Finalmente consegui convencer meu irmão a me levar à festa. Com a ajuda de Chico, um amigo dele que apareceu em nosso apê, consegui convencê-lo a não apenas me deixar ir, mas também a me ajudar a entrar com minha identidade falsa.
A festa era em um local peculiar, um casarão antigo com um quintal espaçoso nos fundos. Mesas estavam espalhadas sob uma árvore majestosa, adornada com luzes cintilantes e enfeites neom, criando uma atmosfera encantadora. Um bar discreto ficava no fundo da casa, antes de chegar ao quintal. No interior, havia uma sala com karaokê e outra com uma luz vermelha difusa, apelidada de "inferninho".
Assim que chegamos, mergulhamos na atmosfera vibrante do quintal. Aline, Sofia, Isa e um rapaz cujo nome eu não sabia, mas parecia estar com Isa, estavam conversando animadamente perto do bar. Aline me olhou surpresa, parecia não estar esperando minha presença no local. Ela segurava um copo com alguma bebida alcoólica.
Meu coração batia com uma mistura de excitação e nervosismo enquanto me aproximava do grupo. Eu sabia que não pertencia completamente àquele ambiente, mas estava determinada a aproveitar ao máximo essa experiência.
_Oi, pessoal!_ Cumprimentei, tentando disfarçar minha ansiedade. Aline virou-se para me encarar, um sorriso surpreso brincando em seus lábios.
_Você por aqui?_ comentou.
Assenti com um sorriso, sentindo-me um pouco mais confiante.
_Sim, ele finalmente me deixou vir._ apontei para Lucas.
A conversa fluiu naturalmente à medida que nos juntamos ao grupo. As meninas eram acolhedoras e gentis, desde que cheguei aqui minha proximidade com Sofia e Isa é muito boa e já considero elas minhas amigas isso fez com que logo eu me sinta à vontade naquele local.
Dirigi-me ao bar com a intenção de comprar uma bebida para acompanhar a noite. Escolhi uma margarita, buscando algo refrescante para contrastar com o calor da festa. Enquanto aguardava, uma voz atrás de mim interrompeu meus pensamentos.
_Um whisky com duas pedras de gelo_ disse a voz, interrompendo meus devaneios. Virei-me lentamente, e meu coração deu um salto ao reconhecer quem estava falando. Era Aline, com seu sorriso enigmático e seus olhos que pareciam capturar a essência de toda a festa.
Um arrepio percorreu meu corpo quando nossos olhares se encontraram brevemente. Era como se houvesse uma eletricidade no ar, uma faísca de conexão entre nós.
_Ainda estou surpresa com você aqui.
_Surpresa? Por quê?_ Perguntei, tentando disfarçar a turbulência dentro de mim.
Aline deu de ombros, mas seu sorriso era cúmplice.
_Achei que você não fosse do tipo de festa como essa e também não imaginava que Lucas aceitaria te trazer.
Eu ri nervosamente, sentindo-me exposta sob o olhar perspicaz dela.
_Bem, aqui estou, eu consigo tudo o que eu quero.
Aline assentiu, parecendo intrigada.
_É bom ver você se divertindo. E, para ser sincera, é uma surpresa agradável.
Meu coração deu um salto de felicidade ao ouvir suas palavras. Eu estava contente por ter conseguido me aproximar um pouco mais dela.
Obrigada_ murmurei, desejando poder expressar toda a gratidão e excitação que sentia naquele momento.
E assim, em meio ao burburinho da festa e sob o olhar cúmplice de Aline, eu soube que aquela noite seria muito mais do que eu havia imaginado. Era uma noite de possibilidades, de encontros fortuitos e de uma conexão que eu mal podia esperar para explorar mais profundamente. Como já havia falado, minhas conversas com Aline sempre foram vagas.
Fomos até o "inferninho", aquela sala misteriosa e vibrante com sua luz magenta e música pulsante. Lá, mergulhei na pista de dança, movendo-me ao ritmo da música com Chico e depois com Gab. A energia contagiante da festa me envolveu, e por um momento, esqueci todas as minhas preocupações.
