui todos os dias para ocupar espaço e de quebra ter Aline ao meu lado.
_Aline, eu estava pensando... Talvez eu seja uma das primeiras mulheres que vem ao seu quarto e não vai ter sexo.
Ela está deitada ao meu lado mas virada pro outro lado olhando o celular.
_Ah, é? E por que você acha isso?_Ela se vira sorrindo.
_Vai ter sexo então?_ Dou uma risada.
_Não menina._ Ela sorri e apesar da luz fraca eu noto seu rosto vermelho._ Estou falando sobre você achar que eu sempre estou trazendo alguém aqui para transar.
_ Bem, sei lá, só parece que... É, sei lá.
Aline (sorri levemente)_ Eu entendo o que você está dizendo, mas eu não costumo trazer pessoas para o meu quarto.
_Sério? Por quê?
_É uma questão de preferência pessoal, acho. Meu quarto é meu espaço, é onde guardo minhas coisas, onde descanso e relaxo. Prefiro não deixar qualquer pessoa entrar aqui.
_ Ah, entendo. É um ponto de vista interessante.
_Sim, mas isso não significa que você não possa vir aqui, claro. Fique a vontade e se precisar de qualquer coisa é só me chamar._ Ela vira e se ajeita para dormir.
_Ah obrigada, isso significa que não sou qualquer pessoa.
Ela da uma risada mas não vira novamente em minha direção.
...
Após fazer minha higiene matinal, vou até a sala, onde encontro Aline deitada no sofá, concentrada em seu celular. Ela estava vestindo uma calça de moletom cinza e uma regata preta, com o cabelo preso em um coque descontraído.
A visão dela ali, tão à vontade e casual, seu olhar focado na tela do celular e seu semblante tranquilo transmitiam uma sensação de calma e tranquilidade era tão boa de apreciar.
Me aproximei dela, cumprimentando-a com um sorriso.
_Bom dia, Aline. _ disse, esperando não tê-la interrompido em algo importante.
Ela ergueu os olhos do celular, devolvendo meu sorriso.
_Bom dia, Vitória_ respondeu, com a voz suave. _ Como você está se sentindo hoje?
_Estou bem, obrigada_ respondi, me sentando em uma poltrona. _E você?
_Bem, estava esperando você para tomar café._Ela mesma havia preparado.
Quando já estava terminando de tomar café o meu irmão entra no apartamento, ele serve uma xícara de café e da um beijo na minha cabeça e na de Aline. Logo depois Sofia aparece vindo de seu quarto e eu achei que ela nem estava aqui.
_Cadê a Isa?_ Meu irmão pergunta.
_Com o Josh, só vive lá agora._ Aline responde.
_Ele é bonitinho, ela parece estar feliz._ Comento.
_Ele é estranho, mas a Isa esta apaixonadinha._ Sofia fala enquanto serve uma xícara de café.
Passamos um tempo jogando conversa fora e depois eu vou para casa com meu irmão. Tomamos café na hora do almoço e então percebo que pulamos uma refeição. Mas meu irmão decide parar para comprar um almoço para levarmos para casa.
O final de semana se arrastou comigo indo dormir tarde e acordando na hora do almoço, mergulhando em maratonas de séries. Fiquei em casa pelo resto do final de semana e não encontrei mais com as meninas desde a manhã de sábado.
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Coisas de Alma
RomanceEssa é uma trama complexa de emoções não correspondidas, desejos reprimidos e a luta constante entre o coração e a razão. Vitória, uma jovem de 17 anos prestes a completar 18, é uma estudante dedicada de artes cênicas. Seu coração é repleto de paixã...