Prólogo

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Droga Carina! - ela segurava-a pelos braços, apertando-os - QUAL SEU PROBLEMA? - ela dizia brava

Você tá me machucando - ela dizia com lágrimas nos olhos

Desculpa - ela a solta e respira fundo - você se drogou de novo?

Eu...eu - ela se embaralha nas palavras

Dá pra ver nos seus olhos dilatados caralho - ela diz nervosa - você prometeu que aquela era a última vez

Eu sei - ela coloca as mãos no rosto - me perdoa...é muito difícil pra mim

E porque não me deixa ajudar? - ela se aproxima dela - se você aceitasse ir para uma clínica…

NÃO - ela grita - eu não vou a lugar nenhum

Está bem, está bem - ela se aproxima dela e lhe segura o rosto delicadamente - mas você precisa parar de usar isso, Emma e Melissa precisam da mãe e eu da minha mulher - ela confessa com tristeza no olhar

Eu sei - ela baixa o olhar - me perdoa

Eu te amo princesa, lembre-se que pode contar comigo - ela a fez mira-la - ouviu bem?

Sim...eu também te amo muito - ela diz e então sente os lábios dela tocarem os seus em um beijo lento e calmo

Nesse momento ouviram um choro fino seguido por outro mais estridente, eram as gêmeas.

Deixa que eu vou vê-las, apenas vá tomar um banho e descanse - ela pede e ela assente.

Era madrugada, Maya dormia ao lado de Carina em um sono pesado, a morena levantou-se e foi ao seu closet, pegando uma mochila e jogando nela algumas peças de roupa, fazendo o menor barulho possível e quando terminou, ela pegou a carta que havia escrito a tarde, antes de descomprir sua promessa e se drogar novamente. Ela deixa a carta em cima de seu travesseiro, ao lado de Maya, ela dá uma última olhada para ela.

Espero que me perdoa meu amor - ela diz limpando as lágrimas que escorriam e sai do quarto.

Ela caminha até o quarto das gêmeas, sem fazer barulho ela vai primeiro até o berço de Melissa.

Continue essa menina calma e alegre meu amor, e cuide do sua mae por mim tá? - ela diz baixinho e então beija sua própria mão e leva até o rostinho da bebezinha de apenas seis meses

Em seguida Carina vai até o berço de Emma, que para a sua surpresa estava com os olhos abertos, mas a menina não fazia barulho, apenas esboçou um sorriso ao ver a mãe.

Oh minha pequena Emma, você vai ser rebelde igual a mãe, vai dar bastante trabalho pra mamae né - ri baixinho e a menina acha graça - mas tente obedece-la sim? Ela vai precisar de ajuda com vocês - ela manda um beijo no ar para a menina que novamente esboça um sorriso sem dentes

Antes de sair definitivamente do quarto delas, ela deixa algumas lágrimas escorrem.

Espero que me perdoem um dia. Amo vocês - ela diz e fecha a porta

Quando o despertador tocou as seis e meia para Maya, a mulher acordou e procurou pela mulher, e  não encontrá-la ela deduz que a mesma esteja com as gêmeas e vai tomar seu banho. Minutos depois ao sair do banho ele escuta o choro das filhas e estranha e coloca sua roupa rápido. Após acalmar as filhas e procurar por Carina por todo o apartamento, enfim ela encontra a carta que a mesma o deixou.


Maya, meu amor.

Me perdoe por ser uma péssima esposa e mãe, não sei o que acontece comigo que faço tudo errado e deixo as pessoas que mais amo, tristes. Eu não estou aguentando toda essa responsabilidade, lutar contra meu vício está muito difícil pra mim. Vocês estarão melhores sem mim, me perdoa.

Eu amo vocês e pra sempre vou amar.

Ass: Sua pequena Carina.

Depois de ler essa carta, o coração de Maya já estava despedaçada, ela a havia abandonada e as filhas também. Ela estava sozinha e com duas bebês pra criar sozinha, como ela havia tido coragem pra isso? Depois de tudo o que ela já fez por ela, todo o amor que lhe dedicou. Será que ela havia pensado nela? Não ela era egoísta, só pensava em si própria, que mãe abandonada as filhas pequenas?

Maya então prometeu a si mesmo que iria seguir em frente com as filhas, viveria apenas para elas e mais ninguém. E foi aí que sua vida nunca mais foi igual, principalmente por não ter sua pequena Carina ao lado.

A Madrasta - MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora