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O aniversário de Al-Haitham era uma data irrelevante para ele, mas para seus amigos não. Sempre faziam uma festa comemorativa para ele, nunca com muitas pessoas, pois sabiam o quanto o platinado detestava situações sociáveis.
Dia onze do mês de fevereiro finalmente chegou, mas por algum motivo desconhecido, aquele dia parecia como qualquer outro, não que não fosse, porém as preparações festivas de seus amigos sempre começavam cedo, ainda mais quando caía em um fim de semana. Não se sentiu frustrado ou triste, apenas estranhou. Quando saiu do banheiro, após fazer suas necessidades higiênicas, se dirigiu diretamente para a cozinha, encontrando Kaveh almoçando.
— Bom dia, bela adormecida. — O loiro zombava do fato de Al-Haitham ter dormido mais do que deveria.
— Você está almoçando cedo ou eu que acordei tarde? — O maior perguntou enquanto se sentava em uma das 4 cadeiras que ficavam ao redor da mesa, olhando para Kaveh.
— São duas e cinquenta e seis. (14h56min) — Respondeu colocando um pouco de comida em sua boca. — Aconteceu alguma coisa para que não acordasse mais cedo?
— Não. Apenas estendi meu sono para aproveitar que não tenho nenhum compromisso hoje. — Falou com seu tom seco e direto, algo normal.
— Você deu sorte este ano. — O mais baixo deu uma risada nasal enquanto sorria pensativo.
— Uh? — Ele perguntou.
— Nada não. Esquece. — Se levantou da cadeira, carregando seu prato vazio, indo até a pia para lavar onde comeu. — Vou passear com a Faruzan, volto em algumas horas. — Avisa após terminar o que estava fazendo, logo indo em direção a porta de entrada.
— Tente não demorar. — Respondeu olhando para seu livro. Ouviu o som da porta abrindo e em seguida fechando, dando a indicação de que estava sozinho em casa.
Ao não conseguir se concentrar devidamente em seu livro, o deixou de lado e ficou pensativo enquanto ouvia músicas em seu fone de ouvido. Percebeu que dois dos seus poucos amigos pareciam estar mais ausentes que o comum, talvez devesse ter notado isso antes, mas sua própria companhia era o suficiente para que não sentisse falta de absolutamente ninguém e, só foi reparar nisso em um dia que normalmente eles deveriam estar ali. Mas, como sempre afirmava, não deixavam saudades, apenas estava observando isso pois passou pela sua cabeça de maneira aleatória.
Também percebeu que Kaveh não havia dado parabéns para o platinado, nem dado algum presente, coisa que costumava fazer por que —“Ele é um babaca, arrogante, egocêntrico que não merece nada de bom na vida, porém, entretanto, eu sou tão caridoso e gentil que recompenso até alguém egoísta como esse idiota.” — Segundo as palavras de Kaveh para todos que o conheciam. Por um segundo, Al-Haitham se sentiu — esquecido, ignorado, deixado de lado, jogado fora — nunca admitiría em voz alta por conta de seu orgulho excessivo. Talvez a culpa disto fosse dele mesmo, por conta de seu ignorante e desinteresse, mas o que poderia fazer? Nem sequer sabia se era isto mesmo e, se fosse, não mudaria por eles. O homem decidiu apagar este assunto de sua mente e voltar a ler seu livro.
O dia seguiu de forma calma e quieta, apenas com o barulho de pássaros cantando pela cidade, era raro um momento em que conseguisse se sentar no sofá da sala e ler um livro em paz e silêncio desde que começou a dividir casa com seu ex amigo de infância, então fez total questão de aproveitar o máximo essa cena, pois sabia que não duraria muito tempo, pelo menos era o que achava. Estava anoitecendo e o loiro ainda não havia chegado, não iria me preocupar com um homem adulto que tem total responsabilidade pelas suas próprias ações. Haitham, que passou boa parte do dia lendo seu livro. Optou por dar um tempo para tomar um ar lá fora, ainda com seus fones, dirigiu-se até a porta e se retirou da residência, começando a passear e admirar as belas construções, as belas pessoas, as belas paisagens.
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Feliz Aniversário, Hai - Al-Haitham x Kaveh
FanfictionDia onze de fevereiro, um dia especial para os amigos de Al-Haitham, normalmente, gostavam de comemorar esta data, mesmo que o outro não gostasse muito desta ideia. Porém, quando o dia raiou, tudo estava igual a qualquer outro momento de sua vida...