Um

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Minha cabeça doía e eu sentia pontadas agudas percorrendo o meu corpo. Abri os olhos ligeiramente devagar, e notei meu quarto estranhamente arrumado.

E também, notei o mesmo “homem” sentado em uma poltrona que ali ficava. Ele estava sem o blazer e sem o paletó, apenas com uma camisa branca de botões.

Não havia notado que eu tinha acordado, então eu aproveitei o momento para analisá-lo.

Seus cabelos eram lindos. O mullet bem cortado dava um charme a mais e parecia ter sido esculpido.

Céus, ele era filha da putamente lindo.

Ele mirou seus olhos nos meus, como se lesse meus pensamentos. Eu fechei os meus rapidamente.

– Não precisa ficar me secando, sua besta. Eu sei que você está acordada. - Ele bufou e se levantou.

– Não estou secando você. Existem pessoas mais bonitas. - Rebati suas palavras.

Ele se virou para mim fervilhando, e, um momento depois, voltou a tranquilidade.

– Mas elas não são tão poderosas quanto eu, e nem são o diabo. E eu vou te dar um único conselho, Melie: Não teste a minha paciência. - Ele disse, ríspido. - Se arrume, idiota. Vamos para a empresa às 13h.

Está tão tarde assim?!

– Poderia não me xingar, por favor? Eu agradeceria. - Foi a minha vez de revirar os olhos.

– E o que você vai fazer? Me tacar a pelúcia? - Cruzou os braços.

Céus, o que ele tinha de lindo tinha de irritante.

– Vou cortar sua garganta. - Levantei da cama, ficando parada a alguns espaços de distância.

– Isso não funcionaria, imbecil. - Ele caçoou. - Se esqueceu com quem você está falando?

OK, ele era irritante para um caralho.

E igualmente bonito.

Mas eu não tinha medo dele. Se ele me matasse, tudo bem. Deixei de ter medo da morte desde meus dezoito anos.

– Certo, eu te enforcaria então. - Dessa vez foi a minha vez de dar um risinho.

O homem parecia sequer pensar direito quando quebrou a distância entre nós e apertou meu pescoço, me enforcando.

Mas era óbvio que não era para me matar.

Eu contraí minhas pernas, as apertando.

– Gosta da sensação, Melie? - Ele disse perto do meu pescoço.

– E-eu… - Eu mal conseguia formar palavras, essa era a verdade. E mesmo se conseguisse, o que eu ia falar?

O Diabo se afastou. E finalmente consegui respirar.

– Você tem dez minutos. Vou esperar no carro. - Ele me deu uma última olhada e saiu do quarto, me deixando sozinha.

Meu maior desvio de caráter é ficar excitada pelo diabo.

Puta que pariu todas as caralhadas.

𖤍

Eu tranquei meu apartamento, reparando na senhora bagunça que o local se encontrava. Precisava de uma boa faxina urgentemente.

Logo que cheguei na rua notei uma puta Koenigsegg me aguardando. Eu quase caí para trás enquanto o próprio Diabo me esperava dentro dela.

– Ai, Meu Deus! - Eu andei até o automóvel pouco me importando com o homem de olhos marcantes me olhando a cada passo que eu dava.

Um Pacto Com o Diabo Onde histórias criam vida. Descubra agora