STAFF - Twice X You

I. Yoo Jeongyeon - Love Line

S/n POV

— Alô? Sim, sim, estou ouvindo... Não, senhor, deixei na empresa, na sala C... Sim, ocorreu perfeitamente... Sim, levei Chou Tzuyu e Kim Dahyun par-sim, tem razão... Agora? Claro, posso sim... — suspirei, deixando meu cappuccino de lado. — Não precisa, eu já estou a caminho... Okay... tcha... — a ligação foi encerrada antes que eu pudesse me despedir.

Eu tinha acabado de desembarcar com a equipe no aeroporto de Incheon. Fazendo parte do protocolo, tínhamos chegado de Londres, Inglaterra, onde fomos verificar e testar as pendências do lugar onde mais um show do TWICE aconteceria. O espaço é enorme, e deveria ser seguro tanto para as integrantes quanto para o público. O som deveria estar regulado e as luzes posicionadas antes do grupo chegar.

Eu não iria ficar nem 24 horas na Coreia, só dava tempo de tirar a roupa suja da mala e trocar por calcinhas novas, pois logo iríamos embarcar novamente — dessa vez com o resto do pessoal e as membros, a fim de realizarem um show sem defeitos.

Mas, a alegria de pobre dura pouco. E a minha, menos ainda. Quem foi o infeliz que avisou que eu já estava em solo coreano? Pelo visto, refazer a minha mala seria a última coisa a fazer já que me inventaram uma tarefa nova. Levar os cachorros ao Pet Shop.

"Cheguei. Mande um carro vir me buscar" digitei para a minha namorada.

Na verdade, ex-namorada. Mas ela ainda era obrigada a me obedecer.

Reuni minha mala de rodinha e minha bolsa em uma mão só, e tentei tomar o resto do meu café em paz, — que por sinal já estava frio. Joguei na próxima lata de lixo que encontrei.

— Boa tarde! — comprimentei o porteiro do prédio.

Apesar de anos na Coreia do Sul, o frio ainda me pegava desprevenida. Quando pisei para fora do aeroporto, um forte vento me deu as boas-vindas, junto com um céu nublado pra caralho — ainda sinto falta do meu calor de 40°. Agora eu tenho luvas e cachecóis de montão no meu guarda-roupa, ah, e meias grossas sempre estão na bolsa. Depois que Myoui Mina aprendeu a fazer crochê, e me usa constantemente como modelo para suas criações, suas toucas compactas também me ajudam a me livrar do frio.

Usei o elevador, escolhendo o botão da cobertura. Meu celular me distraiu, resolvi responder alguns correios eletrônicos e responder mensagens atrasadas. Assim que as portas de aço se abriram me dando passagem, aprontei a mala, pronta pra sair, mais de cara com alguma coisa...

— Porra, me desculpa... eu estava distraída e... — ajeitei minha bolsa no ombro, guardando o celular no bolso e pronta para me desculpar de joelhos para quem fosse. — Eu saí rápido, eu não te vi e-Yoo Jeongyeon. — constatei. Estalei a língua no céu da boca, realmente decepcionada por ser ela. — Desculpas é o caralho, não me viu não, sua besta?!

— Eu também estou bem, S/n, obrigada por perguntar. E você? Fez boa viagem? — suas mãos apertaram meus ombros, depois ela mexeu os dedos, como se estivesse tirando uma poeira imaginária. — Vejo que sim... já que, infelizmente, ainda está em carne e osso na minha frente. — revirei os olhos e levantei os pulsos em nosso meio, barrando seu toque com brutalidade. — Me diz, quantas pessoas quiseram socar a sua cara em 72 horas? Eu já fiz o bolão.

— Cala a boca, sua otária. Além de você ser péssima em apostas e perder em todas que faz, você ganha em ser insuportável.

— Quem te iludiu, garota? Você me aguentou por bastante tempo, até. E nunca reclamou.

— Claro, eu sou paga pra isso.

— Você ainda é remunerada? Minhas denúncias no RH não fizeram efeito? Estou impressionada com a incompetência deles.