005.

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Deixei o nervosismo de lado, abri a porta e me deparei com a pior pessoa possível para avaliar meu teste. Aquele cara rude do corredor. Meu deus como eu sou azarada.

Tinham 3 avaliadores e ele estava na cadeira do meio, com os olhos no celular e por pouco tempo ainda não tinha reparado na minha presença.

A moça alta entrou na sala comigo e me contou o nome de cada um, e infelizmente ele acabou me vendo. O homem virou para mim e revirou os olhos numa expressão de nojo e indignação.

— Ei você! Já nos conhecemos, não
é, pirralha? — disse ele, em um tom bem debochado, me olhando de cima a baixo novamente.

— Johnny, tenha mais respeito! — um senhor de aproximadamente 60 anos que estava sentado na cadeira esquerda disse, polidamente. — perdão por isso senhorita.

— Tudo bem. — dei um sorriso em sua direção mas logo fechei a cara e com um olhar de julgamento, mirei em Johnny. — E sim, já nos conhecemos.

— Que bom queridinha, e acho que agora te interessa saber quem eu sou, não é? Eu sou o diretor do filme, ratinha. — parece que ele está tentando me repreender. Eu apenas dei de ombros e lancei um sorriso sem dentes com olhos bem julgadores.

Depois dessa, eu já perdi as esperanças para conseguir esse papel, mas uma voz sussurrou no meu ouvido e disse que não é apenas o diretor que escolhe os atores.

Obrigada, vozes da minha cabeça, finalmente serviram para algo.

A staff me apresentou cada avaliador adequadamente. A primeira era Lienne Olsin, uma mulher de uns 50 anos mais ou menos, ela era a roteirista do filme e apesar de seu rosto de durona, parecia ser uma pessoa gentil. Depois, o do meio, que eu terrivelmente já tinha conhecido, o diretor Johnny. E por último, Richard Miller, o escritor dos livros que seriam transformados em um filme. Após a moça me apresenta-lo, eu tive a certeza de que precisava fazer um bom trabalho para agradá-lo, porque sei que ele tem muita influência nas escolhas dos atores e eu já tinha perdido todas as minhas chances com o diretor.

— Poderia começar, senhorita Blake? — pediu o escritor.

Então como pedido, eu comecei a atuar a cena que tinham me entregado o roteiro. Era uma cena de ação, onde a protagonista estava perdida em uma floresta escura, sendo seguida por um serial killer e tentando fugir da morte. Uma cena que eu diria ser um tanto quanto complicada, e eu teria que me esforçar ao máximo para faze-la do jeito que eles procuram para ser selecionada.

Fiz diversas expressões, gritos e até me joguei no chão para ficar mais dramático, e tipo assim, não querendo me gabar, mas eu arrasei.

Terminei a cena caída no chão, respirando alto, como se estivesse lutando pela minha vida, que era o que a personagem estava fazendo no momento.

Me levantei, sai totalmente da personagem e olhei para os três avaliadores na minha frente. A senhora Lienne estava com uma expressão meio neutra, mas consegui ver que ela tinha um olhar de surpreendimento. O diretor Johnny estava com uma cara tipo "para uma pirralha, até que ela não é tão ruim", e o autor dos livros, senhor Miller, estava com um rosto bem impressionado.

Cada um deles anotou algo no papel que estava apoiado na mesa a frente deles e a staff me liberou e foi chamar a próxima pessoa.

Sai da sala e me deu um cansaço terrível, então eu fui procurar o banheiro para lavar o rosto e ver se dava uma acordada.

Achei o banheiro. Fui até a pia, fechei os olhos e passei água no meu rosto e quando eu abri, tive a completa certeza de que eu era a pessoa mais azarada do mundo. Hillary tinha entrado no banheiro, o que raios ela estava fazendo aqui?! Tentei tapar o rosto para ela não me ver, mas não adiantou.

𝐓𝐇𝐎𝐒𝐄 𝐄𝐘𝐄𝐒, Walker ScobellOnde histórias criam vida. Descubra agora