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"manipulative games"
[04: troca de tributo?]

Coriolanus nunca tinha recebido uma reprimenda oficial de nenhum tipo, nada que pudesse manchar seu boletim impecável.

– Mas... – ele começou a protestar.

– Vá, antes que você receba um segundo por insubordinação – disse o reitor Highbottom. Não havia flexibilidade na declaração, nenhum convite para negociar. Coriolanus obedeceu.

O reitor Highbottom tinha mesmo usado a palavra expulso?
Coriolanus saiu da Academia agitado, mas novamente a onda de atenção tranquilizou sua consternação. Dos colegas e alunos no corredor, de Tigris e da sua avó enquanto eles comiam um jantar rápido de ovos fritos e sopa de repolho, de estranhos quando ele estava voltando ao zoológico naquela noite, ansioso para continuar envolvido com os Jogos.

O brilho laranja suave do pôr do sol banhava a cidade e uma brisa fresca afastou o calor sufocante do dia. O horário do zoológico tinha sido estendido para até as nove da noite para permitir que os cidadãos vissem os tributos, mas não houve mais cobertura ao vivo desde sua visita mais cedo.

Coriolanus tinha decidido fazer outra aparição para dar uma olhada em Lydia Deep e sugerir que ela contasse como era a vida do distrito ao lado de sua irmã. Também poderia mostrar como era os dias de pesca e como ela fez seu vestido azul celeste. A plateia adoraria, e talvez atraísse as câmeras de volta.

Enquanto seguia pelos caminhos do zoológico, ele foi tomado de nostalgia pelos dias agradáveis que passara lá quando criança, mas sentiu tristeza pelas jaulas vazias.

Conforme Coriolanus foi se aproximando da jaula dos macacos, os caminhos foram ficando mais cheios, e um grupo de umas cem pessoas acompanhava as grades de um lado a outro. Alguém esbarrou em seu braço ao passar correndo, e ele reconheceu Lepidus Malmsey se adiantando entre os visitantes com o câmera. Uma espécie de comoção estava acontecendo à frente, e ele subiu em uma rocha para ver melhor.

Para seu desapontamento, viu Sejanus parado junto à jaula com uma mochila grande ao lado. Ele estava com a mão esticada entre as grades com o que parecia ser um sanduíche, oferecendo para os tributos lá dentro. Por enquanto, estavam todos recuados. Coriolanus não conseguia ouvir as palavras dele, mas ele parecia estar tentando convencer Dill, a garota do Distrito 11, a pegar. O que Sejanus estava tramando? Será que tentava superá-lo e roubar os holofotes do dia? Pegar sua ideia de ir ao zoológico e a enfeitar de um jeito com o qual Coriolanus nunca poderia competir porque não tinha dinheiro para aquilo? A mochila estaria cheia de sanduíches? A garota não era nem o tributo dele.

Quando Sejanus viu Coriolanus, seu rosto se iluminou e ele deu um aceno. Casualmente, Coriolanus abriu caminho pela multidão e ganhou a atenção dos presentes.

– Problemas? – perguntou ele ao olhar a mochila. Estava lotada não só de sanduíches, mas também de ameixas frescas.

– Nenhum deles confia em mim. Por que deveriam? – perguntou Sejanus.

Uma garotinha cheia de si se aproximou dele e apontou para uma placa no pilar junto à jaula.

– Aqui diz "Não alimentar os animais".

– Mas eles não são animais – disse Sejanus. – São jovens, como você e eu.

– Eles não são como eu! – protestou a garotinha. – Eles são de distrito. É por isso que o lugar deles é numa jaula!

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⏰ Última atualização: May 31 ⏰

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