★★☆☆☆
O fim de semana terminou como um doce preferido nas mãos de uma criança, e, infelizmente, naquela história, eu era a criança. Ao chegar no colégio, procurei o olhar irritado de Jongin em algum lugar, me caçando para eventuais implicâncias, mas só encontrei o mesmo de sempre: cabeça apoiada nos braços enquanto estava totalmente entregue a sonolência. Os demais alunos, o ignoravam, pois a cena era bastante comum.
Antes de sair da sala, um aluno veio me avisar que o professor queria falar comigo, no entanto, quando o avistei, Kai também estava ao lado dele, aparentemente sério. Eu não sabia dizer do que se tratava o assunto que se fazia necessária a presença do outro aluno e aquilo me causou certa estranheza, mas logo lembrei que ele era quem mais recebia sermões nas aulas, o que não era novidade.
― Kai, mesmo após tantos meses ciente do quanto a nossa escola preza por boas notas, você não melhorou em nada, não é? ― O tom calmo na voz do professor residia apesar do sentimentos de decepção beirando a desesperança, afinal, Kai estava dormindo ainda mais que o habitual enquanto suas notas decaíam a cada mês.
Jongin permaneceu em silêncio e eu fiquei entendiado por ser obrigado a estar testemunhando aquela cena.
― Estou cansado de pedir para que não durma enquanto explico a matéria. Ano passado, tive piedade e não te repeti de ano, mas neste, não posso garantir que serei misericordioso.
Jongin esboçou um sorriso de deboche.
― Faça o que quiser, de qualquer jeito, eu tenho todo o tempo do mundo para estar aqui.
O professor franziu o cenho e olhou para mim.
― Kyungsoo?
― Sim, senhor? ― finalmente minha voz se fez marcante.
― O mês natalino está se aproximando e nossa escola sempre tem o costume de enfeitar as salas. Portanto, quero que ajude com os preparativos. Pode fazer isso por mim, certo?
― Claro! ― Sorri simpaticamente.
― Pois bem! Já que o senhorzinho ao seu lado disse que tem todo o tempo do mundo, ele irá te ajudar também.
Jongin estava pronto para reclamar quando o professor ergueu a mão no ar para impedi-lo.
― Não precisa inventar desculpas, Jongin, eu faço questão que você participe após as aulas. Talvez isso te deixe um pouco mais acordado, não acha?
Não tinha como recusar, Jongin sabia que a situação ficaria ainda pior caso o fizesse, dava para sentir pela tensão apertando seu corpo. Jongin me acompanhou pelo corredor, soltando suspiros altos e andando com uma lentidão angustiante. Voltamos para a sala carregando caixas grandes e lotadas de enfeites. No meio do caminho, Jongin acabou deixando alguns enfeites caírem no chão, e eu ri ao ver a trilha traçada por bolas de árvores natalinas que percorria por todo o corredor. Após pegar todas elas do chão, ele se sentou ao meu lado e começamos com os recortes.
― Caso não saiba fazer enfeites de origami como eu, corte os papéis laminados em formato de objetos natalinos e pendure tudo no teto com uma linha. ― Ordenei a Jongin, apontando para uma caixa recheada com papel dourado que estava em cima da mesa .
― Está ficando louco que vou fazer isso. Tá me achando com cara de criança?
― Corte. ― O encarei com as sobrancelhas juntas.
― Você não pode me obrigar. O professor não ficará sabendo se eu cortar ou não. Eu pago para que faça a minha parte, o que acha?
Suspirei fundo, e foi quando ele percebeu que eu não seria comprado tão facilmente. Aproveitando-se disso, deu meia-volta e, praticamente colocando a mão sobre a maçaneta para sair da sala, eu corajosamente disse:
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O CÉU ESTÁ CAINDO | KaiSoo
FanficNa última mesa, além do jeans escuro e da bota sempre manchada, Kim Jongin era mais do que um estudante misterioso. Do Kyungsoo, viciado em astros, descobre que Jongin é uma estrela cadente carregando milhões de desejos. E quando o céu de Kyungsoo e...