Carina abre os olhos com os raios de sol que atravessavam a janela do quarto e batia em seu rosto. Fazia apenas algumas horas que estava na Cidade do México, seu vôo chegou às sete da manhã e o táxi a deixou na porta do hotel na qual ela está hospedada no momento. Ela se mexe um pouco na cama até alcançar seu celular em cima do criado-mudo que está ao lado, e então vê que o relógio marcava meio-dia.
Droga, dormi demais - ela diz sentando-se na cama - estou esgotada - suspira - mas não vou fugir, hoje mesmo vou encontrá-la - ela diz a si mesma - já passou tempo demais - e então abre a pasta de fotos do seu celular e encontra uma foto dela com Maya e as gêmeas bebês, a única foto que tinha delas.
Seu coração parecia que ia sair pela boca só com a possibilidade de voltar a vê-la, não apenas ela mas seu principal foco: suas meninas.
Vocês já devem estar enormes, adolescentes - suspira - nem se lembram de mim ou das canções que lhes cantava para dormir - seus olhos enche de lágrimas - se eu não tivesse sido tão covarde de voltar antes e enfrentá-la hoje em dia estaríamos juntas.
Sempre que via aquelas fotos, ela chorava, era inevitável não ficar triste ao pensar que perdeu toda a vida das filhas, primeiro por sua própria culpa ao ir embora por seu vício em drogas e depois por culpa de Maya que não permitiu que voltasse e nem que as visse e por ainda ser tão imatura não foi forte o suficiente para lutar.
Maya já estava na empresa, desde às sete e meia da manhã, havia deixado as filhas na escola e seguido para lá. Ao olhar seu relógio identificou que já era hora do seu almoço e que havia marcado de encontrar Charlotte em um restaurante. Nesse momento alguém bate a porta.
Pode entrar - ela diz
Maya licença - a mulher pede - preciso que você assine esses documentos urgentes - diz ao aproximar-se da mesa.
Callie minha prima, tem que ser agora? - diz revirando os olhos - tenho compromisso.
Infelizmente sim, eles exigem assinatura da vice e da presidente da empresa - diz colocando os papéis na mesa - tanto que vim lhe trazer pessoalmente.
Entendi, você conferiu? - a mulher assentiu - então vou apenas passar os olhos por eles e vou assinar - suspira
Desde que seu pai faleceu a quase cinco anos, Maya havia se tornado a Presidente da empresa e nomeia Callie sua prima e seu braço direito para ser sua vice, confiava nela de olhos fechados.Após longos minutos assinando os documentos, Maya se despediu de Callie e saiu para seu compromisso. Ao chegar no restaurante, parou seu carro e entregou a chave ao manobrista do estacionamento que iria colocar na vaga e em seguida pegou um recibo. A loira estava prestes a entrar no estabelecimento quando viu uma mulher de costas, seus cabelos eram longos e morenos e lhe pareciam muito com uma pessoa. A mesma sentindo sua respiração falhar ao pensar que ela estava ali de volta, o mesmo se aproxima e lhe toca o ombro.
Carina… - ela diz e então a mulher se vira de cara feia - oh me desculpe, achei que… - antes que pudesse dizer mais alguma coisa a mulher saiu andando - AFF Maya, só você - revira os olhos
Ela se recompõe e entra no restaurante, logo avistando a mesa em que Charlotte lhe esperava, ela estava de costas para entrada, mexendo no celular, por isso não o tinha visto.Desculpa o atraso - ela diz indo sentar na cadeira a sua frente.
Como sempre - ela bufa - já estava lhe mandando mensagem.
Coisas de trabalho ela diz - e pega sua mão - prometo lhe compensar mais tarde, hum? - sorri sedutora
Você sabe como me ganhar docinho - ela desmancha a expressão de raiva - então precisamos conversar sobre quando vai me levar a sua casa e me apresentar a sua família - diz simples
Já falamos sobre isso...não é hora, até porque não temos nada sério ainda e… - diz calma.
