STAFF - Twice X You

I. Park Jihyo - Trouble

S/n POV

   Já passava de uma da manhã quando consegui arrastar Jihyo, Jeongyeon e Nayeon –  um tanto alteradas – para dentro do carro. Elas tinham me convencido a levá-las para uma casa noturna, a fim de se divertirem antes da viagem daqui a dois dias para o Japão. Dirigi pelas ruas vazias de Seul com cuidado. Não bebi, mas estava com sono.

   Apertei o botão no teto do carro que me deu acesso à entrada no condomínio privado. Enquanto buscava a casa certa, Jihyo me cutucou.

– Coloque o carro na garagem, S/n, por favor. – sua voz saiu um pouco embolada, mas eu diria que era a melhor entre as três.

   Após o portão automático da garagem descer, saltei do carro e busquei Nayeon primeiro, já que foi a primeira a cochilar com a testa na janela e a última a entrar dentro do carro. Park já tinha saído do automóvel e passado o braço de Jeongyeon por seu ombro. Acostumada a sempre deixá-las na porta de casa, sendo minha primeira vez entrando no recinto, a líder me guiou dentro de casa, sinalizando onde era o quarto de Nayeon e que iria deixar a Yoo no dela, para em seguida voltar e me ajudar com a mais velha.

   Deitei a coreana na cama e tratei de tirar seus sapatos. Quando fui puxar seu vestido, a mais velha resmungou.

–  S/n-ssi, não vai me levar a um encontro primeiro? – sua voz estava totalmente grogue e ela não parava de se mexer na cama, em meio ao cobertor – Achei que fosse mais romântica!

   Em anos de trabalho com as meninas, ouvir seus flertes era algo recorrente.

– Nayeon, colabore. Preciso tirar sua roupa e colocar algo mais confortável para você dormir.

– Isso, dormir... – seus olhos já estavam fechados. – Preciso... muito fazer... xixi. – do nada, ela se sentou muito rápido e no próximo segundo vomitou tudo o que podia nos meus pés. Levantei a cabeça para o teto, reprimindo uma careta.

   Será que joguei pedra na cruz?

– Ah, merda. – não olhei pra baixo. – Vamos, vem, vamos tomar um banho.

   Vomitar ajudou a limpar um pouco do álcool no seu organismo, pois consegui ir com ela para o banheiro do quarto sem muita dificuldade. Segui atrás dela e procurei o zíper da saia, em seguida, virei-a para mim com calma e comecei a desabotoar sua camisa social. Quando ela permaneceu dentro do círculo de roupa sem se mover, encarei seus olhos.

– Está tudo bem. – tranquilizei-a. –  Vamos tomar uma ducha, hum? – peguei sua mão e ajudei-a dentro do box.

   Com a água gelada – que a fez xingar quase em mandarim –, ela tomou banho somente com a roupa íntima. Dei privacidade e depois de uns minutos debaixo da água, alcancei uma toalha e fui em sua direção. Enquanto ela se sentava no sofá colado na parede, procurei uma escova de cabelo nas gavetas da pia. Penteei seu cabelo e a fiz escovar os dentes.

   A poça de vômito parecia ter sumido e o quarto estava com cheiro leve de alvejante, o que me leva a crer que Jihyo passou por aqui, além de ter uma xícara de café quente na mesinha da cabeceira. Nayeon apareceu, no quarto, vestida, com os olhos caídos.

– Toma – entreguei a porcelana quando ela se sentou na cama. Mesmo deixando metade do líquido na xícara, ela bebeu como se fosse água.

– Você é um anjo na terra, S/n.

– Eu sei, eu sei... – suspirei fundo conforme a deitava em sua cama, cobrindo-a inteiramente. – Boa noite, Nayeon.

– Boa noite, florzinha. –  agradeceu sonolenta. Quando alcancei a maçaneta da porta, prestes a fechar, ouvi seu último murmúrio – Obrigada.