Anne podia ser agressiva, mandona, violenta e explosiva muitas vezes, mas ainda era uma criança que, como todo ser humano, tinha necessidade de conviver, ter amigos, se relacionar com outras pessoas, e amar e ser amada, e até mesmo de se apaixonar. Todas essas coisas eram o que a faziam ser como qualquer pessoa no mundo.
Um dia, no teatro velho, a base da gangue, Anne estava em seu camarim, seu lugar preferido. Ela estava arrumada, com o cabelo penteado, usando perfume e com uma roupa nova; porém, parecia preocupada, ansiosa e pensativa. Com certeza, ela estava esperando alguém.
Enquanto Anne aguardava, vou lhe contar um pouco sobre ela e seu passado, que quase ninguém sabe. Seu pai, desde jovem, vivia uma vida louca, passava as noites nos bares, bebia até não poder mais. Por conta da embriaguez, ele começava a provocar seja lá quem estivesse ao seu redor e iniciava uma briga.
Havia momentos em que ele começava as brigas mesmo estando sóbrio, conquistando assim uma fama de brigão. Até que, em uma vez, sua briga foi longe demais, pois dessa vez ele matou um homem. Com medo do que o tribunal poderia lhe sentenciar, ele fugiu de Dallas, no Texas, para a cidade de S. John.
Quando chegou, procurou trabalho e moradia, mas sem ter conseguido nada, decidiu ficar em uma cabana caindo aos pedaços um pouco distante da cidade para passar a noite. Então, deitado no chão, usando sua bolsa de suprimentos e roupas como um travesseiro, começou a pensar assim:
- Que droga! Maldita vida! O que fiz para viver desse jeito? É tudo culpa do George... Se aquele idiota não tivesse começado a briga toda... Tudo isso só porque a mulher dele o traiu, é o que ele merece. E agora ele está morto. Se ele não fosse tão insolente, eu não teria matado ele. E fiz bem em ter falado para todos do bar que ele era um idiota por não saber controlar a mulher dele e deixar que ela o traísse. Fiz bem em chamá-lo de trouxa pela traição na frente de todos.
Então, ele pegou sua última garrafa de whisky e pensou consigo mesmo enquanto bebia:
- É tudo culpa dele... Estou quase sem comida e dinheiro... Se amanhã eu não conseguir trabalho, vou começar a fazer alguns pequenos furtos, nada demais.
Ok, vamos interromper um pouco essa breve lembrança do passado e voltemos ao presente, pois o "convidado" de Anne já está a caminho.
- Vamos, imbecil! Ande logo ou te dou outro soco. - disse Thomas, um dos membros da gangue e braço direito de Anne.
E o convidado a quem Thomas trazia era o pobre Arthur, com os olhos vendados e com um pano amarrado na boca e as mãos amarradas. O pobre coitado estava voltando para casa, e quando estava a poucos metros dela, alguém o acertou em cheio na cabeça, fazendo-o apagar. Quando acordou, estava com os olhos vendados, os pés e as mãos amarradas (mas os pés estavam amarrados de modo que ele pudesse andar um pouco) e estava sendo ameaçado pelos meliantes de apanhar brutalmente se resistisse a ser levado.
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Arthur Uma Aventura Romântica no Velho Oeste
AdventureLivro de categoria livre para todos os públicos. Em meio ao árido e implacável cenário do Velho Oeste, embarque em uma jornada épica de amor, coragem e aventura com 'Arthur: Uma Aventura Romântica no Velho Oeste'. Conheça Arthur, um jovem...