12. confusão.

860 102 67
                                    

Anita estava em seu escritório, o barulho das teclas ecoavam por todo o ambiente fechado. Sua cabeça estava explodindo de dor, tudo aquilo que acontecera no noite passada estava tomando conta de seus pensamentos. Desde o que Carol havia lhe dito, até o que ocorreu entre ela e a escrivã. Tudo estava muito confuso em sua cabeça, talvez o fato de tudo aquilo que Carol lhe disse ter sido tão superficial, sem se aprofundar tanto, apenas disse e foi-se embora, estava matando a delegada.

Era como se estivesse muitos pontos soltos, nada muito profundo, nada muito estruturado... Tudo muito raso e superficial.

A delegada bufou confusa, seu cérebro estava extremamente agitado, seus pensamentos não paravam por um segundo sequer. Nada daquilo se interligavam entre si, era tudo muito confuso.

Anita não conseguia compreender o que Carol estava tentando lhe dizer, era como se fizesse um eco no interior de sua cabeça, e lá no fundo, uma ferramenta martelava fortemente, corroendo todos os seus pensamentos, e tirando o seu sono.

Anita já havia percebido que não gostava verdadeiramente de Carol quando a mesma avançou em sua direção para beija-la. A sensação que a delegada sentiu quando notou a ação repentina da mulher, não foi uma sensação tão reconfortante, não era a mesma sensação que ela sentia quando estava com Verônica.

Porque, até quando Verônica e Anita estavam conversando em meio implicâncias, a atmosfera mudava completamente. Tudo era tão confortável, e tão... mágico.

Talvez, Anita gostasse das implicâncias de Verônica

Anita sabia. Ela sabia que no fundo, bem nas profundezas de seu coração confuso... aquele sentimento que ela sentia por Verônica era incondicional.

De qualquer forma, pensar naquilo era muita coisa para a delegada. Ela simplesmente não se conformava que todo aquele ódio, que até então, ela pensava ser ódio. Na verdade, era uma desculpa, que ela mesma inventou em algum momento de sua vida, para não acreditar que estava apaixonada pela escrivã.

Anita estava apaixonada por Verônica.

E foi nesse momento em que a delegada percebeu que estava perdendo a cabeça.

Desacreditada, afastou-se do computador, encostando as suas costas na cadeira. De imediato, todas as lembranças com Verônica se reprisou em sua mente.
Desde as memórias mais antigas, até as mais atuais.

Anita não queria acreditar que sentia isso por Verônica, até tentara se distrair ouvindo algumas músicas enquanto digitava em seu computador. Entretanto, a música, o barulho das teclas, os pensamento, o seu coração que estava mais acelerado do que o normal... tudo estava mexendo com a cabeça da delegada. Até as músicas que ela ouvira fazia com que ela lembrasse da escrivã.

Seu coração pulsava mais forte quando notava que as letras das canções se encaixavam na vida de ambas. Era como se tudo aquilo, cada verso, cada trecho... fossem apenas para elas.

Como se ambas houvessem sido escritas por algum artista da música popular brasileira.

— Que merda, hein? — Murmurou afogando a sua cabeça em meio as teclas de seu computador. — Acho que devo marcar consulta com um psicólogo. — Falou enquanto se debruçava em sua mesa.

De imediato, Anita teve uma ideia.

Se Carol lhe disse que Anita não gostava romanticamente dela, talvez ela soubesse o motivo, talvez ela notara algo de diferente no comportamento da delegada.

Porventura, o fato de ser psicóloga fizesse com que ela entendesse as pessoas, certo?

Anita pensava dessa forma.

You belong to me • VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora