05

161 18 41
                                    


¸.•☆ NÃO ESQUEÇAM DE DAR ESTRELINHA ¸.•

★¸.•☆ ALEX FONSECA

A manhã estava tranquila, os raios de sol iluminavam e faziam contraste com a certa estranheza que a casa ainda me trazia. Não é como se eu não gostasse, mas ainda assim era estranho morar sozinha em um lugar tão grande.
A decoração não era das piores, mas certamente não me agradava - cozinha americana e decoração minimalista não é muito a minha praia. Eu sou mais do exagero, quero parecer morar com um mago louco rodeado de suas invenções estranhas. Cores extravagantes que, se bater o sol em certo ponto, dá tanto reflexo que eu posso ficar com sequelas.
Exagerei um pouco, foi mal.

Peguei o celular abrindo minha lista de afazeres, rolei a tela até o fim e escrevi: "Reformar a casa". Certamente eu nunca farei isso, assim como todos os afazeres que estão na lista, é um lance de procrastinador, talvez vocês nem entendam.

- Gabriel! - gritei pelo cachorro, sendo completamente ignorada - Vem, já estamos atrasados.

Tentei chamá-lo novamente e fui ignorada pela segunda vez. Antes de ser "mãe de pet", eu não sabia que era possível estragar o dia de um bichinho com um simples "não".
Deveria existir um curso para donos de Golden Retriever de primeira viagem, pois é muita burocracia escondida debaixo dos pelos dourados - que por sinal, caem demais. Se Minoxidil não fosse tóxico para animais, eu certamente já teria dado um banho no Gabriel com isso.

O motivo para o mau humor do animal é simples: lhe neguei um pedaço de bolo de chocolate da minha vizinha, a Dona Maria, vulgo melhor boleira do bairro. A insistência desses animais chegam a ser engraçadas, até porque: a esperança é a última que morre.

Depois de muito insistir, a "fera" me obedeceu de cabeça baixa, passou pela porta e sentou ao lado do carro esperando que eu abrisse a porta de trás para que ele entrasse. Assim fiz, abri a porta e dei o comando para que ele entrasse. Peguei as documentações necessárias e uma câmera reserva que deixava em casa, tenho total ciência de que não fui cotada para fotografar o jogo, mas ainda sim tenho esperança de tirar algumas fotos, nem que sejam nos acréscimos ou no pós jogo.

Para falar a verdade, é uma grande frustração profissional não poder trabalhar em um clássico grande como o Choque-Rei (São Paulo x Palmeiras), no entanto, é por um motivo bom; a castração do meu querido filho de quatro patas.

É um dia grande para qualquer tutor, principalmente se o seu cachorro fugiu no meio da noite e você o encontrou no parquinho do condomínio montado numa cadela (literalmente uma cadelinha, provavelmente vira-lata). Sinceramente, sou muito nova para ser avó e não tenho pique algum de cuidar de doze filhotes de uma vez. Muito menos dinheiro - vale ressaltar que não tenho dinheiro o suficiente para cuidar de uma ninhada.

Antes de dar partida no carro, tirei uma foto com Gabriel (ainda emburrado) e mandei para Endrick, desejando sorte para todos e pedindo para que ele passasse a mensagem ao resto. Sorri aberto quando ele respondeu com uma foto também, mas essa com o elenco completamente espremido no fundo de um ônibus para que todos coubessem no enquadramento, também estava acompanhada de uma legenda animada, cheia de emojis: "5x0, pode anotar, sensitiva alviverde!"

★¸.•☆

- Então vai se fuder! - No banheiro da clínica veterinária, gritei para o celular que mostrava a mensagem de erro à minha tentativa de fazer login no site da GE. e poder assistir ao jogo tão esperado pelos palestrinos e tricolores. Já haviam alguns dias que eu estava tendo dificuldade em entrar no site, mas dessa vez o erro parecia ser proposital, apenas para me irritar.

Como Não Sobreviver ao Campo - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora