★¸.•☆ NÃO ESQUEÇAM DE DAR ESTRELINHA ★¸.•☆★¸.•☆ ALEX FONSECA
Era onze da manhã e Gabriel Menino, o cachorro, estava na minha cama balançando o rabo enquanto tinha duas meias babadas na boca, além da sua bolinha ao lado do meu travesseiro e um sapato no outro canto da cama. Esse era o prejuízo de não acordar cedo e ter um cachorro ligado no 220 o dia inteiro - menos entre 13:30h e 15:00h da tarde, é o horário onde ele desconta todas as horas de sono negligenciadas de madrugada porque ele prefere correr pela casa inteira.
— O café da manhã está pronto!
Aparentemente Gabi tinha invadido a minha casa novamente, mas dessa vez fez comida para mim e não roubou a minha. Talvez eu precise trocar a fechadura da minha porta.
Bufei levantando da cama me assustando com o meu cabelo exageradamente bagunçado e a marca de baba seca na minha bochecha - eu acho que nunca vou poder me casar porque, se eu acordar assim do lado do meu noivo, é capaz que ele pegue o primeiro voo para fora do país.
Não fui ao CT porque hoje tem jogo às quatro contra o Santos, então optei por deixar os rapazes treinarem sem câmeras no rosto deles e muito menos os meus xingamentos a cada lance errado durante o aquecimento, mas quando falei que não ia trabalhar, só faltou Endrick pular no meu pescoço e me estrangular bem no gramado do Centro. Os outros não pareciam felizes também, porque tiveram quase a mesma reação que Endrick.
Não havia muito tempo que eu estava trabalhando com o elenco, talvez um mês e alguns dias, mas já tínhamos uma relação boa, o tipo de nível de intimidade onde podíamos postar fotos zoadas um dos outros nos stories e histórias engraçadas nos melhores amigos do Instagram. Tanto é que foi por meio de um Stories de Murilo nos melhores amigos que descobri que Endrick era estranho e tímido ao meu lado porque tinha uma queda por mim - talvez tenha sido o dia que eu mais ri na minha vida, pois eu assisti o vídeo ao lado de Endrick, que ficou tão envergonhado que cheguei a ficar com pena. Mas depois o menino teve sua vingança correndo atrás de Murilo o CT inteiro apenas para agredi-lo. Lembro como se fosse ontem do mais velho gritando: "Calma, Little, era só brincadeira! Pera lá, Little".
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Eram quase quatro da tarde e o meu coração estava na garganta. Gabi separou alguns lanches para comermos enquanto assistimos o jogo, porque eu não consegui comprar ingresso para o jogo, nem fui chamada para assistir de camarote e muito menos fui chamada para trabalhar.
A ideia era eu assistir sozinha e ficar bêbada para sair e curtir com a torcida organizada, mas Gabriela não gostou nada da ideia e decidiu me acompanhar apesar de ser corintiana. Sem muitas escolhas ela decidiu apoiar as sardinhas hoje.
Escutamos o começo da narração vinda da TV e corremos para o sofá, a ruiva levou as comidas e eu as bebidas sem conter o sorriso no rosto. O jogo começou bem dinâmico - já que Abel decidiu manter a base da escalação que usava desde a lesão de Dudu -, tinham lances de ambos os lados; nos primeiros seis minutos tivemos dois chutes para o gol e uma finalização de Veiga.
Em onze minutos teve um quase gol de Endrick, que me fez gritar em esperança.
— Dezessete anos nas costas e ainda brinca de jogo do travessão? — Gabi zombou sem a mínima vergonha na cara, apenas respirei fundo lhe mostrando o dedo do meio enquanto me sentava novamente no sofá de couro.
Com menos de trinta minutos de jogo teve um quase gol do Santos e uma falta de Rincón em cima de Zé Rafael, e, por já estar pendurado, ele foi suspenso do próximo jogo.
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Como Não Sobreviver ao Campo - Richard Ríos
Fanfiction𝗢 𝗰𝗮𝗺𝗽𝗼 𝗱𝗲 𝗳𝘂𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹 pode ser visto como um campo de guerra muitas vezes. Para sobreviver você precisa estar treinado, habituado e ter estratégias. Alex não tinha nada disso quando foi contratada como fotógrafa oficial da 𝗦𝗼𝗰𝗶𝗲𝗱𝗮...