Os Senju
Após sua conversa com Hashirama no caminho até o distrito Senju, Madara não deixou de pensar a respeito do que o amigo havia dito. "Porque reencontrei você", era a frase que mais repetiu para si mesmo naquela noite, deitado sobre a confortável cama da casa de sua infância. Seus olhos fixos sobre o teto de madeira e as mãos entrelaçadas sobre o peito, com seus cabelos soltos e esparramados no colchão enquanto refletia sobre sua nova palavra mistério: felicidade.
Foi na solidão da noite, a sós com seus próprios pensamentos e lembranças vagas que as lágrimas vieram, traçando a pele alva de seu rosto tíbio. Àquela altura já não sabia se chorava por si mesmo, ou pela dor da perda do pai, ou por sua própria infelicidade. Mas naquele momento ele chegou a conclusão de que realmente não era feliz como Hashirama.
...
Já eram seis e meia quando o som de passos e murmúrios sobre o tatame que cobriam o assoalho ecoaram pela casa. Aos poucos despertando de seu curto sono, o Uchiha se sentou sobre a cama baixa, protegendo os olhos da claridade matinal com uma das mãos. Suas madeixas cheias e embaraçadas formavam um manto que cobria suas costas nuas por completo, vestindo nada além de uma calça de moletom preta. Assim que retomou os sentidos, ergueu-se da cama e se direcionou à porta de shōji, abrindo-a e pondo a cabeça para fora, dando-lhe a vista do engawa recém encerado e do extenso jardim zen já regado. Ainda estava grogue de sono quando caminhou com os pés descalços pelo piso de madeira um tanto frio, a procura da origem dos sons que o despertaram naquela manhã. Fortuitamente, levando-o à área de lazer da extensa casa, onde o pequeno quarteto de Uchiha mirins estava juntamente a seu irmão.
━━━━ Por que temos que usar pleto, Izuna nee-san? Eu não gosto de pleto! Gosto de lalanja. - o mais velho do quarteto diz erroneamente enquanto Izuna amarrava o obi em um tom de cinza escuro entorno do mofuku preto que Obito usava.
━━━━ Vai ser só por hoje, Obito-chan. - diz o caçula de Madara ao finalizar o laço na altura da cintura do garotinho que fez bico em resposta.
━━━━ Mas o que vai ter hoje, nee-san? Todo mundo tá vestido igual, vai ser uma festa? Porque eu gosto de festas! - diz Shisui com um enorme sorriso no rostinho rechonchudo enquanto Itachi brincava com o irmãozinho no tatame.
Madara - que ainda não tinha sido notado ali - riu com a pergunta ingênua do pequeno e se aproximou, apoiando-se no encosto da porta de madeira clara.
━━━━ Madara nee-san! - exclamou Obito com um sorriso amistoso, fazendo com que Izuna olhasse para trás quase que inconscientemente, encontrando o olhar manso do irmão mais velho e abrindo um fino sorriso em seus lábios rosados.
━━━━ Vocês são bem tagarelas. - o mais velho brincou ao se aproximar, sentando-se no chão junto ao irmão e o os garotinhos gargalharam inocentemente em resposta.
━━━━ Tentei fazê-los falarem mais baixo, mas eles não escutam de jeito nenhum. - Izuna diz enquanto Itachi se aproxima com uma escova de cabelo em mãos e o mesmo logo o sentou em seu colo para pentear suas mechas - De qualquer forma, é bom que tenha enfim acordado. Você ronca 'pra caramba. - ele zombou, fazendo Shisui e Obito rirem alto.
Após dar um leve soco no ombro do caçula, Madara riu com o mesmo e ficou o observando cuidar daqueles pequeninos. Para ele, o fato de Izuna se dar tão bem com crianças era uma nova descoberta que havia feito, não deixando de admirar o apreço que o caçula tinha pelos primos, desenterrando algumas lembranças de seu subconsciente maduro. Por um instante, o Uchiha mais velho lembrou-se de sua infância e de como costumava cuidar de Izuna. Não deixando de se sentir culpado por ter estado longe da pessoa mais valiosa em sua vida nesses últimos anos.
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𝐂𝐀𝐒𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐂𝐀𝐒𝐎; hashimada
Fiksi Penggemarチャンスの場合 𝑆𝑖𝑛𝑜𝑝𝑠𝑒 𝐌𝐀𝐃𝐀𝐑𝐀 𝐔𝐂𝐇𝐈𝐇𝐀, um homem de personalidade forte e arrogante desde o berço, é um advogado focado que vive em prol de seu trabalho. Porém quando recebe a notícia da morte de seu pai, Tajima Uchiha, o mesmo deixa toda...