17 de novembro de 2014.
- Eu já disse que eu não vou ficar no mesmo grupo que essa tonta aí! - A loira gritou apontando seu dedo indicador para a tal garota, a qual ela se referiu antes como "tonta".
- Qual foi, hein? Qual é o seu problema comigo, hein, Berlinger? - A última palavra que dissera soou como um deboche, deixando a loira completamente irritada com aquilo.
- Não é da sua conta, Demônica, vai se foder. -- O apelido que dissera saiu com um pequeno tom debochado.
- O que foi agora, gente? É só um trabalho, pelo amor de Deus. - Nelson bufou - Todo santo dia a mesma coisa. Dezenove anos nas costas e vocês continuam nessa, cresçam, por favor. - O rapaz juntou as mãos implorando enquanto bufava.
- Você fala isso porque não é você que tem que aguentar essa ridícula todos os dias em literalmente todos os ambientes possíveis, vou pra casa, ela está junto, vou trabalhar, a loira oxigenada está lá também, venho para a faculdade e essa asquerosa está aqui também, parece que é obcecada, não é, Berlinger? - Verônica mordeu seu lábio inferior a encarando em uma tentativa de deixar a loira desconfortável, e, para a sua surpresa, funcionou.
- Obcecada? Eu? A única obcecada aqui é você. - Anita deu um passo se aproximando de Verônica com as mãos enfiadas em seus bolsos traseiros. - Não é, Torres? - Anita arrastou a voz na última palavra, causando um arrepio em Verônica, mas ela apenas ignorou. - Por que você não assume? - Perguntou a loira em um tom provocativo.
- Com toda certeza, minha joia rara. - Ironizou Verônica, fazendo com que a loira fervesse de raiva com a ironia repentina. - Sou obcecada em irritar você. - Verônica lançou uma piscadela.
- Grr... Você me dá nos nervos, garota! - Anita deu as costas batendo os pés fortemente no chão, ela estava obviamente irritadíssima.
- Nelson, você não imagina o quão grande é a queda que eu tenho por esta mulher. - confessou Verônica com um sorriso bobo no rosto.
- Você jura que vai conquistar a Anita irritando ela, é? - Nelson questionou coçando o queixo. -Francamente, Verônica... esperava mais.
- Que culpa eu tenho se é assim que ela me trata? - questionou Verônica. - Minha única solução é rebater as implicâncias. - suspirou Verônica.
- Ou melhor, criar as implicâncias. - Nelson soltou uma risada.
Verônica não sabia em que momento ela começou a se atrair de forma romântica por Anita... apenas aconteceu de forma repentina, porém, algo a machucava. Ela sabia que não era recíproco, e isso, de fato, deixava seu coração muito triste, ela só não assumia.
Verônica e Anita são obrigadas a se aturarem em todos os ambientes, até porque; suas mães são amigas de longa data e ainda por cima, são vizinhas. Ambas são obrigadas a olharem uma na cara da outra todo santo dia. E para Verônica, não era um problema, já para Anita...
- Grr... Verônica Torres, eu não te suporto! - Anita murmurou para si mesma. - qual é a dela, hein? - rangeu os dentes.
Anita não suportava a ideia de ter que vê-la literalmente todo dia. Não suportava principalmente o fato de sua mãe fazer de tudo para tentar aproximar as duas, isso a dava nos nervos.
Por que caralhos sua mãe teve que ser amiga da mãe de Verônica? Era isso que passava em sua cabeça vinte e quatro horas por dia.
As duas faziam literalmente tudo juntas, contra a vontade, porém, infelizmente ou felizmente juntas.
No dia da prova do Enem, a mãe de Verônica levou as duas para fazerem juntas, e, por alguma coincidência, ambas tiraram notas semelhantes e decidiram cursar direito. Isso irritava fortemente Anita.
Por que caralhos Verônica escolheu o mesmo curso que o meu?
- Ridícula. - Anita murmurou - Que garota ridícula. Eu te odeio Verônica Torres.
Anita lembrava perfeitamente do momento em que percebeu que odiava Verônica, e sabia que permaneceria assim durante muito tempo.
Anita odiava Verônica, e, principalmente, odiava o fato de pensar tanto em Verônica.
Aquilo deixava a loira nos nervos.
Já não basta me perturbar pessoalmente e também tem que me perturbar nos meus pensamentos?
[...]
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You belong to me • Veronita
HumorAnita sempre sentiu um ódio avassalador por Verônica, diferente dela, sempre sentiu o sentimento oposto; O amor. -- Como 'cê vai conquistar a garota que ama? -- Questionou. -- A resposta é simples, oras; infernizando a vida dela.