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Jordan.

E por fim, acabei me descontrolando de novo, já é a terceira vez só nesta semana. Toda vez que Amy sai de casa alguém comenta sobre sua beleza, falam coisas sujas sobre ela. E eu só consigo achar um jeito justo para resolver isso.

Estou começando a achar que a cidade está desconfiando dos desaparecimentos recentes, mas o que eu posso fazer se eles que mexem com ela? Se eles não param, não vou parar também.

Suspiro, observando as manchas de sangue pelo banheiro, isso vai ser tão exaustivo.

E os corpos? Quando eu estava vasculhando o banheiro na esperança de encontrar alguma coisa que me ajudasse, achei um saco de lixo dentro do armário de limpeza, abri a janela do banheiro e joguei o saco direto para a caçamba esverdeada.

Não tive muito tempo para pensar...

Mas isso é o de menos, tenho que resolver a minha demora para voltar a sala, os gritos agoniantes dos garotos... E esse cheiro metálico extremamente forte, que arde o nariz.

Q.D.T

Ligo a torneira, admirando a água pura escorrendo pelo ralo, as vezes eu queria voltar a ser o Jordan inocente de anos atrás, mas depois de tantas vítimas que fiz, pecados que cometi, acho que não tenho mais perdão..

Agora, a única coisa que me faz pensar em coisas boas, mas impuras, são Amy..

Espanto meus pensamentos negativos, levo minhas mãos até a água, a transformo em formato de concha e retiro um pouco do líquido, o bebendo como se não tivesse ingerido algo a muito tempo.

Minha feição se transforma em desgosto ao sentir o gosto azedo de sangue, direciono meu olhar confuso para minhas mãos, eu não as lavei?

Ah não, agora não...

9 anos atrás...

Meus olhos marejados escorrem lágrimas carregadas de emoções ruins, grito desesperado tentando parar meu pai, meu corpo completamente paralisado observa o homem que chamei de meu herói por tanto tempo, acabar com a minha família.

O sangue escorre pela barriga da minha mamãe, a mulher que cuidou de mim, estirada no chão gelado, sem movimento nenhum...apenas parada.

Eu não aguento mais isso, ela não fez nada... E ele a matou...

Encosto minha cabeça na testa de minha mãe, grito em desespero para que ela acorde, mas parece que não irá voltar, não cantará músicas para mim...nunca mais.

Solto seu corpo pálido com delicadeza no chão, tentando regular minha respiração ofegante, meu ódio sobe pelas minhas veias, eu vou mata-ló!

- EU TE ODEIO, EU TE ODEIO TANTO! - Grito o mais alto que consigo, mas meu rosto é virado bruscamente pelo tapa que recebi, sentindo a ardência em minha bochecha. Minha visão acaba ficando turva novamente - Porquê, por que fez isso com ela...

- O que você acha seu pirralho desgraçado? Essa vadia 'tava de conversinha com o vizinho! Eu não vou ter a fama de corno de novo.

Meu Stalker |JORDAN POWELLOnde histórias criam vida. Descubra agora