Enquanto dançava, observei Aline beijando uma menina, antes de voltar para perto de onde estávamos. Ficamos próximas na sala do "inferninho", imersas na atmosfera eletrizante e cheia de gente. A música alta e o DJ comandando as batidas tornavam difícil ouvir qualquer coisa além do som pulsante ao nosso redor.
De repente, senti um calor familiar perto de mim, e percebi que era Aline. Ela se aproximou e sussurrou em meu ouvido:
_Você dança bem._Um arrepio percorreu minha espinha ao sentir sua voz tão próxima, e eu sorri, sentindo meu coração bater mais rápido.
_E você deve beijar bem._ Falo sem pensar e vejo Aline arregalar os olhos, claramente surpresa com minha resposta inesperada.
_Nunca reclamaram, então devo beijar bem mesmo_ respondeu com um sorriso travesso, sua confiança transparecendo em suas palavras.
_Certeza só tem quem prova _retruquei, sentindo-me corajosa e ousada com minhas próprias palavras. Estava surpresa com a audácia que brotava de repente, mas ao mesmo tempo, sentia uma adrenalina deliciosa percorrendo minhas veias.
Aline apenas riu, e eu, sem conseguir conter um sorriso travesso, voltei a me envolver na dança, deixando o momento de provocação para trás.
Aline se afastou por um momento e voltou com um copo de whisky e uma garrafa de água. Ela me entregou a garrafa com um olhar suave.
_Bebe isso_ ela disse, e eu me surpreendi com o gesto atencioso.
Eu já estava animada demais, mas peguei a água e dei um gole, sentindo a frescura do líquido revigorar meu corpo. Fiquei tocada pelo gesto de Aline, surpresa ao perceber que, de alguma forma, ela se importava comigo, mesmo em meio à agitação da festa.
...
Eram aproximadamente 4h da manhã quando Aline se aproximou de mim, interrompendo minha dança . Seus olhos transmitiam determinação, e eu soube imediatamente que era hora de irmos embora.
Procurei por meu irmão entre a multidão, mas ele estava desaparecido, assim como Isabele e Sofia. Aline me informou que Lucas havia pedido para ela me levar para casa, e eu me senti aliviada por ter uma carona segura de volta.
_Vou chamar um Uber_ disse Aline, e eu assenti, sentindo minha cabeça rodar um pouco. Não era um enjoo, apenas uma sensação de tontura e sonolência. Talvez fosse o cansaço da noite ou a mistura de emoções que experimentei durante a festa.
Enquanto esperávamos pelo carro, me apoiei em Aline, agradecendo silenciosamente por sua presença reconfortante. Ela parecia entender meu estado de espírito, pois me envolveu com um abraço reconfortante, transmitindo segurança e tranquilidade.
O Uber chegou, e nós entramos no carro, iniciando o trajeto de volta para casa. Durante o caminho, me senti cada vez mais sonolenta, afundando no banco do carro enquanto observava as luzes da cidade passarem pela janela.
Aline me informou que iríamos para a casa dela a pedido de Lucas, e eu assenti, confiando em sua decisão. Apesar do cansaço e da sonolência, senti uma gratidão imensa por Aline estar ali, cuidando de mim e garantindo que eu chegasse em segurança.
Enquanto o carro seguia seu curso pela cidade adormecida, eu me permiti fechar os olhos, entregando-me ao cansaço e à sensação reconfortante de estar em boas mãos. A noite havia sido cheia de surpresas e emoções, e eu estava feliz com a companhia de Aline .
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Coisas de Alma
RomanceEssa é uma trama complexa de emoções não correspondidas, desejos reprimidos e a luta constante entre o coração e a razão. Vitória, uma jovem de 17 anos prestes a completar 18, é uma estudante dedicada de artes cênicas. Seu coração é repleto de paixã...