O que? - ela volta a ficar com raiva
Faziam apenas dois meses que Maya estava saindo com Charlotte e a mulher a tratava como se estivessem namorando a meses, mas ela sempre deixava claro que ela nunca apresentou a família e só faria isso com a pessoa certa. Após conseguir contornar a situação com a mulher, as duas almoçam em paz e depois se despedem já que ela precisava voltar a trabalhar.
Carina pediu serviço de quarto e almoçou no próprio quarto, meia hora depois ela decidiu tomar um banho demorado para lhe ajudar a relaxar. Depois do banho, ela colocou um vestido branco, curto e um salto alto, penteou os cabelos e passou maquiagem, queria que Maya há visse linda e bem arrumada, afinal era muito tempo sem se encontrarem. Após pegar um táxi até a empresa Bishop's, ela demorou um pouco para tomar coragem e entrar.
Boa tarde em que posso ajudá-la? - a recepcionista lhe perguntou.
Vim ver Maya Bishop, sou Carina Deluca - diz sorridente e a mulher olha a agenda.
Desculpe mas seu nome não está na lista de autorizados para vê-la hoje - diz séria.
Eu não marquei horário mas diga a ela que estou aqui e ela irá me receber - diz calma.
Desculpe mas…
Carina - uma voz surpresa lhe chamou.
Calliope - ela sorri e o comprimenta - por favor ajude-me a entrar, preciso encontrar sua prima.
Ela sabe que está aqui? - levanta a cabeça e ela sorri envergonhada - está bem mas não diga a ela que fui eu - ela diz e pede que a recepcionista a entregue cartão de visita.
As duas entraram juntas no elevador, ela aproveitou para perguntar se ela estava bem e ela fez o mesmo.
Me casei e me separei e agora estou casada com Arizona, graças a Amelia - ri
Ela como sempre juntando os casais - ela diz lembrando-se da amiga
Sim, do mesmo jeito - as duas riem
Quando o elevador para no andar desejado por eles, as duas saem e se despedem já que ela vai a sala de Maya. Ela para na frente da secretaria dela que a olha de cima a baixo.
O que a senhorita gostaria? - pergunta
Venho falar com Maya - ela diz amigável.
Ela não poderá atendê-la - ela diz mas Carina não tem paciência de continuar escutando mentira e segue para a sala dele.
Você não pode…
Antes que a mulher pudesse impedi-la, Carina já havia aberto a porta e seu olhar encontrou o de surpresa de Maya.
Você? - ela diz
Senhora mil perdões mas não consegui impedi-la - a secretária diz com medo de perder o emprego.
Ela não teve culpa - Carina diz
Não se preocupe...nos deixe a sós - ela pede levantando-se e a mulher assente.
A secretaria sai de cabeça baixa e fecha a porta atrás dela. Carina e Maya ficam em silêncio apenas se olhando, o tempo havia passado para as duas, mas a beleza e o charme continuava igual. Bishop não pode deixar de olha-la dos pés a cabeça, ela estava mais linda do que antes, não pessoa que voltaria a vê-la novamente nessa vida. Carina sentiu um frio na barriga ao observa-se olhando-a, estava mais nervosa do que esperava, havia planejado tantas vezes esse encontro mas agora que realmente estava ali, sentia como se suas forças fossem embora.
Então.. - ela pigarreando - o que você faz aqui depois de tantos anos? - ela lança agora um olhar frio.
Eu voltei para ficar Maya - ela responde juntando todas suas forças - eu vim pelas minhas filhas - ela diz firme - e dessa vez não vou deixar que me impeça de vê-las.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Madrasta - Marina
Roman d'amourTreze anos. Esse foi o tempo que passou desde que Carina abandonou Maya com suas filhas gêmeas Emma e Melissa de apenas alguns meses por causa de vício em drogas. Arrependida e recuperada do vício ela volta querendo o perdão mas a mulher não a quer...