A Good Reason { Billie Eilish Imagines)

3 - "you and i drink the poison from the same vine" pt3

Billie

Não sei se alguém na terra já sentiu uma formigação nos pés de tanto nervosismo e ansiedade. Foi exatamente o que senti quando ouvi aquele nome, senti seu cheiro e encarei sua figura e seus olhos. Eu não sabia onde enfiava minha bela cara.

Era Lita em minha frente, bem ali. E ela já não estava da mesma forma que eu a vi meses atrás. Não. Ela estava com uma pequena coisinha em seus braços porém não fui capaz de ver sua face.

Não ficamos nem cinco minutos na mesma sala e logo percebi que, ali, com ela, eu já não era bem vinda. Totalmente compreensível, certo?

Finneas terminou de fazer o que estava pendente e logo deixamos o escritório do diretor Lee. Acho que nunca andei com tanta pressa na minha vida. Nunca andei com tanta pressa para ver alguém.

— Você viu? Era Lita! — Finneas diz animado enquanto andávamos até a recepção — Era ela, Billie!

— É, eu vi, Finneas e...

Lá estavam elas, talvez prestes a irem embora e sumirem de vista, de novo. Quase corri em direção a Lita que conversava com um dos atendentes do local. Meu braço é puxado gentilmente e me deparo com Finneas me olhando preocupado.

— Vai com calma, Billie. — me orienta — Se lidar com uma gestante é difícil, não imagina o quão perigoso é lidar com uma que acabou de ter bebê.

Sorrio para o mesmo em busca de o tranquilizar – partimos para o fato de que nem eu mesma estava tranquila –, ele anda em direção a porta e eu sigo meus passos até meu objetivo. Antes que pudesse ao menos direcionar uma palavra a Lita uma figura baixa e raivosa se coloca em minha frente.

— Perdeu alguma coisa aqui? — Isa. Acho que esse era seu nome. Respirei fundo e tentei ser paciente.

— Eu só preciso tirar uma palavrinha com Lita. É só isso. — peço quase implorando.

— Eu acho que hoje não vai rolar, cantora. — diz quase que em tom zombeteiro.

— Olha, eu só preciso ajudar ela a tirar a droga desse dinheiro, tudo bem? Depois disso eu te prometo que caio fora. — digo.

É uma mentira tão bem contada que até eu me sinto mal por isso. A garota parece pensar um pouco antes de me dar espaço, sorrio para ela em forma de agradecimento e respiro fundo para meus próximos passos.

— Lita.. — chamo seu nome audível o suficiente para que apenas ela pudesse ouvir. Ela estava há exatos trinta centímetros de distância de mim. Ou melhor, eu estava dela.

Ela se vira surpresa ao me ver ali, em sua frente. Lhe estendo minha identidade e inclino minha cabeça, sugestiva. Ela me encara por mais alguns segundos antes de pegar meu documento e entregar para a atendente que estava do outro lado do balcão. Permanecemos em silêncio até o processo ser concluído. Olho ao redor e vejo que Isa me encarava com um olhar fuzilante, como se estivesse atenta a qualquer possivel deslize que eu desse. Ponho minhas mãos em meus bolsos e me viro novamente em direção a Lita.

Ela troca poucas palavras com a mulher e ajeita o bebê em seu colo. Aquele qual eu nunca vi o rosto ou sequer sei o nome. Estava tão agoniada em trocar qualquer palavra com Lita que mal prestei atenção naquele grande fato. Lita não estava mais grávida, não. Agora ela estava com sua filha em seus braços e, eu sequer havia me atentado a isso.