STAFF - Twice X You

II. Im Nayeon - Heaven

Ainda não superei o comeback da Nayeon, ou seja... Vou quebrar uma regra: depois de alguns pedidos, resolvi fazer uma parte dois. Se quiser relembrar, é só voltar e ler rapidinho <3

S/N POV

Ninguém desconfiou que eu e Im Nayeon quase nos engolimos minutos atrás. Dei uma olhada em meio segundo no espelho antes de abrir a porta e atribuí a demora a imprevistos femininos.

Quando o desfile acabou, guardei a minha língua dentro da boca e não trocamos nenhuma palavra – por mais que eu tenha sido encarada por ela o tempo todo. Paramos no Maggie's para comprar lattes a caminho do aeroporto.

Fiz um grande esforço para me concentrar nas telas grandes exibindo propagandas aéreas ou nas janelas, que a cada minuto um avião decola, mas minha cabeça estava em outro lugar. Ainda sentia o beijo de Nayeon, seu gosto na minha boca. Minha calcinha estava ensopada. Queria saber o que tudo isso significava, se as coisas seriam diferentes de agora em diante. Seriam?

Então ouvi a notificação de mensagem de texto.

"Pare de pensar em mim."

"Pare de ser egocêntrica. Só me beijou porque eu ia sair..."

"Tecnicamente, foi você quem me beijou."

"Quem?"

"Quem o quê?"

"Te perguntou alguma coisa". Bloqueei o celular, não querendo mais assunto.

Dei meia volta no salão de espera, terminando meu café. Não que eu tenha esperança de ter algo sério com a Im, mas eu quem não iria jogar um jogo e meu coração ser esmagado depois do game over.

Separei o meu passaporte e passagem, em seguida, pegando o da coreana. Estendi-os em sua direção, e ao invés de pegar os papéis, seus dedos rodearam firmemente meu pulso, obrigando-me a encarar seus olhos.

— Me solta. — sussurrei, entre dentes.

— Não até você falar comigo.

— Não tenho nada pra falar com você! — puxei meu braço, mas seu aperto continuou firme. — Nayeon, as pessoas estão olhando.

Nayeon usou da sua força e me puxou contra ela, abraçando minha cintura com seu braço direito e deixando meu pulso preso pela sua outra mão em nosso meio.

— Você não pode me ignorar para sempre, flor.

Seu olhar era tão penetrante que quase perdi a força em meus joelhos, quase me fazendo cair aos seus pés, quase implorando por ela. Mas, como se alguma coisa piscasse na minha cabeça, neguei, finalmente me arrastando para longe daquele ser tentador. Mantive distância até o horário do embarque e fiz questão de trocar de poltrona com um staff da primeira fileira. Quando sentei, me obriguei a clarear a mente e respirar fundo, se não eu ia ter uma síncope ali naquela aeronave. Não percebi exatamente quando apaguei, mas dei graças a Deus quando uma aeromoça me acordou, pedindo para afivelar o cinto para a aterrissagem.

Voltamos para a Coreia e eu fui pra casa, numa tentativa de ficar em paz, ainda com alguns dias de folga, e sem pensar numa tal coreana abusada para quem eu trabalho. Decidi pintar o apartamento, – o que foi uma péssima ideia. Tive que alugar um galpão para deixar boa parte da mobília e passei a tomar café da manhã e jantar fora, já que era impossível fazer qualquer coisa sem ter poeira como enfeite. Como resultado, na segunda-feira de manhã, a cada cinco passos eram doze espirros. Com um antialérgico e café preto como entrada, abri a porta da minha sala.